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A Vale reportou, na noite desta quinta-feira (24), seus resultados referentes ao terceiro trimestre de 2024.
Os números vieram acima do consenso. Diferente dos últimos trimestres a companhia conseguiu apresentar uma melhora em seus resultados operacionais. Foi essa melhora, acima de nossos números, que levou a companhia a um resultado além das nossas projeções. O ponto negativo continua sendo a geração de caixa, ainda continua bastante tímida.
Junto com o resultado a companhia reafirmou que deve buscar a faixa de baixo de suas previsões para o custo caixa do minério de ferro e reduziu seus custos para cobre.
Os resultados da companhia costumam conter poucas novidades, já que o relatório de produção permite que os investidores ajustem suas projeções e o resultado costuma ficar bem próximo do consenso. Esse trimestre deve ser diferente, já que a companhia trouxe bons dados operacionais — com o custo caixa e o custo total de minério de ferro apresentando redução relevante em relação ao último trimestre e com a companhia indicando que os números do 4T24 foram ainda melhores.
O custo caixa da companhia excluindo compras de terceiros atingiu US$ 20,6 — uma redução de 17% ante o 2T24 — graças a maiores níveis de produção, como comentado em nossa análise sobre o relatório de produção, menores custos com manutenção, desvalorização cambial e programas de eficiência. Em setembro, o custo caixa atingiu US$ 18,2/t. O custo total (frete, distribuição, royalties) atingiu US$ 58,7/t uma redução de 10% em relação ao trimestre anterior.
Com esses números e a companhia reportando que em setembro o custo ficou em US$ 18,2/t, a Vale reafirmou que deve atingir a faixa de baixo de suas projeções que estão entre US$ 21,5-23/t. Acreditamos que a melhora na produtividade das operações, que vem do aumento da produção e redução de custos é algo que os investidores estão esperando há alguns trimestres e que a convergência de ambos para essas expectativas será um gatilho para as ações da companhia.
Do lado de metais básicos, gostamos do que vimos em Cobre com a operação começando a mostrar sinais mais fortes do turnaround e que devem ser intensificados com o rampup da operação no Canadá e a volta da operação em Salobo III. Nas operações de níquel ainda não conseguimos ver os reflexos das melhorias implementadas nos números divulgados, porém esperamos que nos próximos trimestres eles comecem a refletir.
Começamos o ano com algumas dúvidas sobre a tese de investimentos em Vale, já que víamos em cenário macro mais desafiador, com a desaceleração da economia chinesa impactando os preços do minério e com dúvidas pairando sobre a companhia. As dúvidas foram e/ou estão sendo resolvidas com; (i) eleição de um novo CEO bastante qualificado; (ii) melhora de produtividade com redução de custo caixa; (iii) foco em reduzir os descontos em relação ao preço do minério de ferro; e (iv) resolução das indenizações sobre Mariana.
Mantemos nossa recomendação de compra na Companhia. Estamos confiantes na capacidade de geração de valor através do aumento da produção e da qualidade média do minério e entendemos que, mesmo num cenário mais desafiador para o minério, as medidas adotadas tornaram a companhia mais eficiente. Além disso temos expectativas que os avanços realizados em Ferrosos também sejam alcançados em Metais Básicos.
Vale (VALE3) — Compra
Preço Alvo | 75 |
Preço Atual | 59,7 |
Upside | 26% |
Mkt Cap (R$ BRL) | 271 |
# Ações (mln) | 4.271 |
Free Float | 73,0% |
Performance
Semana | -1,74% |
Mês | -1,50% |
Ano | -22,67% |
Análise por Bruno Benassi, CNPI 9236, Analista de Ativos da Monte Bravo Corretora, CNPJ 50.489.148/0001-00.