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- Panorama geopolítico segue em foco;
- Inflação americana é o grande foco do mercado internacional;
- Por aqui, Câmara aprova projeto que reestrutura dívida dos estados com a União;
- IPCA registrou alta de 0,39% em novembro, em linha com as projeções;
- Com inflação acelerada e crescimento acima do potencial, Selic deve subir para 12,25% a.a. hoje.
Mercados
No front geopolítico, o exército israelense informou ter atacado a maior parte dos estoques estratégicos de armas na Síria, atingido duas instalações navais sírias. Na Coréia do Sul, a polícia realizou uma busca no escritório presidencial em relação à lei marcial.
O foco de hoje será na divulgação do índice de preços ao consumidor dos EUA (CPI) de novembro, às 10h30. Economistas esperam que a inflação suba 0,3% em relação a outubro e 2,7% em comparação ao mesmo período do ano passado. Excluindo preços voláteis de alimentos e energia, o chamado núcleo do CPI deve aumentar 0,3% no mês e 3,3% em relação aos últimos 12 meses.
O Fed deve cortar as taxas de juros em 25 pontos base no dia 18 de dezembro. Após isso, a maioria dos analistas espera uma pausa em janeiro devido a preocupações com riscos inflacionários.
As taxas de juros dos Treasuries apresentaram poucas mudanças nesta quarta-feira (11), com o título de 10 anos em leve alta para 4,24% e o de 2 anos subindo para 4,17%.
O índice do dólar, que mede a moeda americana contra o iene e outros cinco pares principais, manteve-se estável em 106,4.
Os preços do ouro atingiram o maior nível em duas semanas nesta hoje, apoiados pelas crescentes tensões geopolíticas e expectativas de mais um corte nas taxas de juros pelo Fed. O ouro à vista sobe 0,2%, cotado a US$ 2.699 por onça.
Os preços do petróleo tiveram leve alta, com participantes do mercado esperando um aumento na demanda da China após Pequim anunciar uma política monetária mais flexível para estimular o crescimento econômico. Os futuros do Brent avançaram US$ 0,10, ou 0,14%, para US$ 72,29 o barril.
Os mercados asiáticos fecharam mistos nesta quarta, enquanto investidores aguardam a conferência anual de trabalho econômico, que delineará as políticas econômicas e metas de crescimento para o próximo ano.
Os mercados europeus também apresentam desempenho misto. O índice pan-europeu STOXX 600 opera praticamente estável, em linha com os futuros de ações dos EUA.
O Ibovespa fechou em alta de 0,80% ontem (10), aos 128.229 pontos. O índice da Bolsa foi beneficiado pelo alívio no juros futuros, uma vez que o dólar à vista fechou em baixa de 0,57%, a R$ 6,0480.
Economia
Brasil: A Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei Complementar que cria o Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag), oferecendo condições mais favoráveis para a quitação de débitos estaduais com a União. A medida prevê a redução da taxa de juros de IPCA + 4% ao ano para IPCA + 2% ao ano, com possibilidade de novos descontos mediante o cumprimento de requisitos específicos — como investimentos em ensino técnico profissionalizante e contribuições a um Fundo de Equalização Federativa. As dívidas estaduais, que somam mais de R$ 765 bilhões, poderão ser parceladas em até 30 anos, com adesão ao programa permitida até o final de 2025.
O projeto também exige que os estados limitem o crescimento das despesas primárias seguindo as regras do novo arcabouço fiscal. O Tesouro Nacional assumirá parte do custo financeiro, com juros mais baixos que os da Dívida Pública Federal.
Brasil: O IPCA registrou alta de 0,39% em novembro, em linha com as expectativas, refletindo pressões inflacionárias em alimentos, passagens aéreas, reajuste nos preços dos cigarros e serviços de recreação. A contribuição deflacionária de itens ligados às promoções da Black Friday foi menor do que o esperado — especialmente em móveis, utensílios e vestuário. Apesar de o resultado geral estar dentro do previsto, os núcleos da inflação e os preços de serviços e bens aceleraram na variação anual, indicando persistência inflacionária.
Os núcleos mantiveram-se em patamar elevado, com alta mensal de 0,39% e aceleração anual de 4,0% para 4,2%. O núcleo de bens registrou deflação na margem devido às promoções da Black Friday, mas o impacto foi inferior ao do ano anterior, levando a uma aceleração anual de 1,7% para 2,1%. Os serviços continuaram pressionados pelo mercado de trabalho aquecido, com alta mensal de 0,60% no núcleo e uma aceleração da taxa anual de 5,3% para 5,7% — impulsionados por alimentação fora do domicílio, seguro de automóvel e entretenimento.
Com a inflação corrente elevada e riscos como crescimento acima do potencial e desancoragem das expectativas inflacionárias, o Banco Central deve adotar uma postura mais agressiva na política monetária. Projetamos alta de 100 pontos base na Selic em dezembro e janeiro, seguida por aumentos de 50 p.b. em março e maio de 2025, encerrando o ciclo com a taxa em 14,25% ao ano. A projeção do IPCA para dezembro foi mantida em 0,62%, com o índice anual atingindo 4,9% em 2024.
Preços de ativos selecionados¹
(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.
(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.
Fonte: Bloomberg.