Por Rebeca Nevares, Sócia da Monte Bravo.
Na última semana, comentei aqui sobre a volta da Renda Fixa para o radar das investidoras e investidores. Com a alta da inflação, o Banco Central vem elevando a taxa básica de juros, o que tem feito com que títulos indexados ao IPCA, por exemplo, se tornem alternativas interessantes para quem investe.
Sobretudo quando observamos o cenário que tem sido desenhado para o curto e médio prazos. Em setembro, vimos uma reação negativa dos mercados à persistência da alta de preços no Brasil e no mundo. Toda essa movimentação tem sido causada por fatores como risco fiscal, político, crise energética, redução de estímulos globais e desaceleração da economia da China.
O índice Ibovespa, por exemplo, recuou mais de 6% no último mês e, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), os fundos acionários tiveram mais saques do que depósitos. Ao mesmo tempo, com a elevação da Selic, os fundos de renda fixa registraram uma captação líquida de quase R$ 35 bilhões.
No total, são mais de R$ 237 bilhões em depósitos, maior volume já registrado em 15 anos. E o mesmo movimento tem sido observado em diferentes classes dentro da Renda Fixa.
Ao que tudo indica, esta tendência não deve se alterar tão cedo. Entende por que, neste sentido, os títulos indexados ao IPCA podem e devem fazer parte da estratégia de qualquer investidora ou investidor?
Mas, onde exatamente investir?
É possível encontrar papéis do Tesouro IPCA que pagam a variação da inflação mais uma taxa. Aqueles com vencimento para depois de 2024 têm oferecido retornos de 4% mais inflação.
Alguns analistas têm destacado que a diferença para as taxas de papéis mais longos hoje está significativamente menor e que, por isso, opções com prazos intermediários (até 2030) fazem mais sentido agora. Para exemplificar, o Tesouro IPCA com vencimento em 2055 tem oferecido IPCA + 5%, com poucas vantagens para um espaço de tempo tão grande.
Por outro lado, títulos do Tesouro prefixados também podem ser interessantes. Neste caso, as taxas de retorno são definidas no momento de compra.
Em ambos os casos, vale ressaltar que, apesar de pertencerem à classe de Renda Fixa, podem sofrer com a volatilidade. Diante disso, a solução é a busca por papéis com vencimentos intermediários (com vencimento até 2030), que sofrem menos com a variação do mercado.
Se você ainda tem dúvidas sobre o assunto, não deixe de estudar, acompanhar este espaço e buscar uma assessoria de investimentos profissional. Todas as semanas traremos novas dicas. Bons negócios!