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O Assaí divulgou na noite desta quinta-feira (07) seus resultados referentes ao 3T24.
Os números reportados vieram em linha com nossas estimativas e a do consenso. As dinâmicas continuam as mesmas dos últimos trimestres: vendas fracas graças a deflação de alimentos e um ambiente competitivo mais acirrado de um lado e melhora de margens do outro.
Os últimos meses tem voltado a apresentar pressões na inflação de alimentos, o que pode ajudar a companhia a acelerar as vendas e reverter um pouco a situação atual. Apesar de gostarmos da tese e acharmos que existe bastante upside nos níveis de preço atuais, não vemos gatilhos de curto prazo para a tese.
Entrando nos detalhes, a companhia divulgou um crescimento de 9,2% na receita líquida. Este crescimento desacelerou ante os últimos trimestres com a diminuição de novas lojas sendo inauguradas e também por um desempenho mais tímido em vendas mesmas lojas, que cresceu 2,6% a/a e mostrou desaceleração em relação ao 2T24.
Apesar da desaceleração em vendas, continuamos vendo uma dinâmica positiva em margens. A companhia continua seu processo de maturação das operações, com a adição de mais serviços nas lojas e políticas de descontos contidas. Com isso, as margens brutas da operação atingiram 16,4%. No entanto, esse processo de melhora nas margens brutas acabou sendo ligeiramente impactado pelo aumento de despesas com pessoal (+serviços), com a margem EBITDA atingindo 5,5%.
Importante ressaltar que a maturação das lojas convertidas (ex-Extra) continua em uma velocidade bastante elevada. As lojas já atingiram margens EBITDA de 5,4% e tem tudo para operaram com margens maiores que as lojas ‘legado’ — as lojas novas têm vendido em média 25% a mais que as lojas maduras.
Em relação a alavancagem, a companhia continua em seu processo de desalavancagem, com o índice atingindo 3,52X Dívida Líquida/EBITDA. Nós esperamos uma aceleração dessa redução até o final de 2024, com índice voltando a operar abaixo de 2,6X em 2025.
Nós enxergamos que o Assaí, diferente de seus concorrentes, tem focado em manter a rentabilidade de suas operações — margem brutas continuam crescendo — e tem evitado políticas de parcelamento sem juros — piora a dinâmica de conversão de caixa e atrapalha o processo de desalavancagem. Isso nos parece ser uma decisão acertada, porém mostra que o cenário competitivo continua bastante desafiador para empresas de varejo de alimentos.
Continuamos confortáveis com a tese de Assaí por diversos fatores: (i) companhia continua focada em resolver sua estrutura de capital; (ii) focada na execução; (iii) rentabilidade em primeiro lugar; (iv) parque de lojas é melhor que de seus concorrentes; (v) aceleração da inflação de alimentos nos próximos trimestres; e (vi) maturação das lojas convertidas.
Apesar de estarmos confortáveis com a tese, entendemos que existem desafios de curto prazo. Isso acontece principalmente pelo cenário bastante competitivo no segmento, que torna a competição complexa e o cenário de curto prazo mais incerto.
Assaí (ASAI3) — Compra
Preço Alvo | 10 |
Preço Atual | 7,68 |
Upside | 30% |
Capitalização de Mercado (R$ bi) | 10,22 |
Ações Emitidas (mi) | 1.351 |
Free Float | 58,7% |
Performance
Semana | +3,50% |
Mês | +10,19% |
Ano | -43,24% |