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- Conflitos no Oriente Médio e crises políticas na França e Coreia do Sul agitam os noticiários;
- Dados de emprego nos EUA prendem a atenção do mercado;
- Por aqui, o dólar à vista vai se consolidando em um patamar elevado;
- Impulsionado pela demanda doméstica, o PIB brasileiro creceu 0,9% no 3T24.
Mercados
No front geopolítico, muitos focos de atenção na semana.
No Oriente Médio, Israel afirmou que voltará à guerra com o Hezbollah caso a trégua entre as partes seja rompida, e, nesse cenário, os ataques visaram o próprio Estado. Na vizinha Síria, rebeldes que avançam contra as forças do governo se aproximaram da importante cidade de Hama após a surpreendente captura de Aleppo na semana passada.
Na França, o Parlamento vota na noite de hoje (04) o futuro do governo minoritário do primeiro-ministro Michel Barnier. Ele é acusado de ter recorrido a poderes constitucionais especiais para aprovar um projeto de orçamento contestado, sem votação parlamentar.
Enquanto na Coreia do Sul crescem as pressões para que o presidente Yoon Suk Yeol renuncie. Ontem (03), Yeol impôs, e depois revogou, um decreto de lei marcial no país.
No âmbito econômico, os mercados aguardam a divulgação de dados cruciais de emprego nesta sexta-feira (06). O relatório de emprego da ADP nos Estados Unidos, por sua vez, será divulgado às 13h15 de hoje.
Atualmente, o mercado projeta que as chances de uma redução de 25 pontos base na taxa de juros dos EUA no dia 18 de dezembro estão em 73%. Nesta quarta, os juros dos títulos do Tesouro americano estão em alta: a taxa do título de 10 anos está em 4,25% e a de 2 anos em 4,18%.
O índice DXY, que mede o dólar moeda frente a seis pares principais, avançou 0,1%, para 106,5 pontos. Os preços do ouro se mantiveram estáveis nesta quarta, com o ouro à vista cotado a US$ 2.644 por onça.
Os preços do petróleo estão estáveis com os contratos futuros do Brent cotados a US$ 73,60 por barril.
Os mercados asiáticos fecharam mistos. Enquanto isso, as ações europeias apresentam leve alta, alinhadas aos futuros dos EUA.
Por aqui, o dólar à vista vai se consolidando em um patamar mais alto — mesmo fechando em baixa de 0,16%, a R$ 6,0584, ontem. Os juros seguem em alta frente à desancoragem da dívida pública. O Ibovespa fechou em alta de 0,72%, aos 126.139 pontos.
Economia
EUA: As vagas de emprego nos EUA aumentaram para 7,74 milhões em outubro — superando as 7,37 milhões revisadas de setembro — impulsionadas por setores como serviços profissionais, lazer e hospitalidade. No entanto, houve quedas no comércio atacadista, outros serviços e no governo federal. O índice de vagas por desempregado subiu para 1,11, ainda abaixo do nível pré-pandemia de 1,2. A taxa de trabalhadores que pediram demissão voluntariamente (quits rate) aumentou para 2,1%, refletindo maior confiança dos trabalhadores, especialmente nos setores de construção e lazer.
Zona do euro: O PMI Composto recuou para 48,3 pontos em novembro, após atingir 50,0 pontos em outubro, indicando retorno à contração na atividade do setor privado, com o declínio mais acentuado em 10 meses. O setor de serviços liderou a retração, registrando sua primeira redução no ano, enquanto a produção industrial completou vinte meses consecutivos de queda — o ciclo mais longo da série histórica. A demanda permaneceu fraca, com novos pedidos em declínio pelo sexto mês consecutivo e no ritmo mais rápido do ano.
Brasil: O PIB cresceu 0,9% no terceiro trimestre, e registrou alta anual de 4,0%. Esse desempenho foi impulsionado pela demanda doméstica, com destaque para os investimentos — que avançaram 2,1% na margem —, e refletiu o crescimento na produção de bens de capital, construção civil e importações de equipamentos. O consumo também cresceu 1,5%, sustentado pelo mercado de trabalho aquecido, programas de transferência de renda e expansão do crédito. Apesar disso, a taxa de investimento permanece baixa, em 17,6% do PIB, aquém dos 20% necessários para um crescimento sustentável.
A indústria cresceu 0,6% na margem e 3,6% na base anual, com destaque para setores como construção civil e produção de energia. O setor de serviços avançou 0,9%, com contribuições relevantes de tecnologia, finanças, comércio e transportes. A agricultura recuou 0,9%, impactada por quebras de safra. O carry-over para 2024 foi estimado em 3,0%, levando à revisão da nossa projeção de crescimento do PIB de 3,2% para 3,4%.
O cenário aponta que a economia cresce acima do potencial, com um hiato do produto positivo e pressões inflacionárias persistentes. Diante disso, o Banco Central enfrenta o desafio de alinhar o ritmo econômico à meta de inflação, o que exige aperto monetário mais rápido e incisivo. Esse quadro reforça nossa visão que o BC precisa elevar a Selic em 100 p.b. nas reuniões de dezembro e janeiro, com mais dois aumentos de 50 p.b. em março e maio de 2025 para encerrar o ciclo de alta com a taxa em 14,25% ao ano.
Preços de ativos selecionados¹
(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.
(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.
Fonte: Bloomberg.