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Mercados
Ontem (19) o Fed, banco central dos EUA, reduziu a taxa básica de juros em 25 pontos base, para a faixa-alvo de 4,25% a 4,5% ao ano.
A questão agora é o que acontecerá em 2025. Os ativos de risco despencaram depois que o Fed sinalizou que cortará as taxas de juros apenas duas vezes no próximo ano — e não mais quatro vezes, como previsto em sua última projeção feita em setembro. O S&P 500 caiu 2,95%, fechando a 5.872 pontos, enquanto o Nasdaq Composite perdeu 3,56%, encerrando aos 19.392 pontos.
O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, não ofereceu alívio. “Estamos em 4,25%, isso é significativamente restritivo, e acho que é uma taxa bem calibrada para continuarmos a progredir na redução da inflação, mantendo um mercado de trabalho forte”, afirmou o executivo. Veja mais detalhes na seção Monte Brava Analisa – FOMC.
As taxas dos títulos do Tesouro subiram após a perspectiva cautelosa do Fed. Hoje (19), a taxa de juros do título do Tesouro de 10 anos subiu para 4,52%, enquanto o título de 2 anos caiu para 4,32%.
O DXY, índice do dólar, está em 107,9 pontos e segue próximo ao pico de dois anos de (108,3) atingido na quinta-feira passada. Os preços do ouro subiram mais de 1% na manhã de hoje devido à cobertura de posições vendidas. O ouro à vista avançou 0,8%, sendo negociado a US$ 2.607,88 por onça.
Os preços do petróleo estão em queda no início das negociações desta quinta, com preocupações sobre a demanda por combustíveis. Os contratos futuros do Brent caíram 33 centavos, ou 0,45%, para US$ 73,06 por barril.
As ações e moedas asiáticas caíram hoje após o Fed sinalizar cortes mais limitados em 2025. Os investidores também avaliaram a decisão do Banco do Japão de manter sua taxa de política monetária inalterada em 0,25% pela terceira reunião consecutiva.
Os mercados europeus recuaram fortemente nesta quinta, seguindo o movimento de seus pares globais. Os futuros de ações dos EUA mostraram leve alta hoje.
Sob o efeito da desidratação do pacote fiscal no Congresso, a alta das Treasuries alavancou perdas nos ativos brasileiros ontem. O Ibovespa fechou em baixa de 3,15%, aos 120.772 pontos. O dólar à vista fechou com o novo recorde de R$ 6,2657, em alta de 2,78%, enquanto os juros futuros dispararam mais uma vez.
Economia
EUA: O Fed decidiu reduzir a taxa básica de juros dos EUA em 0,25 p.b., ajustando a faixa-alvo para o intervalo de 4,25% a 4,50% a.a. O comunicado destacou que a “extensão e o momento” de cortes adicionais dependerão das condições econômicas, sinalizando maior cautela quanto à trajetória futura dos juros.
A projeção do comitê para a taxa de juros ao final de 2025 foi revisada de 3,50% para 4,00% ao ano, indicando expectativa de apenas dois cortes de 25 p.b. — e não quatro cortes, como previsto na reunião de setembro. Essa revisão reflete ajustes nas expectativas frente ao cenário econômico atual. As principais alterações foram na trajetória do núcleo do PCE para 2025 e 2026, que foram elevadas de 2,2% e 2,0% para 2,5% e 2,2%, respectivamente.
Brasil: A Câmara dos Deputados concluiu a votação do Projeto de Lei que visa conter o crescimento de despesas com pessoal e incentivos tributários em caso de déficit primário, além de permitir o uso de superávit de quatro fundos para pagar a dívida pública entre 2025 e 2030. O projeto é parte do pacote de corte de gastos do governo para atingir a meta fiscal de 2025.
Uma emenda aprovada limita o bloqueio de emendas parlamentares às não impositivas, protegendo R$ 39,35 bilhões em emendas individuais e de bancada — o que reduz a margem de economia prevista pelo governo de R$ 14,4 bilhões para cerca de R$ 3,5 bilhões. O texto também permite o crescimento real de até 2,5% ao ano, acima do IPCA, para benefícios da seguridade social. As mudanças comprometem a meta de corte de R$ 70 bilhões em dois anos, dificultando a implementação das medidas fiscais.
Brasil: O Congresso Nacional aprovou a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2025, fixando uma meta de déficit fiscal zero para o ano, com possibilidade de uma margem de tolerância de até 0,25% do PIB, equivalente a R$ 30,9 bilhões. A meta para as estatais federais será de déficit primário de R$ 6,2 bilhões, enquanto estados, Distrito Federal e municípios têm projeção indicativa de superávit de R$ 1 bilhão. O Fundo Partidário será reajustado pelas regras do arcabouço fiscal, garantindo ao menos 0,6% de ganho real, com um impacto adicional estimado em R$ 160 milhões.
O número de despesas não contingenciáveis, inicialmente 71, foi ampliado para 93 na versão final do projeto. Essas despesas, que não podem ser bloqueadas mesmo em caso de risco à meta fiscal, tornam mais complexa a gestão orçamentária, reduzindo a margem de manobra do governo em situações de aperto fiscal.
Preços de ativos selecionados¹
(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.
(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.
Fonte: Bloomberg.