Fed concentra atenções do mercado global, votação do pacote fiscal é destaque no cenário doméstico

18/12/2024 às 09:20

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Quarta

Dez

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Mercados

O Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) divulga hoje (18) às 16h sua decisão de política monetária. O mercado aposta que o Fed cortará as taxas em 25 pontos base, mas o foco estará sobre o comunicado e a coletiva de imprensa com do presidente do banco central americano, Jerome Powell.

As últimas projeções econômicas e de taxas de juros do Fed também serão divulgadas. Elas poderão oferecer mais indícios sobre os próximos passos em questões como inflação, desemprego e produto interno bruto dos EUA.

As taxas dos títulos do Tesouro dos EUA permanecem praticamente estáveis. A taxa do título de 10 anos está em 4,40% e a do título de 2 anos está em 4,25%.

O dólar norte-americano manteve-se estável nesta quarta-feira, com o índice do dólar estável em 107. O ouro à vista está em leve alta de 0,1%, a US$ 2.648,40 por onça. Já no mercado de criptomoedas, o Bitcoin cai 2%, para US$ 104.257, após atingir um pico de US$ 108.379 na sessão anterior.

Os contratos futuros do petróleo tipo Brent avançaram 12 centavos, ou 0,16%, para US$ 73,31 por barril.

Os mercados asiáticos fecharam mistos nesta quarta. Na Europa, os mercados abriram em território positivo, com o índice pan-europeu STOXX 600 subindo 0,2%, enquanto os futuros das ações dos EUA também apresentaram leves altas.

O real é uma das moedas com pior desempenho global em 2024, acumulando depreciação superior a 25% frente ao dólar. O principal fator para a disparada do dólar é a percepção de que a dívida pública segue em uma trajetória insustentável.

O primeiro gatilho ocorreu em abril de 2024, quando o governo anunciou mudanças nas metas fiscais aprovadas em agosto de 2023. Desde então, o prêmio de risco aumentou, o dólar subiu e os ativos brasileiros perderam valor diante da percepção de que o governo — focado na popularidade — estaria relutante em resolver a questão fiscal.

Nem mesmo intervenções no mercado à vista foram suficientes para conter a alta do dólar. Nas últimas três sessões, o Banco Central injetou US$ 5,76 bilhões no mercado “spot”, mas o dólar segue no maior patamar nominal da história, perto de R$ 6,15.

Ontem (17) o dólar chegou a tocar R$ 6,20, mesmo com a intervenção do BC, e só fechou em R$ 6,09 após o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), anunciar que aceleraria a votação do pacote de corte de gastos proposto pelo governo.

A aprovação do pacote é essencial para conter a deterioração, mas a recuperação da confiança exige uma mudança de postura do governo. Negar a trajetória explosiva da dívida e ignorar déficits nominais da ordem de 10% do PIB enquanto culpa o mercado não resolverá a crise de credibilidade.

Mais medidas estruturais são necessárias para conter o crescimento explosivo dos gastos. Sem isso, a crise pode se aprofundar em uma dinâmica semelhante à fase terminal do governo Dilma.

Economia

EUA: As vendas no varejo subiram 0,7% em novembro — superando o consenso de 0,6% —, enquanto as vendas do grupo de controle cresceram 0,4% — em linha com as expectativas. A média móvel trimestral avançou 5,6%. O consumo segue sustentado por um mercado de trabalho robusto, salários reais em alta e maior confiança do consumidor.

EUA: A produção industrial nos EUA caiu 0,1% em novembro, marcando o terceiro mês consecutivo de retração. O desempenho foi impactado por quedas nos setores de serviços públicos e mineração.

Brasil: A Câmara dos Deputados aprovou o texto-base do primeiro Projeto de Lei do pacote de medidas, que restringe o crescimento de despesas com pessoal e concessão de incentivos tributários em caso de déficit primário. A partir de 2025, a União ficará proibida de criar ou ampliar benefícios fiscais até que registre superávit primário. Haverá proibição semelhante para despesas de pessoal e seus encargos, mas somente até 2030. Se houver déficit, tanto o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) quanto a própria lei derivada dele não poderão apresentar crescimento anual real maior que 0,6% em relação ao montante do ano anterior.

O texto permite o uso do superávit de quatro fundos públicos para amortizar a dívida pública entre 2025 e 2030, medida que inicialmente previa maior liberdade de aplicação desses recursos. Além disso, o parecer do relator, Dep. Átila Lira (PP-PI), manteve a regra que condiciona novas despesas com benefícios da seguridade social ao limite de crescimento do arcabouço. Também foi preservada a possibilidade de bloqueio de até 15% das emendas parlamentares.

O presidente da Câmara, Arthur Lira, declarou que o projeto que limita o ganho real do salário mínimo e a proposta de emenda à Constituição que restringe o acesso ao abono salarial de maneira gradual — que compõem o pacote de ajuste fiscal do governo — devem ser votados nesta quarta pelos parlamentares.

Preços de ativos selecionados¹

(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.

(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.                 

Fonte: Bloomberg.

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