Monte Bravo Analisa — Resultado Gerdau 1T25

29/04/2025 • 2 mins de leitura

Resumo do artigo

  • Graças à estrutura de capital confortável — que permite a companhia continuar enfrentando o cenário incerto sem a necessidade de mudanças bruscas na condução do negócio e a gestão focada em ganhos de eficiência —, entendemos que a tese é de médio e longo prazo.

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A Gerdau reportou na noite desta segunda-feira (28) seus resultados referentes ao primeiro trimestre de 2025.

Os números apresentados foram fracos, mas melhores do que esperávamos. O destaque do resultado foi a operação nos EUA, que conseguiu recuperar suas margens após trimestres mais desafiadores.

Apesar dos números operacionais ligeiramente melhores, a geração de caixa foi muito abaixo do que projetávamos e pode se tornar um ponto de atenção caso a situação não se reverta nos próximos meses. Com isso, esperamos uma reação ligeiramente positiva aos números divulgados.

Junto com a divulgação dos resultados, a companhia anunciou o pagamento de dividendos no valor de R$ 0,12 por ação. A Gerdau também comunicou que já realizou 15% do programa de recompras aberto em janeiro.

A operação no Brasil apresentou resultados piores do que esperávamos graças preços e custos piores. A companhia informou que a parada para manutenção em Ouro Branco explica uma parte dessa piora — que, segunda nossa projeção, só não pressionou mais as margens graças à manutenção de volumes em patamares saudáveis. Com o cenário desafiador, mesmo as medidas de ganhos de eficiência podem não ser suficientes para manter a rentabilidade nos patamares atuais. 

A operação nos EUA apresentou bons resultados. As margens voltaram a patamares saudáveis, com melhora em volume e redução nos custos — graças a maior diluição nos custos fixos. Além disso, a Gerdau informou que a carteira de pedidos atingiu 70 dias, o maior volume desde 2022. Apesar dos bons números, temos dúvidas sobre a continuidade do momento, pois boa parte desse aumento de pedidos e melhora de mix pode ter sido resultado de clientes se adiantando ao cenário de Guerra Comercial.

A companhia continua com uma estrutura de capital bastante saudável, que permite atravessar o momento mais desafiador para suas operações sem sustos. Hoje a dívida líquida/EBITDA da Gerdau está em 0,60X e os vencimentos continuam majoritariamente espalhados no longo prazo. Essa estrutura permite que a empresa continue realizando seu robusto programa de investimentos e remunerando seus acionistas sem dificuldades.

Apesar da estrutura de capital confortável, a queima de caixa no período foi relevante, com Capex e Capital de Giro sendo responsáveis por grande parte dos R$ 1,8 bilhão. Com o Capex ainda elevado para 2025, esperamos uma melhor gestão de caixa para contrabalancear os robustos investimentos no ano.

Nós continuamos confortáveis com o investimento em Gerdau. Apesar disso, entendemos que a história de curto prazo ficou mais complexa pois: (i) temos dúvidas em relação à performance da Economia americana nos próximos trimestres o que pode impactar as margens da companhia; (ii) recuperação da rentabilidade da operação Brasil tem sido impactada pelo aumento das importações.

Graças à estrutura de capital confortável — que permite a companhia continuar enfrentando o cenário incerto sem a necessidade de mudanças bruscas na condução do negócio e a gestão focada em ganhos de eficiência —, entendemos que a tese é de médio e longo prazo.

Gerdau (GGBR4) — Compra

Preço Alvo23,50
Preço Atual15,33
Upside53%
Capitalização de Mercado (R$ bi)32,00
Ações Emitidas (mi)2.103
Free Float52,00%

Performance

Semana+1,85%
Mês-4,70%
Ano-13,90%

Análise por Bruno Benassi, CNPI 9236, Analista de Ativos da Monte Bravo Corretora, CNPJ 50.489.148/0001-00.

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