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A Petrobras reportou na noite de quinta-feira (07) seus resultados referentes aos terceiro trimestre de 2024.
Os resultados operacionais da companhia ficaram em linha com o que esperávamos, porém a forte geração de caixa foi uma surpresa positiva. Esperamos uma resposta positiva do mercado aos números reportados.
A companhia aproveitou a oportunidade para anunciar a remuneração para seus acionistas no trimestre, com pagamento de JCP e Dividendos no valor de R$ 1,38 (3,72%) por ação. No trimestre, a companhia devolveu para seus acionistas R$ 17,12 bilhões de reais, uma remuneração maior do que esperávamos.
A companhia não anunciou o pagamento de dividendos extraordinários. No entanto, entendemos que esse anúncio deve ser feito após a apresentação do Plano Estratégico de Investimentos, que acontecerá no dia 21 de novembro. Apesar de esperamos um aumento nos investimentos, eles não devem ser em um volume suficiente para impedir o desembolso de dividendos extraordinários. Desta forma, com um CapEx controlado e um caixa de US$ 15 bilhões de dólares — acima do caixa ótimo da companhia, que varia entre US$ 5-8 bilhões — vemos com probabilidade alta essa distribuição.
A maior distribuição de dividendos do que imaginávamos foi possível graças à boa performance operacional, principalmente no segmento de E&P — que teve bons volumes de vendas, preços realizados mais altos e uma redução no seu lifting cost — e a menor taxa efetiva de impostos no trimestres — reflexo do pagamento de Juros sobre Capital Próximo (diminui a base de tributação do lucro) e a deduções possíveis após o acordo com o CARF.
Desta forma, mesmo a aceleração dos investimentos — crescimento de 30% na comparação anual, atingindo US$ 4,5 bilhões no 3T24 (US$ 10,9 bi no ano) — não impossibilitou essa forte distribuição. É Importante ressaltar que a Petrobras manteve sua projeção de US$ 13,5 a 14,5 bilhões em investimentos no ano.
Voltando ao resultado: com os dados de Produção e Vendas divulgados na última semana, as métricas de Receita e EBITDA não costumam trazer grandes novidades e foi isso que vimos no resultado da Petrobras. Como comentamos acima, as margens do segmento de exploração e produção foram positivas, apesar de em linha com o projetado. Com a volta da queda do lifting cost de produção graças ao aumento da participação do pré-sal, esperamos que esses números continuem evoluindo nos próximos trimestres conforme a maturação das plataformas que entraram em operação aconteça. O resultado da Operação de Refino foi um pouco abaixo do que projetávamos graças a piora nas métricas de eficiência.
Continuamos com uma visão construtiva para a Petrobras. Isso acontece por três fatores: (i) vemos a companhia mantendo os sólidos resultados operacionais; (ii) forte geração de caixa; e (iii) dificuldades em implementar todo seu plano de investimento, o que resulta em mais caixa para ser distribuído.
Apesar da visão positiva entendemos que existem mais riscos, principalmente pensando em remuneração para os acionistas — já que a mesma depende da estratégia de alocação de capital da companhia. Esperamos que, com a divulgação do Plano Estratégico e a possibilidade do pagamento de dividendos extraordinários, a Companhia consiga destravar mais valor para os acionistas.
Além das dúvidas envolvendo a alocação de capital, temos uma tese menos construtiva para o preço do petróleo em 2025. Isso pode, obviamente, pressionar os resultados futuros da companhia.
Petrobras (PETR4) — Compra
Preço Alvo | 43,50 |
Preço Atual | 35,62 |
Upside | 22% |
Capitalização de Mercado (R$ bi) | 483,44 |
Ações Emitidas (mi) | 6.454 |
Free Float | 63,3% |
Performance
Semana | -1,30% |
Mês | -5,87% |
Ano | -0,19% |
Análise por Bruno Benassi, CNPI 9236, Analista de Ativos da Monte Bravo Corretora, CNPJ 50.489.148/0001-00.