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Mercados
Os mercados globais parecem ter superado a surpresa com a inflação nos Estados Unidos ontem e operam em alta na abertura desta quinta-feira (13). O movimento acontece à medida que o fim da guerra entre Ucrânia e Rússia se torna uma perspectiva mais concreta.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse na quarta-feira (12) que conversou com o presidente russo, Vladimir Putin, e com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, e que ambos os líderes querem a paz. Ele afirmou ter ordenado que autoridades dos EUA iniciassem imediatamente negociações para encerrar a guerra.
As taxas dos Treasuries dos EUA recuam na manhã de hoje após subirem cerca de 10 pontos base em resposta ao CPI acima da expectativa. Os mercados passaram a embutir apenas 28 p.b. de cortes para este ano, ante cerca de 37 p.b. antes da divulgação dos dados. A taxa de juros do Treasury de 10 anos recua 3 p.b., para 4,597%, e o título de 2 anos está em 4,33%.
O índice do dólar (DXY) — que mede a moeda norte-americana em relação ao iene, euro e outras divisas — caiu 0,03%, para 107,88 pontos, após atingir a máxima de uma semana (108,52) na sessão anterior.
Os preços do ouro avançavam nesta quinta, à medida que os mercados acompanham de perto os desdobramentos dos planos tarifários do presidente dos EUA. O ouro à vista subia 0,2%, a US$ 2.908,50 por onça.
Os preços do petróleo caíram hoje diante da expectativa de que um possível acordo de paz entre Ucrânia e Rússia leve ao fim das sanções que têm prejudicado os fluxos de oferta. Enquanto isso, a intenção do presidente de Donald Trump de introduzir tarifas recíprocas alimentou temores inflacionários. Os contratos futuros do Brent recuam US$ 0,55, ou 0,73%, para US$ 74,63 por barril.
Os mercados da Ásia fecharam em alta nesta quinta, contrariando Wall Street — que caiu durante a noite após dados da inflação nos EUA.
As bolsas europeias abriram com ganhos hoje em meio a uma enxurrada de balanços corporativos e dados econômicos. Enquanto isso, nos EUA os futuros de Wall Street operam levemente em alta.
Por aqui, ontem o Ibovespa seguiu a tendência de cautela externa e fechou em baixa, caindo 1,69%, aos 124.380 pontos. O dólar à vista fechou em baixa de 0,08%, a R$ 5,7631, e os juros futuros fecharam com os curtos em baixa e os longos em alta.
Economia
EUA: O núcleo do CPI subiu 0,4% na margem em janeiro, acima da expectativa de 0,3%. Em 12 meses, o núcleo do CPI acelerou de 3,2% em dezembro para 3,3% em janeiro. As despesas com moradia, como aluguéis e calefação, também contribuíram para a pressão inflacionária, enquanto a expectativa é de que parte do impacto dos bens — automóveis — seja transitório.
A inflação de bens, que estava estável em dezembro, subiu 0,3% em janeiro, com destaque para o aumento nos preços de automóveis usados e caminhões devido aos incêndios na Califórnia. A inflação de serviços mostrou maior disseminação entre os setores e registrou alta de 0,5%, com destaque para os gastos de moradia e calefação. Excluindo moradia, os serviços tiveram uma alta ainda mais expressiva, de 0,8%, impulsionada por seguro de automóveis, serviços hospitalares e passagens aéreas. Parte desses aumentos, no entanto, tende a se dissipar nos próximos meses devido a reajustes anuais.
Em relação ao Fed, a indicação dada por Jerome Powell em seu testemunho semianual ao Congresso nesta semana foi reforçada após os dados do CPI. O presidente do Fed afirmou que o banco central americano será paciente para decidir quando retomar o processo de corte de juros.
Avaliamos que parte dessas pressões de preços se mostrarão passageiras e o impacto das tarifas ficará contido entre 0,3% a 0,5% no núcleo do PCE, de tal forma que, ao longo do segundo semestre, haverá espaço para o Fed retomar o ciclo de corte de juros, com três reduções de 25 pontos base, levando a taxa de juros básica para 3,75% a.a.
Brasil: O setor de serviços registrou queda de 0,5% na margem em dezembro, embora tenha avançado 2,4% na comparação anual. O resultado ficou abaixo das projeções e levou o setor de volta ao nível de julho, o menor desde agosto. Apesar disso, 2024 fechou com crescimento de 3,1%, impulsionado por serviços técnico-profissionais, tecnologia da informação, telecomunicações, alimentação, transporte aéreo e serviços audiovisuais. Em contrapartida, o transporte rodoviário de cargas recuou 4,6% no ano, sendo a principal contribuição negativa. Entre os cinco grandes segmentos, apenas os serviços prestados às famílias cresceram no mês, enquanto os transportes ficaram estáveis e os demais recuaram.
Considerando esse resultado, o tracking do PIB foi revisado de 0,4% para 0,3% na margem no 4° trimestre, com o crescimento de 2024 mantido em 3,5%. A expectativa é que a economia desacelere com o impacto do aumento das taxas de juros reais ao longo desse ano, com o crescimento do PIB de 1,6% em 2025.
Preços de ativos selecionados¹


(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.
(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.
Fonte: Bloomberg.
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