- Trump gera volatilidade, mas pragmatismo deve prevalecer;
- Queda da inflação no 2° semestre nos EUA permitirá cortes do Fed;
- Real apreciou com melhora global e intervenções do BC;
- Política fiscal expansionista com viés eleitoral é fator de risco;
- Dólar deve voltar a superar R$ 6,00 e inflação vai chegar a 7,00%.
O mês de janeiro foi marcado por alta volatilidade nos mercados globais. A posse de Trump, o temor de uma guerra comercial e um novo concorrente chinês no mercado de inteligência artificial (IA) geraram oscilações expressivas nos preços dos ativos. Ao fim do mês, no entanto, as variações não foram significativas, permitindo a recuperação dos ativos brasileiros.
Nos EUA, a preocupação com uma guerra comercial levou a taxa do título de 10 anos a um pico de 4,81% e o DXY aos 110,20 pontos no dia 13 de janeiro. Posteriormente, a percepção de que as tarifas seriam uma estratégia de negociação reduziu o temor inflacionário e levou a uma acomodação os juros. No fechamento do mês, a taxa do título de 10 anos caiu para 4,54% e o DXY ficou praticamente estável aos
108,5 pontos.
Até o anúncio da DeepSeek e a queda do ecossistema de IA em 27 de janeiro, o mercado focava nos aspectos positivos de Trump, o que levou o S&P 500 até os 6.619 pontos em 22 de janeiro. Apesar da turbulência, os índices de ações dos EUA encerraram janeiro em alta: S&P 500 (+2,80%); Nasdaq (+2,30%); e Russell 2000 (+4,60%).
Além disso, na esteira da redução do temor de guerra comercial, o MSCI World subiu 3,30% e o MSCI Emergentes avançou 1,70%. Ouro (+7,10%), Bitcoin (+9,30%) e o petróleo WTI (+1,10%) também tiveram alta no mês.
No Brasil, o cenário externo favorável impulsionou a recuperação dos ativos locais após semanas de perdas. O real apreciou 5,80%, o dólar fechou janeiro a R$ 5,83 e empurrou os ativos brasileiros: Ibovespa (+4,90%); IRF-M (+2,60%); Prefixado de 5 anos (+5,40%); IMA-B (+1,00%); e IMA-B5+ (+0,40%) frente a um CDI de 1,01%.