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Mercados
Os mercados estão avaliando o cenário após alguns dados econômicos mais fracos terem sido amplificados pela política tarifária errática do presidente Donald Trump. Os temores de recessão aumentaram, e Wall Street tenta medir o impacto das políticas tarifárias voláteis de Trump e das medidas retaliatórias dos parceiros comerciais. Além disso, sinais de enfraquecimento da confiança do consumidor acentuaram as incertezas sobre o crescimento econômico.
O foco agora se volta para a reunião de dois dias do Federal Reserve, que começa nesta terça-feira.
A taxa de juros do título do Tesouro de 10 anos caiu para 4,299%, enquanto a do título de 2 anos subiu para 4,048%.
À medida que os investidores reavaliam as expectativas iniciais de que as políticas econômicas de Trump fortaleceriam o dólar e enfraqueceriam outras moedas, a moeda americana recuou 6% frente ao euro desde meados de janeiro. O dólar enfraquece ligeiramente nesta manhã, com o índice DXY cotado a 103,4.
Os preços do ouro atingiram um novo recorde acima de US$ 3.000 nesta terça-feira, com investidores buscando proteção. O ouro à vista subia 0,2%, a US$ 3.008,08 por onça, acumulando alta de mais de 14% no ano.
Os preços do petróleo operam estáveis no início do pregão desta terça-feira, com preocupações sobre o crescimento global, tarifas dos EUA e negociações de cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia, compensando o aumento da instabilidade no Oriente Médio, que pode afetar a oferta. Os contratos futuros do Brent subiam US$ 0,10, ou 0,14%, para US$ 71,17 por barril.
Os mercados asiáticos avançaram nesta terça-feira, acompanhando os ganhos em Wall Street, que subiu após dados de vendas no varejo dos EUA amenizarem os temores de recessão.
As bolsas europeias operavam em alta nesta terça-feira, com investidores voltando a atenção para o governo alemão, que se prepara para votar reformas históricas sobre a dívida pública. Os contratos futuros das bolsas de Wall Street recuavam levemente no início do pregão.
Ontem, por aqui, o Ibovespa avançou 1,46%, aos 130.834 pontos, impulsionado pelas ações de commodities. Petrobras valorizou 2,32%, e Petrobras teve elevação de 1,86%. Vale subiu 1,44%. Os papéis sensíveis ao ciclo econômico se beneficiaram do alívio das taxas de juros futuras, enquanto o dólar à vista fechou em baixa de 0,99%, a R$ 5,6864.
Economia
EUA – As vendas no varejo cresceram 0,2% em fevereiro, após a revisão para baixo de -1,2% em janeiro, mas ficaram aquém da expectativa de alta de 0,6%. O crescimento foi impulsionado pelo comércio eletrônico e por lojas de produtos de saúde e cuidados pessoais, compensando quedas nas vendas de automóveis, vestuário e artigos esportivos. Lojas de departamentos também registraram retração, enquanto restaurantes e bares, um termômetro do consumo de serviços, tiveram queda de 1,5%.
O grupo de controle, que exclui itens voláteis como automóveis e combustíveis, avançou 1,0%, superando a projeção de 0,4%, mas sua média móvel trimestral desacelerou para 2,6% ao ano. Apesar da recuperação pontual em algumas categorias, a deterioração das expectativas dos consumidores parece ter afetado os gastos discricionários.
Zona do Euro – O índice de expectativas do ZEW na Alemanha avançou para 51,6 pontos em março, ante 26 pontos no mês anterior, superando a média de 10 anos, de 12,3 pontos. O aumento reflete o otimismo dos profissionais de finanças diante da provável aprovação de um amplo plano de gastos em defesa e infraestrutura, que deve impulsionar a indústria no médio prazo.
Brasil – O IBC-BR subiu 0,88% em janeiro e cresceu 3,6% na comparação anual, superando as projeções, e atingindo nova máxima histórica ao superar novembro. Além disso, o dado de dezembro foi revisado de queda de 0,7% para queda de 0,6% na margem.
Apesar do forte resultado, o índice não indica uma aceleração da atividade econômica pela demanda, visto que a maior parte desse crescimento se deveu à agricultura devido à incorporação dos resultados da safra recorde desse ano.
Brasil – O governo deverá apresentar oficialmente hoje o projeto de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. A proposta não inclui correção das faixas para rendas superiores a esse limite, o que justifica a estimativa de impacto fiscal de R$ 27 bilhões anuais, abaixo dos R$ 50 bilhões inicialmente previstos. Para compensar a perda de arrecadação, será criado um imposto mínimo progressivo de até 10% sobre rendas acima de R$ 600 mil anuais, atingindo principalmente profissionais de alta renda que recebem por distribuição de dividendos.
A expectativa é de aprovação da isenção no Congresso, dado seu amplo apoio popular, beneficiando cerca de 10 milhões de contribuintes. A compensação enfrenta mais incertezas, embora tenha argumentos fortes de justiça tributária e mecanismos que minimizam resistência, como a alíquota progressiva e a possibilidade de compensação com o IRPJ.
Preços de ativos selecionados¹
(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.
(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.
Fonte: Bloomberg.
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