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A Suzano divulgou na noite desta quinta-feira (24) seus resultados referentes ao 3T24.
Os números reportados foram acima das nossas estimativas e do consenso de mercado — importante ressaltar que as expectativas eram mais modestas que do último trimestre, pois o preço da celulose sofreu forte correção.
Mesmo assim, os números reportados, durante um de ciclo de baixa de celulose, mostram que a companhia caminha para consolidar nossa visão sobre sua capacidade de geração de caixa. O movimento deve ser acelerado com o Projeto Cerrado, que ainda está em processo de maturação.
A companhia reportou números de receita em linha com as estimativas. Os números foram impactados positivamente por maiores volumes produzidos e valorização do dólar, e negativamente por preços médios da celulose em dólares mais baixos — com destaque para o aumento da participação da Europa e dos EUA como destinos finais, mercados que a companhia tem enxergado um mercado mais apertados.
O Custo da Caixa da Companhia ficou ligeiramente mais elevado no trimestre quando comparado ao trimestre anterior. Esse aumento pode ser explicado por: (i) desvalorização cambial impactando despesas dolarizadas; (ii) maiores custos com madeiras de terceiros graças ao início do Projeto Cerrado; e (iii) algumas instabilidades operacionais. Esperamos que o processo de maturação do Projeto Cerrado acelere a redução de custo caixa da companhia nos próximos trimestres.
Os maiores volumes e câmbio depreciado foram suficientes para um ligeiro aumento do EBTIDA da companhia nos em relação ao 2T24, crescendo 4% para R$ 6,5 bilhões de reais. Apesar do EBITDA ligeiramente mais alto, o EBITDA/t se manteve estável com o aumento do volume neutralizado por algumas despesas caixa que acabaram aumentando.
Em nossas contas, a companhia teria gerado caixa ex-capex de crescimento de aproximadamente R$ 3 bilhões de reais no trimestre — o que consideramos como algo bastante impressionante dado que o momento é desafiador para celulose e o Projeto Cerrado ainda não é contribuidor para esse número. Esperamos que esse número acelere nos próximos trimestres.
A companhia vem passando por um momento de grandes investimentos e aquisições, com a finalização do Projeto Cerrado, algumas obras visando ganhos de eficiência operacional e a entrada em alguns outros mercados — como aquisição de fábricas para produção de papel cartão nos EUA e participação estratégica na austríaca Lenzing.
Os investimentos devem trazer uma capacidade adicional de crescimento e, principalmente, geração de caixa. Somos muito construtivos com a operação Cerrado, que está em processo de maturação e deverá adicionar capacidade relevante a custos menores, auxiliando de maneira relevante a desalavancagem da companhia. Além disso, temos simpatia com os pequenos investimentos feitos na tentativa de diversificar ainda mais as fontes de geração de receita e geografias.
Somos bastante construtivos com a tese de Suzano pois vemos a companhia negociando em patamares de múltiplos bastante interessantes, com o mercado mais que precificando uma possível correção no preço da celulose nos próximos trimestres. Nossa tese ainda se baseia em: (i) maturação acelerada do Projeto Cerrado; (ii) alocação de capital eficiente; (iii) maturação e aumento da representatividade das novas frentes de negócio; e (iv) forte geração de caixa e desalavancagem.
Vale (SUZB3) — Compra
Preço Alvo | 70 |
Preço Atual | 57,4 |
Upside | 22% |
Mkt Cap (R$ BRL) | 72,3 |
# Ações (mln) | 1.257 |
Free Float | 52,0% |
Performance
Semana | +4,34% |
Mês | +10,05% |
Ano | +3,18% |
Análise por Bruno Benassi, CNPI 9236, Analista de Ativos da Monte Bravo Corretora, CNPJ 50.489.148/0001-00.