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Mercados
A conduta errática e agressiva de Donald Trump em relação às tarifas provocou um dos períodos mais instáveis já registrados nos mercados de ativos globais.
Não só as ações têm tido movimentos extremos, mas os mercados cambiais e de títulos também foram arrastados. Ao mesmo tempo, a taxa de juros das Treasuries de 10 anos dos EUA saltou de 3,99% no início da semana passada para 4,49% no fechamento da sexta-feira (11), o maior avanço semanal desde 2001 — um indicador de risco, pois o cenário mais comum diante da perspectiva de recessão seria que as taxas caíssem.
No fim de semana, em mais uma mudança, os EUA anunciaram que smartphones, computadores e outros dispositivos e componentes serão temporariamente isentos das tarifas. Ao todo, 20 categorias ficam isentas da tarifa de 125% sobre importações chinesas e da alíquota base de 10% sobre bens de outros países. No entanto, a tarifa de 20% sobre os produtos chineses permanece, enquanto a taxa sobre semicondutores ainda vai ser definida.
Embora a decisão de isentar estes componentes represente uma vitória para as big techs, o caráter improvisado e provisório mantém o mercado sob forte incerteza quanto aos próximos passos. Afinal, que empresário vai decidir investir em qualquer coisa nesse ambiente maluco?
O resultado disso tudo é um questionamento sobre o “excepcionalismo americano” com perdas gigantescas nos mercados acionários, aumento da expectativa de inflação e uma recessão pairando no horizonte. O mais preocupante, porém, é a volatilidade incomum no mercado de títulos, com a taxa das Treasuries de 10 anos subindo mais de 50 pontos base.
Antes considerado um ativo de proteção em tempos de incerteza, os títulos dos EUA estão caindo — fazendo os juros subirem — em função de possíveis vendas por parte de investidores estrangeiros como Japão e China e/ou em função das perdas nos outros mercados que obrigam os investidores a liquidarem posições.
Na manhã desta segunda-feira (14), as taxas de juros das Treasuries recuam levemente, mas seguem pressionadas. O título de referência de 10 anos opera em queda de 5 p.b., a 4,44%, enquanto o papel de 2 anos recua 6 p.b., para 3,91%.
O dólar segue enfraquecendo frente às principais moedas, com o DXY em 99,50 pontos — o menor nível em três anos.
Os preços do ouro recuam dos níveis recorde com o alívio depois da isenção. O ouro à vista cai 0,10%, a US$ 3.232 por onça.
Os preços do petróleo sobem levemente, com o Brent em alta de 0,70% a US$ 65,40 por barril.
Os mercados asiáticos fecham em alta nesta segunda-feira com o alívio nas tarifas sobre eletrônicos de consumo impulsionando o apetite por risco. A Bolsa de Hong Kong lidera os ganhos na região, com o índice Hang Seng subindo 2,40%. O CSI 300 da China continental avança 0,23%, enquanto o Nikkei 225 do Japão encerra com alta de 1,18%.
As bolsas europeias operam em alta na manhã desta segunda, com o índice pan-europeu STOXX 600 subindo 2,0%.
Os futuros de ações nos EUA também avançam nesta manhã. O mercado se prepara para uma semana intensa de balanços, com destaque para os resultados de grandes bancos como Goldman Sachs, Bank of America e Citigroup. Também devem divulgar seus números a Netflix e a United Airlines.
Na sexta-feira, por aqui o Ibovespa avançou 1,05%, aos 127.682 pontos. O dólar à vista fechou em baixa de 0,47%, a R$ 5,8708, enquanto os juros recuaram de forma expressiva.
Destaques do Boletim Focus do Banco Central (11/04/2025):
- IPCA/2025 ficou estável em 5,65%, enquanto o IPCA/2026 ficou estável em 4,50%
- PIB/2025 subiu de 1,97% para 1,98%, enquanto o PIB/2026 subiu de 1,60% para 1,61%;
- Dólar/2025 ficou estável em R$ 5,90, enquanto o Dólar/2026 caiu de R$ 5,99 para R$ 5,97;
- Selic/25 ficou estável em 15,00% a.a., enquanto a Selic/2026 ficou estável em 12,50% a.a.;
- Primário/25 ficou estável em -0,60%, enquanto Primário/26 ficou estável em -0,70%.
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Preços de ativos selecionados¹


(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.
(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.
Fonte: Bloomberg.
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