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O Banco do Brasil divulgou nesta quarta-feira (13) pela noite seus resultados do 3T24.
Apesar do lucro ter vindo em linha com o que projetávamos, a qualidade do número reportado foi novamente ruim. Com isso, esperamos uma performance negativa das ações no pregão de hoje.
Com a divulgação de resultados o banco aproveitou para divulgar a remuneração para os seus acionistas de R$ 0,48 por ação em JCP. A remuneração tem data ex no dia 26 de novembro e pagamento no dia 06 de dezembro.
A margem financeira com clientes reverteu a tendência do trimestre anterior e voltou a crescer, tanto na comparação trimestral como na base anual. Isso aconteceu graças às melhoras no volume de crédito concedido e entre mix de captação e spreads. A margem financeira com o mercado foi impactada negativamente pela marcação a mercado dos ativos no Banco da Patagonia.
Apesar da melhora nas margens e spreads, o Banco aumentou de maneira relevante suas provisões para devedores duvidosos — um dos nossos questionamentos no 2T24 tinha sido a redução nessa linha, que acabou impactando a Margem Financeira Líquida do banco. Sem o empurrão do Banco da Patagonia e com as provisões normalizadas, chegamos em números bem piores, e esse tem sido nosso apontamento. É verdade que esperamos uma normalização no Agro, com melhores condições climáticas e preços nos últimos meses, mas ainda assim temos dúvidas sobre em qual intensidade.
Na parte de Receitas de Prestação de Serviços, o Banco continua tendo uma performance positiva, com crescimento ligeiramente acima da inflação na comparação anual. O destaque ficou com a administração de fundos, conta corrente e consórcios.
Sobre a qualidade de crédito, o trimestre voltou a mostrar ligeira deterioração no quadro. A inadimplência aumentou para 3,30% acima de 90 dias — esses números poderiam ter sido piores, novamente, já que o banco continuou com uma política acelerada de renegociações no trimestre.
O Controle de Despesas não Decorrentes de Juros continua sendo o destaque dos resultados do Banco. Elas estão crescendo ligeiramente acima da inflação, enquanto as despesas de pessoal crescem constantemente abaixo do índice.
Então apesar do banco continuar entregando um ROE acima dos 20%, não gostamos do que tem sido apresentado nos últimos trimestres. Estamos vendo um crescimento da carteira de crédito que não tem gerado resultados com impacto positivo nas Margens com os Clientes e temos visto uma deterioração relevante da qualidade do crédito.
Então, apesar de o lucro ter vindo em linha, esse resultado foi consequência de uma alíquota efetiva de imposto muito menor do que estávamos estimando, o que torna a qualidade desse resultado ruim. A comparação do resultado antes do Imposto de Renda, de acordo com nossas projeções, veio 15% pior.
Continuamos neutros em Banco do Brasil. Diferente de 2022 e 2023, os resultados apontam na direção oposta de seus concorrentes, com aumento da inadimplência e da renegociação de carteira, piora nos indicadores de inadimplência e Redução nos Índices de Cobertura — mesmo em um trimestre em que o banco aumentou de maneira relevante suas provisões.
Banco do Brasil (BBAS3) — Neutro
Preço Alvo | 31,50 |
Preço Atual | 25,95 |
Upside | 21% |
Capitalização de Mercado (R$ bi) | 149 |
Ações Emitidas (mi) | 5.708 |
Free Float | 30,2% |
Performance
Semana | -1,30% |
Mês | -2,10% |
Ano | -6,30% |
Análise por Bruno Benassi, CNPI 9236, Analista de Ativos da Monte Bravo Corretora, CNPJ 50.489.148/0001-00.