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A Vale reportou na noite desta quinta-feira (24) seus resultados referentes ao primeiro trimestre de 2025.
Os números ficaram em linha com a nossa estimativas e ao consenso. O destaque do resultado, novamente, foram as melhoras operacionais em quase todas as unidades de negócio, com os ganhos de eficiência começando a se traduzir em menores custos operacionais.
Os resultados da companhia costumam conter poucas novidades. Isso acontece pois, com os números divulgados no relatório de produção, os investidores realizam ajustes em suas projeções e o reportado vem próximo ao consenso. Para maiores informações sobre os dados de produção, consulte a análise disponível no nosso site.
O custo caixa da companhia ex-compras de terceiros atingiu US$ 21, uma redução de 10% ante o ano anterior graças aos giros no estoque, desvalorização cambial e programas de eficiência. O custo total (frete, distribuição, royalties) atingiu US$ 63,9/t uma redução de 9% em relação ao ano anterior.
Acreditamos que a melhora na produtividade das operações, que vem do aumento da produção e redução de custos, é algo que os investidores estão esperando faz alguns trimestres e que a convergência de ambos para essas expectativas torna a tese menos volátil — já que, em nossa opinião, ter previsibilidade operacional em um negócio de commodities é fundamental.
Com as melhoras em custos e o aumento no volume vendido, a companhia conseguiu amenizar a redução de seu EBITDA — que caiu 17% na comparação anual por conta da redução nos preços do minério (16% no realizado pela companhia) e piores resultados em pelotas (queda em volumes e preços).
Do lado de metais básicos, gostamos do que vimos em cobre, com a operação começando a mostrar sinais mais fortes de turnaround — que devem ser intensificados com o rampup da operação no Canadá e a volta da operação em Salobo III. Nas operações de níquel, ainda não conseguimos ver os reflexos das melhorias implementadas nos números divulgados, mas esperamos que elas comecem a refletir nos próximos trimestres.
Outro ponto negativo em nossa visão foi a fraca geração de caixa livre, pois esperávamos uma liberação mais acentuada de caixa num trimestre sazonalmente favorável.
Estamos mais confortáveis com a tese de Vale pois temos vistos algumas de nossas dúvidas sendo bem respondidas, principalmente na capacidade de aumento de produção e aumento da qualidade média do minério. As operações de Metais Básicos continuam avançando — talvez não na velocidade que o mercado esperava, mas há evolução e esperamos que nos próximos trimestres ganhem maior relevância.
Apesar de estarmos mais confortáveis com a tese, entendemos que o cenário macro passa a pesar mais sobre as ações da companhia, já que os desdobramentos da Guerra Comercial 2.0 podem impactar a demanda por minério da China. Isso acabaria por pressionar o preço do minério para patamares ligeiramente abaixo do custo marginal de produção, que, em nossas estimativas, está próximo dos US$ 90/t.
Com isso em mente, mantemos nossa recomendação de compra para as ações da Vale. Estamos, porém, rebaixamento ligeiramente nosso preço alvo para R$ 67,50, já que estamos trabalhando com um preço de longo prazo para o minério ligeiramente menor e um aumento no volume produzido pela companhia mais diluído, com a companhia entregando seu guidance de produção de 360 Mt apenas em 2027.
Vale (VALE3) — Compra
Preço Alvo | 67,50 |
Preço Atual | 55,31 |
Upside | 22% |
Capitalização de Mercado (R$ bi) | 251 |
Ações Emitidas (mi) | 4.268 |
Free Float | 73,0% |
Performance
Semana | +2,79% |
Mês | -3,54% |
Ano | +1,39% |
Análise por Bruno Benassi, CNPI 9236, Analista de Ativos da Monte Bravo Corretora, CNPJ 50.489.148/0001-00.