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A JBS divulgou na noite desta quarta-feira (14) seus resultados referentes ao 3T24.
Os números reportados foram acima das nossas estimativas e do consenso de mercado, que eram projeções elevadas. A performance superior, em nossa opinião, deve ser bem recebida pelo mercado.
A companhia ainda aproveitou a divulgação para revisar suas projeções de resultados do ano para cima novamente.
Além dos números divulgados a companhia aproveitou para anunciar o pagamento de R$ 1,00 por ação (2,7%) em dividendos intermediários. As ações ficam ex-dividendos no dia 25 de novembro e o pagamento será efetuado no dia 15 de janeiro.
Comentando um pouco sobre o resultado da JBS: os números vieram muito fortes em todas unidades de negócio, com a única exceção sendo a operação de bovinos nos EUA — que continua enfrentando um cenário de oferta de gado escassa e uma demanda em desaceleração. Ainda assim, apesar de continuarem fracos, esses números vem apresentando uma ligeira melhora.
O resultado veio para sacramentar qualquer dúvida sobre a estratégia de diversificação geográfica e de proteínas da companhia, que continua apresentando bons resultados em suas outras unidades de negócio. A JBS reportou um crescimento de margens e volumes e ganhos de eficiência operacional em diversas destas unidades de negócio.
Uma parte dos bons resultados obviamente vem da dificuldade enfrentada pelo segmento de gado nos EUA, que possibilita maior demanda por porcos e aves, além de exportação de outras geografias (Brasil e Australia). No entanto, a companhia conseguiu construir um modelo de negócios que se complementa e hoje nos dá muito mais segurança ao investir, já que ela é menos dependente de um ciclo/geografia especifica para gerar resultados.
A JBS voltou a entregar crescimento do EBITDA, que atingiu R$ 11,9 bilhões com margens de 10,8%. São números muito fortes, com destaque novamente para a Seara — que continua apresentando um excelente resultado, impulsionada pelo ciclo do positivo para frango e a maturação de seus últimos investimentos —, da Pilgrim’s (Seara dos EUA), da unidade de Porco e da JBS Brasil.
Os fortes números operacionais apresentados foram convertidos em uma geração robusta de caixa livre de R$ 5,5 bilhões. Junto com os resultados robustos, essa geração de caixa ajudou a levar a alavancagem para patamares que a companhia julga como confortáveis e, inclusive por isso, tivemos novamente o pagamento de dividendos.
Somos bastante construtivos com a tese de JBS. Vemos a companhia negociando em patamares de múltiplos bastante interessantes e o mercado não dando o valor que enxergamos na plataforma diversificada que a companhia criou. Além disso nossa tese se baseia em alguns fatores: (i) maturação dos investimentos realizados pela companhia nos últimos anos; (ii) listagem nos EUA; (iii)) forte geração de caixa e desalavancagem; e ( iv) maturação e aumento da representatividade das novas frentes de negócio.
JBS (JBSS3) — Compra
Preço Alvo | 44,50 |
Preço Atual | 36,43 |
Upside | 22% |
Capitalização de Mercado (R$ bi) | 79 |
Ações Emitidas (mi) | 2.218 |
Free Float | 51,0% |
Performance
Semana | -1,40% |
Mês | +11,30% |
Ano | +46,20% |
Análise por Bruno Benassi, CNPI 9236, Analista de Ativos da Monte Bravo Corretora, CNPJ 50.489.148/0001-00.