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A Copel reportou na noite de quarta-feira (06) seus resultados referentes ao 3T24.
Os números foram fracos, porém esperados. O resultado da companhia só não foi mais fraco graças ao bom desempenho do braço de distribuição, que continua se beneficiando de temperaturas mais elevadas (aumento de volume e receita) e de ganhos de eficiência (melhora de margens) para entregar bons números.
O braço de geração teve números fracos e foi o responsável pela performance abaixo na comparação trimestral, com queda no preço de energia vendida e cortes forçados na produção de energia eólica.
É importante ressaltar que a Copel está reportando os resultados das operações vendidas (Compagas e Termelétrica Araucária) como descontinuadas. O desinvestimento de ambos ativos — que eram considerados como não estratégicos — eram esperadas pelo mercado e são um dos pilares da nossa tese de aumento dos dividendos pagos pela companhia no curto prazo.
Em distribuição, como comentado acima, a companhia apresentou bons números, com crescimento de volumes de energia e principalmente controle de custos. Esses fatores continuam permitindo que a companhia divulgue resultados bem acima dos seus patamares regulatórios, o que deve ser traduzido em ganhos nas próximas revisões tarifárias e é um dos pontos que nos fazem construtivos com a tese.
O braço de Geração e Transmissão apresentou resultados mais fracos numa mistura de preços de venda de energia mais baixos e menor geração no braço de geração eólica — no trimestre, a companhia sofreu com 23.4% de cortes forçados. Apesar disso, continuamos vendo evolução positiva para os seus custos manejáveis (PMSO) e a companhia diminuindo sua exposição ao mercado livre.
A companhia continua focada em realizar investimentos no seu braço de distribuição, com 90% dos investimentos realizados no ano indo para esse segmento. Para 2025, a companhia pretende investir mais R$ 3 bilhões — com 83% dos recursos indo para distribuição.
Esses investimentos são importantes, já que a companhia consegue trabalhar com seus resultados bem acima dos mínimos regulatórios. Dessa forma, os investimentos devem possibilitar elevações adicionais no próximo ciclo de revisão tarifária.
Continuamos construtivos com a tese de Copel, pois enxergamos a companhia negociando com níveis de retornos projetados interessantes. Isso acontece graças a alguns fatores: (i) continuidade dos programas de eficiência; (ii) remuneração dos acionistas; (iii) investimentos na rede própria que são realizados em taxas que julgamos interessantes; e (iv) uma visão um pouca mais construtiva para o preço de energia no médio prazo.
Copel (CPLE6) — Compra
Preço Alvo | 12,75 |
Preço Atual | 9,75 |
Upside | 31% |
Capitalização de Mercado (R$ bi) | 28,72 |
Ações Emitidas (mi) | 2.983 |
Free Float | 33,1% |
Performance
Semana | -0,20% |
Mês | -2,60% |
Ano | -5,89% |
Análise por Bruno Benassi, CNPI 9236, Analista de Ativos da Monte Bravo Corretora, CNPJ 50.489.148/0001-00.