Dados da inflação americana impulsionam ativos de risco - Monte Bravo

Dados da inflação americana impulsionam ativos de risco

16/01/2025 às 09:14

16

Quinta

Jan

4 minutos de leitura
Compartilhar

📄 Para conferir o Informe Diário em formato PDF, clique aqui.

Mercados

Ontem (15), os ativos de risco ao redor do mundo tiveram um bom desempenho após dados indicarem que a inflação nos EUA está em declínio. Os juros caíram, o dólar enfraqueceu e as ações subiram. O S&P 500 subiu 1,83% e o Nasdaq Composite avançou 2,45%, enquanto o índice de small caps Russell 2000 ganhou cerca de 2%.

A desaceleração da inflação nos EUA (veja adiante) renovou as esperanças de uma política monetária menos restritiva por parte do Fed neste ano.

A perspectiva de mais cortes na taxa de juros pelo Fed neste ano ganhou força após os dados. Na quarta-feira, os mercados futuros de juros passaram a embutir chances de mais do que um corte nos juros até o final deste ano.

A taxa de juros dos Treasuries de 10 anos caiu à medida que investidores absorviam os dados sobre a inflação. Nesta manhã, a taxa de 10 anos está em 4,66%, recuando ainda mais do pico de 14 meses alcançado na segunda-feira (13). O título de 2 anos caiu para 4,29%.

O dólar enfraqueceu frente às principais moedas após dados mais moderados sobre aliviarem os temores de uma aceleração inflacionária. O índice do dólar, que mede a moeda americana contra seis pares principais, recuou 0,1% para 109,1 e afastou-se ainda mais do pico de 26 meses, 110,17, alcançado nesta segunda.

Os preços do ouro estão estáveis nesta quinta-feira (16) após atingirem seus maiores níveis em mais de um mês. O ouro à vista manteve-se em US$ 2.696,30 por onça. O Bitcoin continuou sua recuperação e negocia a US$ 99.267.

Os preços do petróleo subiram pelo segundo dia consecutivo hoje após um declínio maior do que o esperado nos estoques de petróleo bruto dos EUA, que somaram-se às preocupações com a oferta — impulsionadas pelas sanções norte-americanas ao comércio de energia da Rússia. Os futuros do Brent subiram 30 centavos, ou 0,4%, para US$ 82,33 por barril.

Os mercados asiáticos subiram majoritariamente nesta quinta, após o salto das bolsas norte-americanas na véspera, impulsionados pelos fortes resultados dos bancos. Na Europa, os mercados estão em alta nesta manhã, com as ações de luxo disparando após bons resultados da Richemont, proprietária da Cartier. Os futuros das ações dos EUA apresentam ligeira alta.

Ontem, por aqui o Ibovespa registrou forte alta de 2,81%, aos 122.650 pontos, com o apetite por risco acompanhando a tendência externa. Os bancos deram suporte ao desempenho do Ibovespa, beneficiadas pelo alívio nos juros futuros. O dólar à vista fechou em baixa de 0,35%, a R$ 6,0252.

Economia

EUA: O núcleo do CPI, que exclui alimentos e energia, subiu 0,2% em dezembro, desacelerando em relação à média dos quatro meses anteriores (+0,3%). Essa desaceleração foi influenciada por quedas em hospedagens, menor avanço nos serviços médicos e aumentos moderados nos aluguéis. Os preços de habitação, principal componente dos serviços, cresceram 0,3%, enquanto serviços excluindo habitação e energia tiveram alta de 0,2%, a menor desde julho. Em 12 meses, o núcleo do CPI desacelerou para 3,2%, e as médias móveis trimestrais apontaram perda de fôlego em dezembro.

Os dados reforçam o progresso do processo de desinflação, favorecendo uma pausa na política de juros na próxima reunião do Fed, que acontece em janeiro. Avaliamos que o banco central americano deve esperar a posse do novo presidente Donald Trump e as eventuais medidas — em especial, sobre tarifas comerciais — para avaliar o cenário e definir os próximos passos. Mantemos a expectativa de que a taxa de juros básica será reduzida em cortes de 25 p.b. nas reuniões de junho, setembro e dezembro, levando os juros para 3,75% a.a.

EUA: Os presidentes do Fed de Richmond, Tom Barkin, e de Nova York, John Williams, reforçaram a necessidade de manter a política monetária restritiva para alcançar a meta de 2% de inflação após a divulgação do CPI de dezembro. Barkin destacou que a inflação está convergindo para o alvo, mas ainda há trabalho a ser feito. Williams demonstrou confiança na continuidade do processo de desinflação, enfatizando que as expectativas inflacionárias estão bem ancoradas, mas alertou que alcançar a meta levará tempo e que futuras decisões dependerão dos dados econômicos.

Brasil: O setor de serviços registrou queda de 0,9% na margem em novembro, após altas de 0,9% em setembro e 1,4% em outubro. Apesar da retração ser esperada, sua magnitude surpreendeu, ficando abaixo do consenso de queda de 0,5% na margem. A principal contribuição negativa veio do setor de transportes, pressionado por altas nos preços das passagens aéreas e pela devolução de efeitos pontuais, como a gratuidade no transporte municipal durante as eleições. Os serviços técnico-profissionais também recuaram, devido a quedas em atividades jurídicas e aluguéis de máquinas.

Por outro lado, três segmentos registraram alta: i) Serviços de Informação e Comunicação, com máxima histórica puxada por telecomunicações; ii) Outros Serviços, impulsionados por seguros e planos de saúde; e iii) Serviços Prestados às Famílias, com avanços em alojamento e alimentação. Apesar do desempenho misto entre os agrupamentos, a queda geral reforça sinais de desaceleração no setor de serviços em novembro. Considerando esse resultado, o tracking do PIB foi revisado de 0,5% para 0,4% na margem no 4° trimestre, com o crescimento do ano revisto de 3,6% para 3,5%.

Preços de ativos selecionados¹

(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.

(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.                 

Fonte: Bloomberg.

Indicadores de hoje

Indicadores do dia anterior

Artigos Relacionados

  • 04

    Terça

    Fev

    04/02/2025 às 09:28

    Informe Diário

    Com tarifas no radar, mercados operam em compasso de espera

    📄 Para conferir o Informe Diário em formato PDF, clique aqui. Mercados Os mercados internacionais estão, novamente, em compasso de espera nesta terça-feira (04). Isso acontece após a China anunciar que irá impor tarifas de importação para alguns produtos norte-americanos em resposta às tarifas anunciadas pelo governo dos EUA. O movimento vem após a sinalização de …

    Continue lendo
  • 03

    Segunda

    Fev

    03/02/2025 às 09:17

    Informe Diário

    Após tarifas nos EUA, investidores diminuem apetite ao risco

    📄 Para conferir o Informe Diário em formato PDF, clique aqui. Mercados Os mercados de risco estão em módulo de redução de risco, com investidores em busca de posições de segurança após os EUA aplicarem tarifas sobre bens. As tarifas, que entram em vigor no dia 4 de fevereiro, estão sendo vistas como instrumento de pressão …

    Continue lendo
  • 31

    Sexta

    Jan

    31/01/2025 às 09:06

    Informe Diário

    Mesmo com DeepSeek e tarifas no radar, mercados reencontram o equilíbrio ao longo da semana

    📄 Para conferir o Informe Diário em formato PDF, clique aqui. Mercados Os investidores continuam monitorando o impacto da empresa chinesa de inteligência artificial DeepSeek — que abalou os mercados na segunda-feira (27) com a possibilidade de modelos de IA muito mais baratos — e as ameaças tarifárias do presidente dos EUA, Donald Trump. No entanto, …

    Continue lendo

Fechar

Loading...