📄 Para conferir a análise em formato PDF, clique aqui.
A Minerva divulgou quarta-feira (06) pela noite seus resultados do 3T24.
Os números apresentados pela companhia foram ligeiramente acima de nossas expectativas e do mercado.
A companhia continua apresentando uma performance operacional robusta e tem conseguido atravessar muito bem os momentos de ciclo e mercado em cada uma de suas geografias. Esse sempre foi um dos diferencias da Minerva e acreditamos que isso deve ser ainda mais aprimorado após a integração de todas as plantas adquiridas da Marfrig.
Em outubro tivemos a operação pelos órgãos reguladores de Brasil, Argentina e Chile da transação envolvendo a companhia e a Marfrig. A Minerva assumiu a operação das 13 plantas e de 1 novo centro de distribuição no dia 29 de outubro. A operação do Uruguai ainda não obteve aprovação dos órgãos reguladores do país.
A integração de toda essa nova estrutura dentro da companhia é muito importante para a tese e pode ser, novamente, uma transação transformadora. No entanto, o cenário de oferta de gado mais restrita no Brasil — localidade de 11 das 13 plantas — e a pressão da alavancagem sobre a estrutura de capital da companhia nos fazem ter um pouco mais de cautela sobre a tese. Além disso, na comparação intrasetorial temos vistos resultados muito fortes de uma player mais diversificado em geografias e proteínas como a JBS, que é nossa principal escolha entre os frigoríficos.
Em relação aos dados operacionais, tivemos uma receita líquida crescendo 20,3% na comparação anual e 10,9% na comparação trimestral. Boa parte desse crescimento veio da melhor performance em preço e volume dos mercados domésticos, com destaque para o Brasil. As exportações também ajudaram, com os bons volumes sendo suficientes para contrabalancear preços mais baixos em dólar.
É importante destacar o destino das exportações, que mudaram de forma relevante no trimestre. A participação da Ásia caiu de 43% para 30%, enquanto NAFTA — principalmente EUA — subiu de 8% para 15%. essa dinâmica pode ter explicado a margem bruta bastante positiva no trimestre, já que a falta de gado nos EUA está favorecendo importações pelo país. A companhia comentou que o apetite da China por proteína tem voltado a surpreender positivamente, e tem começado a puxar os preços internacionais para cima.
As margens brutas da companhia continuam elevadas, apesar da ligeira retração na comparação trimestral, e mostram que a companhia tem se aproveitado do cenário doméstico aquecido para aumentar os preços e do dólar mais valorizado. A margem EBITDA continua na casa dos 9,6%, o que consideramos bom — apesar de não ser espetacular, imaginamos que uma parte das despesas para integração das novas plantas pode ter impactado esse número nos últimos meses.
Outro destaque do resultado foi a forte geração de caixa livre, totalizou R$ 667 milhões no trimestre e foi bem acima do que projetávamos, com o grande destaque vindo da reversão da queima de caixa no trimestre. Com a forte geração de caixa, a companhia conseguiu diminuir sua Dívida Líquida para R$ 8,86 bilhões e melhorar sua relação Dívida Líquida sobre EBITDA, que agora se encontra em 2,6X.
Conforme comentamos no começo de nossa análise, a tese hoje depende muito da integração das plantas da Marfrig e como a companhia irá conseguir executar a extração de valor desses ativos para iniciar um processo de desalavancagem rápido. Não temos muitas dúvidas que a Minerva consegue, utilizando sua plataforma de trading, ser mais eficiente e extrair melhores resultados do que a antiga operadora. Gerar a maior quantidade de caixa será primordial para a tese nos próximos anos.
Minerva (BEEF3) — Neutra
Preço Alvo | 7,50 |
Preço Atual | 5,91 |
Upside | 27% |
Capitalização de Mercado (R$ bi) | 3,4 |
Ações Emitidas (mi) | 586 |
Free Float | 43,00% |
Performance
Semana | +5,16% |
Mês | -7,37% |
Ano | -20,88% |
Análise por Bruno Benassi, CNPI 9236, Analista de Ativos da Monte Bravo Corretora, CNPJ 50.489.148/0001-00.