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O Itaú divulgou nesta quarta-feira (05) pela noite seus resultados do quarto trimestre de 2024.
Os números apresentados ficaram em linha com nossas expectativas e do mercado em quase todas as linhas. O destaque positivo foi a qualidade de sua carteira de crédito, que continua apresentando desempenho superior a de seus concorrentes. Por outro lado, gostaríamos de destacar que as margens com clientes tiveram uma redução e as receitas com comissões desaceleraram seu crescimento no 4T24.
Junto com os resultados, o Itaú divulgou o pagamento de remuneração ao acionistas — lembrando que o banco já havia anunciado remuneração extraordinária para os acionistas em dezembro de R$ 0,26 por ação —, com a distribuição de R$ 1,25 em dividendos e R$ 0,33 em JCP. Além disso o banco anunciou a abertura de um novo programa de recompras, que deve recomprar até R$ 3 bilhões em ações. Com isso, o Itaú anunciou a distribuição de 67% por cento do lucro líquido gerado em 2024 para os seus acionistas, com um dividend yield próximo dos 9%.
O banco também anunciou um programa de bonificações para os seus acionistas através de aumento de capital da companhia. Desta forma, os acionistas terão suas ações acrescidas na proporção de 10 para 1.
Por último, o Itaú atualizou suas projeções para 2025 e mostrou uma postura bastante conservadora, com crescimento tímido de suas operações. Em nossas projeções, isso resultaria em um lucro líquido projetado de R$ 45 bilhões em 2025, ligeiramente inferior ao que o mercado projeta.
Na dinâmica de receita, vimos a margem financeira com os clientes atingindo R$ 28,4 bilhões, um crescimento de 3,7% t/t e 8,3% a/a. A margem financeira recuou em relação ao trimestre anterior e cresceu na comparação anual. O custo do crédito do banco apresentou elevação na comparação trimestral — lembrando que o último trimestre foi impactado pela reversão de R$ 500 milhões de um cliente corporativo e, excluindo esse evento, o custo do crédito teria apresentado redução.
As receitas com comissões continuam apresentando crescimento tímido — à exceção de seguros, que continua crescendo bem acima da inflação acumulada e deve ser uma avenida de crescimento importante para os próximos anos.
No que diz respeito à qualidade de crédito, o trimestre não trouxe grandes alterações no quadro. A inadimplência reduziu mais um pouco e atingiu 2,4% acima de 90 dias e teve pequena desaceleração para 2,0% de 15 a 90 dias.
O resultado do Itaú foi bom e mostra a diferença na capacidade de execução do banco em relação aos seus pares privados. Apesar disso, o mercado tinha altas expectativas para o resultado e projeções do Itaú para 2025 e, por isso, esperamos que o mercado reaja de maneira negativa aos números reportados hoje. Qualquer reação exagerada é uma boa oportunidade de entrada, pois entendemos que a companhia foi mais conservadora em suas projeções para o ano e podemos ter surpresas positivas. Também vemos o banco com potencial de aumentar a remuneração a seus acionistas.
Com um cenário macro mais desafiador para os próximos trimestres, continuamos enxergando o Itaú se distanciando de seus principais concorrentes privados, já que ele tem um balanço e uma estrutura de capital regulatório mais confortável. Isso pode permitir que o banco volte a acelerar a concessão de crédito em outras categorias — vimos o banco acelerando em Cartões, Imobiliário e Veículos.
Itaú (ITUB4) — Compra
Preço Alvo | 42,50 |
Preço Atual | 34,11 |
Upside | 25% |
Capitalização de Mercado (R$ bi) | 327 |
Ações Emitidas (mi) | 9.756 |
Free Float | 50,00% |
Performance
Semana | -0,15% |
Mês | +9,05% |
Ano | +10,58% |
Análise por Bruno Benassi, CNPI 9236, Analista de Ativos da Monte Bravo Corretora, CNPJ 50.489.148/0001-00.