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- Com investidores na expectativa pela reunião do Fed, taxas dos juros dos EUA estão estáveis;
- Na zona do euro, BCE anunciou corte dos juros para 3,00% ao ano;
- Pressionado pelo risco de desidratação das medidas fiscais, o Ibovespa teve forte queda ontem;
- Forte alta dos juros futuros após reunião do Copom também pressionou papéis da Bolsa;
- Também por aqui, vendas no varejo registraram dados acima das expectativas em outubro.
Mercados
O retorno do título de referência do Tesouro americano de 10 anos está estável em 4,33% nesta sexta-feira (13) após subir mais de 6 pontos base ontem (12), enquanto os investidores aguardam a reunião do Fed da semana que vem. A taxa do título de 2 anos, por sua vez, está praticamente estável em 4,20%.
O índice do dólar, que mede a moeda americana frente ao euro, iene e outras três moedas, subiu para 107 — maior patamar desde 26 de novembro. Na semana, o índice acumula alta superior a 1%.
Os preços do ouro subiram nesta sexta e caminham para um ganho semanal. A alta foi impulsionada por relatos de que a China, maior consumidora mundial, retomou compras do metal, além de expectativas crescentes de uma redução na taxa de juros pelo Fed na reunião de 17 e 18 de dezembro. O ouro à vista avançou 0,3%, cotado a US$ 2.688,29 por onça.
Os preços futuros do petróleo tipo Brent caíram para US$ 73,3 por barril à medida que investidores focam em previsões de oferta abundante.
As ações chinesas lideraram as perdas na Ásia hoje, após a confirmação de Pequim sobre os planos para estimular o crescimento. Os planos, no entanto, frustraram as expectativas. O índice Hang Seng de Hong Kong recuou 1,83%, enquanto o CSI 300 da China continental caiu 2,37%.
Os mercados europeus abriram em baixa nesta sexta, com o índice STOXX 600 recuando 0,2%, enquanto os futuros das ações americanas permanecem praticamente estáveis.
As ações da Broadcom saltaram 14% após a empresa apresentar resultados acima do esperado, confirmando a forte demanda de chips customizados para inteligência artificial. A empresa também ofereceu uma projeção melhor do que o esperado para o quarto trimestre, destacando a divisão de semicondutoras.
No Brasil, ontem o Ibovespa fechou em forte baixa de 2,74%, aos 126.042 pontos. Novamente, a questão fiscal trouxe preocupações diante do risco das medidas serem desidratadas no Congresso.
Além disso, a última reunião do Copom gerou uma forte correção para cima nos juros futuros e os papéis ligados ao ciclo econômicos foram afetados. O dólar à vista fechou em alta de 0,86%, a R$ 6,0072.
Economia
Zona do euro: O Banco Central Europeu (BCE) reduziu a taxa de juros pela terceira reunião consecutiva, fixando a taxa de depósitos em 3,00% ao ano após 100 p.b. de cortes desde junho. O comunicado adotou um tom mais dovish e abandonou a ideia de manter as taxas “suficientemente restritivas”.
A presidente do BCE Christine Lagarde destacou que a direção dos juros está clara, mas o ritmo dos cortes dependerá dos dados econômicos. O BCE revisou para baixo as projeções de crescimento para os próximos três anos e reconheceu riscos, indicando preocupação com a economia. Embora as previsões de inflação para 2024 e 2025 tenham sido reduzidas, a projeção de núcleo permaneceu inalterada e a estimativa para 2027 é de 2,1%. A comunicação reflete satisfação com o progresso inflacionário e uma cautela em evitar uma desaceleração econômica que possa gerar inflação abaixo da meta.
EUA: O índice de preços ao produtor (PPI) avançou 0,4% em novembro — maior alta desde junho —, impulsionado por um aumento de 0,7% nos preços de bens. O destaque ficou com alimentos, que subiram 3,1% — maior alta em dois anos.
O surto de influenza aviária elevou os preços dos ovos em 55%, enquanto vegetais frescos e secos aumentaram 33% e frutas frescas e melões, 22%. Os custos de serviços subiram apenas 0,2% — menor avanço em quatro meses —, com componentes como saúde e gestão de portfólio mostrando variações mínimas ou quedas. Essa dinâmica sugere uma moderação na pressão inflacionária sobre o núcleo do índice PCE, projetado para subir 0,13% em novembro.
Brasil: As vendas no varejo tiveram forte desempenho em outubro e avançaram pelo segundo mês consecutivo. Com alta de 0,4% na margem no conceito restrito e alta de 0,9% na margem no ampliado, os dados superaram as expectativas de mercado. O conceito restrito renovou a máxima histórica pelo segundo mês consecutivo, impulsionado por seis das oito categorias — com destaque para móveis e eletrodomésticos, que alcançaram o maior volume de vendas desde 2021.
No conceito ampliado, o principal destaque foi o mercado automotivo, que avançou 8,1% na margem, acumulando alta de 14,4% no ano. Esses resultados reafirmam o fortalecimento do comércio varejista, que continua a se expandir em diferentes categorias, apesar de pressões inflacionárias em alguns segmentos. Com o resultado das vendas do varejo e do setor de serviços, o tracking do PIB do 4° trimestre foi revisado de 0,4% para 0,6% na margem, o que implica na revisão da projeção do PIB em 2024 de 3,4% para 3,6%.
Preços de ativos selecionados¹
(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.
(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.
Fonte: Bloomberg.