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A Eletrobras reportou na noite de quarta-feira (06) seus resultados referentes ao 3T24.
Os números divulgados seguiram a tendência dos últimos resultados, com a evolução na manutenção dos seus custos controláveis (PMSO), continuidade na recontratação de energia para os próximos anos — que esperávamos uma aceleração maior nesse trimestres e pode ser mal interpretada pelo mercado — e o processo gradual na diminuição no estoque dos empréstimos compulsórios.
As Receitas de Geração tiveram uma boa performance no trimestre. Isso aconteceu graças a melhoras nos volumes e nos preços de energia e foi mais que suficiente para contrabalancear a redução nas Receitas de Transmissão, que foram impactadas por revisões tarifárias menos benignas.
O EBITDA foi destaque, impulsionado pelos bons números da receita e pela manutenção do PMSO recorrente estável na comparação anual bem abaixo da inflação no período. Isso e mais algumas revisões de provisões fizeram com o que o EBITDA crescesse 9% em relação ao ano anterior.
Em linhas gerais, gostamos do que vimos com os números de receita e EBITDA vindo em linha com o que projetávamos. Estamos bastante confiantes que os resultados da companhia devem continuar melhorando nos próximos trimestres, com a continuidade da estratégia de recontratação de energia e do programa de controle de despesas controladas (PMSO) — que devem convergir para as previsões da companhia de atingir R$ 5,5 bi por ano, números que hoje estão rodando em R$ 6 bilhões. Um último fator que nos deixa confiantes é a capacidade de realizar investimentos, seja em ativos legados ou via participação em leilões, a companhia possui hoje um montante relevante de projetos que devem adicionar R$ 1,8 bilhões de receita até 2029.
Sobre a recontratação de energia, esperávamos que a Eletrobras aproveitasse esse trimestre para acelerar um pouco, já que graças ao período seco tivemos um forte aumento dos preços de energia no trimestre — que tem se revertido nos últimos dias graças a melhora na pluviosidade.
Continuamos construtivos com a tese de Eletrobras pois enxergamos a companhia negociando com níveis de retornos projetados interessantes. Isso acontece graças a alguns fatores: (i) continuidade dos programas de eficiência; (ii) venda de ativos não estratégicos; (iii) investimentos que continuam sendo realizados a taxas que julgamos interessantes; e (iv) uma visão um pouca mais construtiva para o preço de energia no médio prazo.
Apesar de continuarmos construtivos com a tese, entendemos que para o curtíssimo prazo existem questões pendentes com o Governo Federal que precisam ser resolvidas. Nós acreditamos que essas resoluções devem acontecer dentro dos próximos dias, o que poderia destravar uma parte do valor que vemos nas ações da companhia.
Eletrobras (ELET3) — Compra
Preço Alvo | 50,00 |
Preço Atual | 37,56 |
Upside | 33% |
Capitalização de Mercado (R$ bi) | 86,07 |
Ações Emitidas (mi) | 2.307 |
Performance
Semana | -2,11% |
Mês | -1,57% |
Ano | -11,48% |
Análise por Bruno Benassi, CNPI 9236, Analista de Ativos da Monte Bravo Corretora, CNPJ 50.489.148/0001-00.