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Mercados
Os mercados globais seguem em processo de recuperação à medida que se consolida a percepção de que as tarifas comerciais do governo Trump não serão implementadas com grande intensidade.
A abordagem mais gradual traz certa tranquilidade em relação à inflação, abre espaço para o Fed realizar cortes de juros no segundo semestre e reduz a pressão sobre o dólar — que havia atingido os níveis mais altos em 20 anos. Esses fatores contribuem para a recuperação dos mercados de risco.
Os juros dos Treasuries dos EUA estão em leve queda nesta sexta-feira (21). Os juros do Treasury de 10 anos estão em 4,48%, enquanto os juros de 2 anos recuam para 4,25%.
O dólar segue em baixa enquanto os investidores que haviam apostado fortemente em uma guerra comercial desmontam suas posições. Trump aplicou uma tarifa adicional de 10% sobre produtos chineses e anunciou planos para restabelecer as tarifas sobre aço e alumínio de seu primeiro mandato. No entanto, suspendeu as tarifas ameaçadas sobre Canadá e México, enquanto várias outras medidas seguem — por ora — apenas como ameaças.
O índice do dólar atingiu ontem (20) seu nível mais baixo em 2025, sendo negociado a 106,45 pontos. Os preços do ouro permaneceram estáveis nesta sexta, com o ouro à vista cotado a US$ 2.940,32 por onça.
Os preços do petróleo ampliaram os ganhos nesta hoje. Os contratos futuros do Brent subiam 16 centavos, ou 0,2%, para US$ 76,64 por barril.
Os mercados asiáticos recuaram na quinta-feira. Por lá, os investidores avaliavam as tarifas propostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, sobre importações de automóveis, semicondutores e produtos farmacêuticos.
As ações de Hong Kong atingiram o maior nível em três anos nesta sexta-feira, liderando os ganhos na região. As ações da Alibaba, listadas em Hong Kong, dispararam 14,7% após um aumento significativo no lucro.
Os mercados europeus abriram em alta. Enquanto isso, os futuros das ações dos EUA operavam próximos da estabilidade no início desta sexta, após os principais índices recuarem em resposta a uma previsão de resultados fracos da gigante do varejo Walmart.
Ontem, o Ibovespa fechou em leve alta de 0,23%, aos 127.601 pontos. O dólar à vista caiu 0,39%, cotado a R$ 5,7044, enquanto os juros futuros fecharam mistos, com os vencimentos curtos em baixa e os longos em alta.
Economia
Zona do euro: A atividade na zona do euro manteve-se fraca em fevereiro, com o PMI Composto em 50,2 pontos, próximo ao limiar entre expansão e contração. O crescimento na região segue limitado pela crise na manufatura, pela instabilidade política na Alemanha e na França, além das incertezas ligadas à guerra na Ucrânia e possíveis tarifas dos EUA.
Os dados apontam que a inflação nos serviços continua elevada, impulsionada por pressões salariais acima da média. Na Alemanha, o PMI subiu para 51 pontos, superando as expectativas e refletindo uma melhora econômica antes da eleição antecipada — na qual o candidato Friedrich Merz é visto como um potencial catalisador de investimentos. Na França, o PMI recuou para 44,5 pontos, indicando um desempenho fraco do setor de serviços.
EUA: O presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, prevê dois cortes de juros em 2025, mas ressalta a crescente incerteza econômica, especialmente diante das possíveis mudanças nas políticas comercial, fiscal, energética e imigratória do governo Trump. Empresários demonstram otimismo com alterações tributárias, mas preocupam-se com tarifas e restrições à imigração, que podem reduzir a oferta de mão de obra em setores como construção civil e turismo, afetando a economia.
O presidente do Fed de Chicago, Austan Goolsbee, destacou que a economia dos EUA vinha se ajustando positivamente, com desemprego em 4% e inflação desacelerando para a meta de 2%, mas alertou que novas diretrizes governamentais podem mudar esse cenário.
O presidente do Fed de St. Louis, Alberto Musalem, afirmou que a política monetária deve seguir “moderadamente restritiva” até que haja clareza sobre a trajetória da inflação, enfatizando os riscos de que mudanças na política econômica impactem o crescimento.
Mantemos nossa expectativa de 3 cortes de 25 pontos base pelo Fed ao longo do 2° semestre desse ano. O impacto das tarifas deverá ficar em torno de 0,4% no núcleo do PCE, mas — considerando o núcleo de inflação excluindo as tarifas apontando para 2,3% no final de 2025 e convergindo para 2,0% ao longo de 2026 — haverá espaço para a retomada do ciclo de cortes pelo Fed.
Preços de ativos selecionados¹


(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.
(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.
Fonte: Bloomberg.
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