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- Amanhã (27), é divulgado o PCE de agosto;
- O índice é a medida de inflação preferida do Fed, o banco central dos EUA;
- No Brasil, o IPCA-15 de setembro veio abaixo das expectativas do mercado;
- Com os dados da ‘prévia da inflação’, revisamos nossa projeção para o IPCA de setembro.
Mercados
A atenção do mercados segue voltada para os dados da economia norte-americana. O foco está nos dados de inflação — na sexta-feira (27), é divulgado o índice de preços de gastos com consumo pessoal (PCE) de agosto.
Este é o indicador de inflação preferido pelo Fed. Por isso, pode não apenas fornecer pistas sobre o estado da economia, mas também sobre as perspectivas para a política monetária do país.
As taxas de juros futuras ainda embutem 78 pontos base de cortes nas duas reuniões restantes de 2024. Ao todo, o mercado projeta 197 p.b. (1,97 ponto percentual) de cortes até o final de 2025. Seguimos com o cenário de cortes contínuos no ritmo de 25 p.b. — o que leva a taxa para 3,50% em 2025. Na nossa avaliação, as taxas implícitas estão exagerando no total de cortes e a tendência seria das taxas de 10 anos operaram mais próximas de 4,0%.
As Treasuries dos EUA tiveram pouca variação nesta quinta-feira (26), com a taxa de 10 anos em 3,77% e a de 2 anos em 3,55%.
O índice DXY, que mede o Dólar contra o Euro, a Libra, o Iene e outras três moedas de países desenvolvidos está estável em 100,9. Os preços do ouro permaneceram estáveis próximos a máximas históricas — com o ouro à vista em alta de 0,2% para US$ 2.661 por onça. No mercado de criptomoedas, o Bitcoin sobe 1,5%, para US$ 64.421.
Os preços do petróleo tiveram pouca variação nesta quinta, com os contratos futuros do Brent em alta de 0,12% para US$ 73,55 por barril.
Os mercados da Ásia subiram hoje, liderados pelo índice Hang Seng de Hong Kong e pelos mercados da China continental — que estenderam os ganhos após os estímulos da China e após a mídia estatal anunciar nesta quinta que os principais líderes da China realizaram uma reunião que confirmou os últimos esforços do governo para apoiar a economia.
As ações europeias operam em alta, impulsionadas pelos ganhos nos mercados da Ásia. Os futuros em Wall Street fazem o mesmo movimento.
Por aqui, ontem (25) o Ibovespa fechou em queda de 0,43%, aos 131.587 pontos. Os juros futuros caíram nos vencimentos curtos, enquanto os mais longos ficaram próximos do ajuste. O Dólar subiu 0,24%, fechando a R$ 5,4761.
Economia
EUA: As vendas de novas residências caíram 4,7% em agosto, superando a expectativa de recuo de 5,3%, após um forte crescimento de 10,3% em julho. A média móvel trimestral seguiu em alta e os preços médios caíram 1,4% no mês, permanecendo estáveis em relação a 2023. A tendência de fraqueza nos preços deve continuar devido ao aumento dos estoques de residências à venda.
Em agosto, o estoque de novas residências correspondia a 7,8 meses de vendas, acima da média histórica de 6,5 meses e dos níveis pré-pandemia. Com a oferta limitada de imóveis usados, estoques elevados de novas residências e a queda nos juros das hipotecas, a demanda por novas moradias deverá aumentar nos próximos trimestres.
Brasil: O IPCA-15 de setembro registrou alta de 0,13%, abaixo da nossa expectativa de 0,30% e do consenso do mercado de 0,28%. A surpresa veio de diversas partes do índice, gerando uma dinâmica favorável nos núcleos, bens e serviços. A deflação dos alimentos consumidos em casa, o avanço moderado dos serviços — influenciado pela queda no preço do seguro de veículos e do cinema — e o menor impacto da depreciação cambial nos bens ajudaram a conter o aumento do índice. Por outro lado, a bandeira vermelha 1 nas tarifas de energia e o aumento nas passagens aéreas pressionaram a inflação para cima.
Os núcleos apresentaram uma alta de 0,18% em setembro, desacelerando em relação a agosto (0,29%). Em 12 meses, a variação caiu de 3,7% para 3,6% — o que é uma notícia positiva, embora ainda acima da meta de inflação. A inflação de bens também desacelerou, passando de 0,35% em agosto para 0,13% em setembro, com o núcleo de bens industriais subindo levemente para 0,18%. A média móvel de três meses anualizada desacelerou para 2,6%, sugerindo menor impacto da depreciação cambial.
O núcleo dos serviços, excluindo passagens aéreas, desacelerou de 0,39% em agosto para 0,0% em setembro. O destaque ficou para a forte deflação de seguros de automóveis e serviços de entretenimento.
Diante desse cenário, o IPCA-15 apresentou um comportamento benigno em setembro, revertendo parte da deterioração dos últimos meses. A inflação acumulada deve aumentar até o final do mês devido à alta dos alimentos e à bandeira vermelha na energia elétrica, mas em ritmo menor do que o inicialmente previsto. A projeção do IPCA para setembro foi revisada de 0,53% para 0,45%, e a expectativa para 2024 se mantém em 4,7%.
Preços de ativos selecionados¹
(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.
(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.
Fonte: Bloomberg.