Novas tarifas preocupam mercado e pressionam ativos de risco - Monte Bravo

Novas tarifas preocupam mercado e pressionam ativos de risco

10/02/2025 às 09:24

10

Segunda

Fev

4 minutos de leitura
Compartilhar

📄 Para conferir o Informe Diário em formato PDF, clique aqui.

Mercados

Os mercados de risco recuaram na sexta-feira (07). Os ativos foram pressionados por preocupações com tarifas e inflação após o presidente dos EUA, Donald Trump, declarar que pretende impor tarifas recíprocas sobre parceiros comerciais. A medida pode levar a um aumento generalizado das tarifas, equiparando as taxas cobradas sobre produtos americanos no exterior.

Trump afirmou que anunciará tarifas de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio, incluindo as provenientes do Canadá e do México.

Caso confirmadas, as tarifas terão impacto no Brasil, pois 48% das exportações brasileiras de aço têm os EUA como destino. No caso do alumínio, o percentual é de 16,00%. No total, aproximadamente US$ 6,50 bilhões em vendas seriam afetados pelas novas taxações.

De acordo com a pesquisa de confiança do consumidor da Universidade de Michigan referente a fevereiro, os consumidores dos EUA demonstraram maior preocupação com a inflação de curto prazo. A pesquisa revelou que os entrevistados projetam uma inflação de 4,30% para os próximos 12 meses —aumento de 1 ponto percentual ante janeiro e o nível mais alto desde novembro de 2023.

O relatório de emprego de janeiro mostrou que os ganhos médios por hora superaram as expectativas, com avanço de 0,50% no mês passado alta acumulada de 4,10% em 12 meses. As previsões apontavam aumentos de 0,30% e 3,70%, respectivamente.

O mercado de trabalho adicionou 143  mil vagas líquidas no mês passado, abaixo das 169 mil projetadas pelos economistas. No entanto, a taxa de desemprego recuou de 4,10% para 4,00% após revisão para cima dos dados dos dois meses anteriores.

Os juros das Treasuries registraram leve alta. O retorno do título de 10 anos subiu para 4,49% e o do papel de 2 anos avançou para 4,28% após um incremento de 8 p.b. na sexta-feira.

O índice do dólar (DXY) — que mede a moeda americana em relação ao iene, à libra esterlina e a outras divisas — avançava 0,35%, para 108,3. Os preços do ouro operam em alta de 1,6% nesta segunda-feira (10), permanecendo próximos ao recorde registrado na sessão anterior, com o ouro à vista negociado a US$ 2.869 por onça. 

Os preços do petróleo também avançam, mesmo com investidores avaliando os riscos econômicos associados às tarifas sobre aço e alumínio. O contrato futuro do Brent sobe 0,9%, para US$ 75,6 o barril. 

Os mercados asiáticos tiveram desempenho misto nesta segunda, com as crescentes tensões comerciais mantendo os investidores cautelosos.  As bolsas europeias abriram em alta, enquanto os futuros de ações em Wall Street operam em alta moderada.

No Brasil, a sexta-feira trouxe de volta o ruído político como ameaça para os preços dos ativos. A declaração do ministro Wellington Dias de que o governo iria reajustar o Bolsa Família para compensar a alta dos alimentos mostra que ideias heterodoxas e sem sentido continuam no cardápio do governo.

O Ibovespa fechou em baixa de 1,27%, aos 124.619 pontos, o dólar à vista fechou em alta de 0,52%, cotado a R$ 5,7936, e os juros futuros subiram.

Economia

China: a inflação ao consumidor atingiu o maior nível em cinco meses em janeiro. o índice de preços ao consumidor avançou 0,70% em relação ao mês anterior e 0,50% na comparação anual — acima da previsão de 0,40%.

China: o índice de preços ao produtor, que reflete os preços no atacado, recuou 2,30% na base anual — uma queda maior do que os 2,10% projetados pelos analistas.

Destaques do Boletim Focus do Banco Central (07/02/2025):

  • IPCA/2025 subiu de 5,51% para 5,58%, enquanto o IPCA/2026 subiu de 4,28% para 4,30%
  • PIB/2025 caiu de 2,06% para 2,03%, enquanto o PIB/2026 caiu de 1,72% para 1,70%;
  • Dólar/2025 ficou estável em R$ 6,00, enquanto o Dólar/2026 ficou estável em R$ 6,00;
  • Selic/25 ficou estável em 15,00% a.a., enquanto a Selic/2026 ficou estável em 12,50% a.a.;
  • Primário/25 ficou estável em -0,60%, enquanto Primário/26 ficou estável em -0,60%.

Para acessar o relatório completo, clique aqui.

Preços dos ativos selecionados¹

(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.

(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.                 

Fonte: Bloomberg.

Indicadores de hoje

Indicadores do dia anterior

Artigos Relacionados

  • 11

    Terça

    Mar

    11/03/2025 às 09:34

    Análise

    Informe diário Monte Bravo Corretora — 11/03/2025

    📄 Para conferir o Informe Diário em formato PDF, clique aqui. Mercados Os mercados globais estão alarmados com a incerteza gerada pela conduta errática em relação às políticas tarifárias de Donald Trump. O risco foi amplificado depois que Trump afirmou que é provável que haja “um período de transição” para a economia. As bolsas despencaram ao longo …

    Continue lendo
  • 10

    Segunda

    Mar

    10/03/2025 às 10:04

    Análise

    Informe diário Monte Bravo Corretora — 10/03/2025

    📄 Para conferir o Informe Diário em formato PDF, clique aqui. Mercados Os mercados globais estão sendo impactados pelas incertezas nos EUA, produzidas pela conduta errática de Trump. Wall Street encerrou a semana passada com perdas: o S&P 500 caiu 3,10%, o Nasdaq recuou 3,45% e o índice de pequenas empresas, Russell 2000, teve queda de 4,05%. …

    Continue lendo
  • 07

    Sexta

    Mar

    07/03/2025 às 09:22

    Informe Diário

    Com tensões comerciais no radar, mercados globais seguem voláteis

    📄 Para conferir o Informe Diário em formato PDF, clique aqui. Mercados Os mercados globais seguem oscilando sob o impacto das tensões comerciais, da incerteza sobre a inflação e o temor de economia em desaceleração. Ontem (06), na mais recente reviravolta em uma política comercial instável, Trump suspendeu as tarifas de 25% que impôs sobre produtos …

    Continue lendo

Fechar

Loading...