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O Banco do Brasil divulgou quarta-feira (20) pela noite seus resultados do quarto trimestre de 2024.
Apesar do lucro em linha com o que projetávamos, a qualidade do número reportado foi ruim novamente. Por isso, esperamos uma performance negativa das ações no pregão de hoje.
Com a divulgação de resultados, o banco aproveitou para divulgar a remuneração para os seus acionistas de R$ 0,138 em dividendos e R$ 0,348 em JCP por ação. O BB anunciou ainda uma alteração em sua política de remuneração, que antes era de 45% de payout, para entre 45% e 40%. Mesmo com essa mudança, ainda vemos o banco com uma remuneração interessante aos acionistas.
O Banco do Brasil também divulgou suas projeções para 2025. Assim como seus principais concorrentes, a companhia mostrou bastante conservadorismo com os números reportados, com expectativa de crescimento de lucros no meio do guidance de 2,9% para o ano.
A margem financeira com clientes reverteu a tendência do trimestre anterior e voltou a crescer, tanto na comparação trimestral como na comparação anual, graças à melhora no volume de crédito concedido. A Margem Financeira com o mercado foi destaque, impactada positivamente pelo aumento da Selic e marcação a mercado dos ativos no Banco Patagonia.
Apesar da melhor nas margens e spreads, o banco continua com uma política de provisões e renegociações que podem impactar seus resultados mais adiante. O banco reduziu a provisão para devedores duvidosos (PDD) no trimestre, apesar de estar aumentando sua carteira renegociada. Em uma situação de normalização de PDD e renegociações, podemos ter um impacto na rentabilidade.
Na parte de Receitas de Prestação de Serviços, o BB mentém uma performance positiva, com crescimento ligeiramente acima da inflação na comparação anual.
Sobre a qualidade de crédito: o trimestre mostrou normalização no quadro, com a inadimplência se estabilizando em 3,30% acima de 90 dias. Esses números poderiam ter sido piores, novamente, já que o banco continuou com uma política acelerada de renegociações no trimestre.
O Controle de Despesas não Decorrentes de Juros continua sendo o destaque dos resultados do Banco. Elas cresceram ligeiramente acima da inflação, com as despesas de pessoal crescendo constantemente abaixo do índice.
Então, apesar do banco continuar entregando um ROE acima dos 20%, não gostamos do que tem sido apresentado nos últimos trimestres. Isso acontece pois estamos vendo um crescimento da carteira de crédito que não tem gerado resultados com impacto positivo nas Margens com os Clientes e temos visto uma deterioração relevante da qualidade do crédito.
Continuamos neutros em Banco do Brasil. Enxergamos que, diferente de 2022 e 2023, os resultados tem apontado na direção oposta de seus concorrentes, com aumento da inadimplência e da renegociação de carteira, piora nos indicadores de inadimplência e Redução nos Índices de Cobertura — mesmo em um trimestre em que o banco aumentou de maneira relevante suas provisões.
Banco do Brasil (BBAS3) — Neutro
Preço Alvo | 31,50 |
Preço Atual | 28,86 |
Upside | 9% |
Capitalização de Mercado (R$ bi) | 168 |
Ações Emitidas (mi) | 5.708 |
Free Float | 30,2% |
Performance
Semana | +4,57% |
Mês | +13,49% |
Ano | +19,40% |
Análise por Bruno Benassi, CNPI 9236, Analista de Ativos da Monte Bravo Corretora, CNPJ 50.489.148/0001-00.