As crescentes tensões geopolíticas pesam sobre os mercados de risco neste início de outubro - Monte Bravo

As crescentes tensões geopolíticas pesam sobre os mercados de risco neste início de outubro

04/10/2024 às 09:08

04

Sexta

Out

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  • A demanda por segurança, em meio às tensões no Oriente Médio, impulsionou o dólar para uma máxima de seis semanas;
  • Nos EUA, o ISM de serviços registrou um avanço significativo em setembro;
  • Por aqui, o déficit do governo ficou em linha com o esperado em agosto;
  • Também no Brasil, as vendas de automóveis recuaram em setembro, mas se mantiveram em nível elevado.

Mercados

As crescentes tensões geopolíticas pesam sobre os mercados de risco neste início de outubro.

O mercado começou a precificar a probabilidade de interrupções de fornecimento no Oriente Médio — especificamente no Irã, que opera sob sanções dos EUA e produz cerca de 4,0 milhões de barris por dia.

As tensões crescentes no Oriente Médio pesam no sentimento dos investidores. O presidente Joe Biden disse que os EUA estavam discutindo ataques contra as instalações de petróleo do Irã, o que causou uma alta de 5% nos preços do petróleo ontem (03). A fala, porém, não foi confirmada posteriormente.

Os preços do petróleo estão em leve alta na manhã de hoje (04). Os futuros do Brent sobem 0,12% para US$ 77,7 por barril, acumulando cerca de 8% na semana.

Os dados de empregos não agrícolas dos EUA estão programados para sair hoje às 9h30. Economistas esperam um crescimento de 150 mil, acima dos 142 mil de agosto. A taxa de desemprego deve permanecer estável em 4,2%.

A melhora dos dados econômicos e os comentários de Jerome Powell na segunda-feira (30) reduziram as expectativas de que o Fed corte os juros em mais 50 pontos base na reunião de 6-7 de novembro.

As taxas dos títulos do Tesouro dos EUA estão em alta, com o rendimento do título de 10 anos em 3,86%. O título de 2 anos está em 3,72%.

A demanda por segurança, em meio às tensões no Oriente Médio, impulsionou o dólar para uma máxima de seis semanas na quinta-feira. O índice do dólar está em 101,9.

Os preços do ouro sobem nesta sexta, com o ouro spot em alta de 0,3%, a US$ 2.662,50 por onça.

Os mercados asiáticos negociaram de forma mista hoje após as perdas em Wall Street na véspera. O índice Hang Seng de Hong Kong subiu mais de 2%, retomando o rali após cair 1% na primeira hora de negociação. Os mercados na China continental reabrirão em 8 de outubro.

As ações europeias sobem timidamente na manhã de hoje. Os futuros de ações dos EUA estão estáveis.

Por aqui, ontem o Ibovespa caiu 1,38%, aos 131.671 pontos. O dólar avançou 0,53%, cotado a R$ 5,4725, e os juros futuros registraram alta.

Economia

EUA: O ISM de serviços registrou um avanço significativo em setembro. O índice passou de 51,5 pontos em agosto para 54,9 pontos em setembro superando o consenso de 51,7 pontos. Esse é o nível mais alto desde fevereiro de 2023. Entre os componentes do índice, houve destaque para os fortes aumentos nos subitens de atividade de negócios e novas encomendas. No entanto, o indicador de emprego recuou no período voltando a ficar abaixo dos 50 pontos — que sinaliza contração — após dois meses acima desse limite. Outro dado relevante da pesquisa foi o aumento dos preços pagos, que subiram de 57,3 pontos em agosto para 59,4 pontos em setembro.

Brasil: O governo registrou déficit de R$ 22,4 bilhões em agosto em linha com a mediana das expectativas do mercado. Com isso, o governo central apresentou um resultado negativo de R$ 219,1 bilhões nos últimos 12 meses, o equivalente a -1,9% do PIB. As receitas de impostos mostraram resultados positivos no período, crescendo 12,6% em termos reais na comparação anual. As despesas caíram 1,5% em agosto, com destaque para a retração de 43,3% nas despesas discricionárias, refletindo a contenção de gastos no terceiro bimestre e a menor execução de emendas parlamentares.

No acumulado do ano, a receita líquida cresceu 8,4%, superando o aumento de 6,6% das despesas. Em relação à calamidade no Rio Grande do Sul, estão previstos gastos de R$ 40,2 bilhões para 2024, mas apenas R$ 12,4 bilhões foram executados até agosto, com R$ 0,7 bilhão pago no mês. A lenta execução dos recursos e a ausência de pressões por novos programas reforçam a expectativa de que os valores totais não serão gastos até o fim do ano.

Brasil: As vendas de automóveis caíram 1,9% em setembro na margem. Apesar da oscilação recente, o número de veículos emplacados mantém-se em um nível elevado, no patamar entre 370 mil e 380 mil unidades desde o final do primeiro semestre. Na comparação anual, o aumento foi de 18,1%. Até o 3° trimestre de 2024, 3,27 milhões de veículos foram emplacados — 16,8% a mais que no mesmo período do ano anterior. Nos últimos 12 meses, a aceleração do crescimento passou de 13,7% para 14,8%.

O setor de veículos leves recuou 2,0% no mês, puxado pela desaceleração nas vendas de motocicletas. No 3° trimestre, o segmento de leves ficou estável com alta marginal de 0,1%. Os veículos pesados avançaram 1,2% em setembro, completando quatro meses sem quedas. Caminhões aceleraram, atingindo o maior volume emplacado desde janeiro de 2023, enquanto ônibus apresentaram a segunda queda consecutiva. No 3° trimestre, os pesados registraram a quarta alta consecutiva, com um crescimento robusto de 6,5%.

Preços de ativos selecionados¹

(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.

(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.                 

Fonte: Bloomberg.

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