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O Itaú divulgou nesta segunda-feira (04) pela noite seus resultados do 3T24.
Os números apresentados foram ligeiramente acima de nossas expectativas e do mercado em quase todas as linhas. O destaque ficou para as margens financeiras com clientes, que acelerou em relação ao último trimestre, e a manutenção da boa qualidade em sua carteira de crédito.
Na dinâmica de receita, vimos a margem financeira com os clientes atingindo R$ 27,4 bilhões, um crescimento de 4,5% t/t e 7,4% a/a. A margem financeira recuou em relação ao trimestre anterior e cresceu na comparação anual.
O custo do crédito do banco apresentou redução na comparação trimestral e anual. Aqui, tivemos a reversão de uma provisão de um cliente corporativo na ordem de R$ 500 milhões — que deve ser da Americanas. Mesmo sem essa reversão, no entanto teríamos uma redução no indicador, o que mostra que o banco continua conseguindo expandir sua carteira de crédito com bastante assertividade.
As receitas com comissões foram um dos destaques negativos do resultado, retraindo na comparação trimestral e tendo um crescimento tímido de 5% na comparação anual. A comparação trimestral trazia uma base bastante desafiadora, já que o 2T24 foi um dos melhores trimestres da história para o braço de banco de investimentos, porém ainda assim podemos dizer que o resultado foi fraco. Esperamos que agora, a aceleração na concessão de cartões de crédito, que começou a acelerar após um longo período de desaceleração, deve contribuir para um crescimento mais acelerado nas receitas.
Sobre a qualidade de crédito o trimestre não trouxe grandes alterações no quadro. A inadimplência teve mais uma pequena redução e atingiu 2,6% acima de 90 dias, com uma pequena desaceleração no 15 a 90 dias para 2,2%.
As Despesas não Decorrentes de Juros aceleraram no trimestre, resultado do acordo coletivo, PLR e maiores despesas com marketing. Gostaríamos de ressaltar que o banco continua aumentando o número de trabalhadores de TI dentro de seu quadro de funcionários — o que mostra que o time de gestão está focado em continuar acelerando a transformação digital do banco.
O resultado, novamente, foi bom e mostra a diferença na capacidade de execução do Itaú em relação aos seus pares privados. O banco mais do que justifica o prêmio em que negocia hoje, pois consegue gerar em cima de um patrimônio maior resultados consistentemente superiores, com inadimplência controlada e ainda acelerando sua transformação digital.
Com um cenário macro mais desafiador para os próximos trimestres, continuamos enxergando o Itaú se distanciando de seus principais concorrentes privados. Isso acontece pois a companhia já tem um balanço e uma estrutura de capital regulatório mais confortável, o que pode permitir que banco volte a acelerar a concessão de crédito em outras categorias — vimos o banco acelerando em Cartões, Imobiliário e Veículos. Essa estrutura de capital ainda nos permite projetar que o banco deve distribuir dividendos extraordinários no próximo trimestre.
Itaú (ITUB4) — Compra
Preço Alvo | 42,50 |
Preço Atual | 35,26 |
Upside | 21% |
Capitalização de Mercado (R$ bi) | 339 |
Ações Emitidas (mi) | 9.756 |
Free Float | 50,00% |
Performance
Semana | -1,32% |
Mês | +1,00% |
Ano | +3,80% |
Análise por Bruno Benassi, CNPI 9236, Analista de Ativos da Monte Bravo Corretora, CNPJ 50.489.148/0001-00.