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Mercados
As ações nos EUA permanecem voláteis desde o anúncio das tarifas “recíprocas” em 2 de abril. Os índices de Wall Street caminham para encerrar a semana em alta. Até o fechamento de quinta-feira (24), o S&P 500 acumula ganho de quase 4,00% na semana, e o Nasdaq Composite sobe mais de 5,00%.
A China reiterou que não há discussões em andamento sobre tarifas e o porta-voz do Ministério do Comércio pediu o cancelamento de “medidas unilaterais contra a China”. A declaração vem após sinais da Casa Branca de que deseja suavizar sua postura.
Diretores do Fed indicam que não veem urgência em alterar a política monetária, preferindo aguardar mais informações para avaliar os efeitos das tarifas sobre a economia.
Os mercados projetam 0,84 p.p. de cortes de juros até o fim de 2025. As taxas dos Treasuries recuam, com a taxa do Treasury de 10 anos caindo 0,08 p.p., para 4,30%, enquanto a do papel de 2 anos recua 0,05 p.p. e está em 3,81%.
O dólar sofreu fortes impactos com as idas e vindas tarifárias de Trump, acumulando queda de 4,40% em abril, com o DXY em 99,70.
O ouro se mantém estável nesta sexta-feira (25), com os preços à vista operando em US$ 3.348,00 por onça. O Bitcoin sobe 0,40%, a US$ 93.787,00.
Os preços do petróleo apresentam pouca variação nesta sexta. Os contratos futuros do Brent sobem 0,20%, a US$ 66,22 por barril.
Na Ásia, os mercados fecharam em alta. O índice Hang Seng, de Hong Kong, subiu 0,24%, enquanto o CSI 300, da China encerrou estável. O Nikkei 225, do Japão, avançou 1,90%. O Kospi, da Coreia do Sul, ganhou 0,95%, com o país se aproximando de um possível acordo comercial com os EUA.
As bolsas europeias abrem em leve alta nesta sexta. Nos EUA, os contratos futuros também sobem. No after market, as ações da Alphabet saltam cerca de 5,00% após a controladora do Google, uma das “Sete Magníficas”, superar as expectativas de receita e lucro no primeiro trimestre. Em contraste, os papéis da Intel caem mais de 5,00%, após projeções fracas e anúncio de cortes em despesas operacionais e de capital.
Ontem, por aqui o Ibovespa fechou em alta de 1,79%, aos 134.580 pontos. O dólar à vista fechou em baixa de 0,49%, cotado a R$ 5,69.
Economia
EUA: As encomendas de bens duráveis registraram forte alta de 9,2% na margem em março, superando com folga as expectativas de mercado, que apontavam para um aumento mais moderado. O avanço foi impulsionado por um acréscimo de US$ 26 bilhões nas encomendas de aeronaves e peças não voltadas à defesa. Excluindo o setor de transportes, as encomendas de bens duráveis ficaram estáveis no mês, levemente abaixo das projeções. As encomendas de bens de capital essenciais — uma medida da demanda empresarial por investimento — subiram 0,1%, em linha com o esperado, enquanto os embarques desses bens aumentaram 0,3%, superando levemente as estimativas.
EUA: As vendas de imóveis residenciais usados caíram 5,9% em março, para uma taxa anualizada de 4,02 milhões de unidades, abaixo das expectativas. As quedas foram lideradas pelas casas unifamiliares (-6,4%), enquanto vendas de condomínios ficaram estáveis. O preço mediano de venda caiu 0,9% no mês, mas ainda registra alta de 2,8% em 12 meses. A oferta melhorou, com o estoque disponível subindo para 4,5 meses.
Brasil: Diogo Guillen, diretor de Política Econômica do Banco Central, destacou a importância da moderação da atividade econômica para que a inflação retorne à meta de 3%. Guillen afirmou que o hiato do produto deve se tornar negativo em até 18 meses, o que reforça a eficácia da política monetária em curso, ainda que em um cenário contracionista. Embora não haja evidências concretas de desaceleração do PIB, ele apontou sinais iniciais de enfraquecimento da atividade e queda nos índices de confiança, mesmo com indicadores recentes ainda inconclusivos.
Guillen também alertou que as projeções do Copom não consideram políticas recentes como a isenção do Imposto de Renda para rendas até R$ 5 mil e o novo crédito consignado privado. Ele lembrou que experiências passadas com consignado privado resultaram em maior oferta de crédito, indo além da simples troca por linhas mais baratas. Por fim, afirmou que os canais de transmissão da política monetária seguem operando, embora com efeitos atenuados por esses estímulos adicionais.
Brasil: Paulo Picchetti, diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central afirmou que o orçamento e a duração do atual ciclo de alta da Selic — que em março subiu para 14,25% ao ano — ainda estão em aberto e serão ajustados conforme necessário para alinhar as expectativas à meta de inflação. Ele destacou que choques como as tarifas anunciadas pelos EUA configuram uma quebra estrutural difícil de quantificar, o que desaconselha compromissos firmes sobre os próximos passos da política monetária.
Preços de ativos selecionados¹
(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.
(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.
Fonte: Bloomberg.