Para conferir o Informe Diário em formato PDF, clique aqui.
- Mercados realizam lucros após rali com a eleição de Trump nos EUA;
- Nesta quarta, investidores olham com atenção para dados da inflação americana;
- Dólar bate máxima de seis meses no mercado internacional;
- Por aqui, vendas no varejo ficam aquém das expectativas em setembro;
- Incerteza sobre ajuste fiscal continua, bem como seu efeito nocivo para os ativos financeiros.
Mercados
Os mercados estão passando por uma realização de lucros após o rali da eleição de Trump. Hoje (13), os investidores estarão atentos aos números do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) de outubro, com divulgação prevista para as 9h30, para avaliar o quanto os custos de bens e serviços aumentaram. Economistas esperam uma alta de 0,2% no CPI mensal, o que elevaria a taxa anualizada para 2,6%. O núcleo do CPI deve registrar um avanço de 0,3%.
Os juros dos títulos do Tesouro dos EUA subiram na terça-feira (12), enquanto os investidores digeriam as possíveis implicações da vitória de Donald Trump para as taxas de juros. O juro do título de 10 anos aumentou mais de 11 pontos base, para 4,426%, enquanto o título de 2 anos subiu mais de 8 p.b. para 4,342%.
O dólar norte-americano manteve-se próximo ao pico de seis meses e meio em relação às principais moedas. O Bitcoin se estabilizou logo abaixo de suas máximas históricas nesta quarta.
O índice do dólar (DXY), que mede a moeda ante uma cesta de seis moedas, subiu 0,02% para 106,01, próximo da máxima de 106,17 registrada ontem — o nível mais alto desde 1º de maio. O Bitcoin interrompeu sua escalada recorde, caindo 0,23% a US$ 87.105, após atingir uma máxima histórica de US$ 89.998 na terça.
Os preços do petróleo avançaram levemente nesta quarta-feira, refletindo sinais de aperto na oferta no curto prazo, mas continuaram próximos aos níveis mais baixos em duas semanas. Na terça-feira, a OPEP revisou para baixo suas projeções de crescimento da demanda global por petróleo em 2024 e 2025. O Brent subiu 13 centavos, ou 0,18%, para US$ 72,02 por barril.
Os mercados acionários da Ásia recuaram nesta quarta, acompanhando as perdas em Wall Street na véspera depois que o rali pós-eleitoral nos EUA perdeu força. As bolsas europeias abriram em leve baixa, com os mercados globais focados nos próximos dados de inflação nos EUA. Os futuros de ações norte-americanas também indicam queda.
Por aqui, ontem, o Ibovespa encerrou em leve baixa de 0,14%, aos 127.698 pontos. O dólar à vista ficou estável, com alta marginal de 0,03%, cotado a R$ 5,7714. Os juros futuros subiram diante da falta de novidades concretas sobre o pacote fiscal do governo.
O governo parece não compreender o efeito nocivo da incerteza sobre os ativos e sobre o cenário econômico de 2025.
Economia
EUA: O presidente do Fed de Richmond, Thomas Barkin, destacou que a economia está em um momento favorável que permite ao banco central reduzir os juros. Ele observou que os consumidores estão mais seletivos, e a força de trabalho se mostra produtiva, o que beneficia a economia. Com o mercado de trabalho robusto e boas condições para retenção de talentos, Barkin afirmou que o Fed está preparado para agir conforme a evolução econômica.
Segundo ele, a diminuição da incerteza eleitoral pode impulsionar investimentos e aumentar riscos inflacionários. Por outro lado, pressões sobre lucros podem levar empresas a demissões, elevando riscos para o emprego. O Fed, por ora, continuará monitorando o cenário e a postura do novo governo.
O presidente do Fed de Minneapolis, Neel Kashkari, afirmou que a decisão sobre um possível corte de juros em dezembro dependerá dos dados de inflação. Ele considerou improvável uma aceleração súbita no mercado de trabalho a curto prazo — o que, para ele, sugere uma pausa nos cortes a menos que surja uma alta inflacionária inesperada. Kashkari ressaltou que a economia permanece forte, embora a inflação ainda esteja acima da meta de 2% e possa levar até dois anos para alcançá-la. Ele sugeriu que o aumento da produtividade pode ter elevado a taxa de juros neutra, ponto em que a política monetária se mantém equilibrada.
Brasil: As vendas do varejo restritas registraram alta de 0,5% na margem em setembro, enquanto as vendas do varejo ampliadas — que incluem automóveis e material de construção — cresceram 1,8% a margem, mas ambos os resultados ficaram aquém das expectativas. As médias móveis de três meses subiram em ambos os conceitos, e o varejo restrito atingiu um patamar histórico, igualando maio, impulsionado anteriormente por estocagem e doações em resposta a enchentes no RS.
No conceito ampliado, a alta nas vendas de veículos e materiais de construção impulsionou o resultado, especialmente com o maior volume de vendas de automóveis desde 2012. O atacarejo seguiu em retração, perdendo participação relativa nas vendas do varejo ampliado.
Entre as categorias, o desempenho foi dividido, com altas em combustíveis e artigos pessoais, enquanto vestuário e eletrodomésticos registraram quedas, refletindo menor demanda e moderação de renda. A categoria farmacêutica destacou-se, renovando máximas e registrando um crescimento de 14,7% no ano. Considerando o resultado das vendas do varejo, o tracking do PIB indica alta de 0,6% na margem no 3° trimestre, com a economia mantendo bom desempenho. Para 2024, a projeção segue em alta de 3,0%.
Preços de ativos selecionados¹
(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.
(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.
Fonte: Bloomberg.