O mundo dos investimentos já não é um ambiente apenas masculino. Quase 1 milhão de mulheres investem na Bolsa de Valores, segundo dados da própria B3. Isso corresponde a mais de 27% do total de pessoas físicas que estão no mercado de ações, o que demonstra que a autonomia das investidoras na gestão de seu patrimônio é uma realidade concreta.
Há vários fatores que confluem para este cenário. O primeiro deles é a independência financeira adquirida pelas mulheres ao longo das últimas décadas.
Embora ainda haja muitas desigualdades a serem enfrentadas, o controle maior sobre os rumos das próprias finanças já é uma conquista a ser celebrada entre parte do público feminino. Isso decorre do acesso – ainda que tardio – aos postos mais importantes do mercado de trabalho e à maior qualificação profissional.
De acordo com o IBGE, embora o abismo salarial e gerencial ainda seja expressivo, 40% dos cargos de chefia são ocupados por elas – um reconhecimento nada mais do que justo, porque em geral a taxa de frequência escolar das estudantes mulheres é mais de 10% superior que a dos homens.
Isso deu maior autonomia e liberdade às mulheres para cuidar de seu próprio patrimônio. Se antes o papel feminino na dinâmica orçamentária do lar era algo acessório, antagonista, agora ocupa espaço de destaque inclusive nas atividades decisórias de preservação e perpetuação da renda familiar.
A busca pelos investimentos acaba por se tornar um caminho natural, uma vez que uma das melhores formas de consolidação do patrimônio é justamente aplicar estes recursos em posições estratégicas.
Outro ponto importante é o conhecimento mais democrático do mercado de ações.
A possibilidade de investir em renda variável, até a virada do século, era uma atividade altamente especializada. Sem o suporte de assessorias competentes, os players da Bolsa se resumiam ao pessoal que já tinha essa qualificação, o que muitas vezes coincidia com um elenco predominantemente masculino.
Felizmente, isso mudou.
Cada vez mais mulheres estão adquirindo a expertise para entrar no mercado financeiro, no mesmo compasso com os procedimentos se tornaram mais simples e legíveis. Não por menos, em 2020, a quantidade de investidores subiu mais de 92% – e o número de investidoras mais que dobrou.
Pesquisas em neurociência também apontam para um perfil mais equilibrado, assertivo e racional na gestão das finanças. Em outras palavras, quando elas investem, costumam investir com maior precisão e visão estratégica.
A revolução digital, por sua vez, trouxe a Bolsa de Valores para dentro de casa, tornando a aplicação e o acompanhamento mais rápido, democrático e até mesmo divertido, tanto para os homens quanto para as mulheres.
E os sintomas de que algo mudou para melhor no ambiente de investimentos são as carteiras especializadas no público feminino, não de uma maneira genérica e impessoal, mas sim personalizada e atenta às necessidades de cada investidora. A inspiração está nas próprias gestoras de empresas de capital aberto, mostrando que é possível ser protagonista tanto como gestora quanto como acionista.
Na cena digital, muitas das formadoras de opinião – ou influencers, no jargão das redes – são mulheres, que conseguem atingir um público mais atento e diversificado.
É claro que isso não significa a saída de cena dos homens mas, pelo contrário, uma abertura efetiva para que todos participem do mercado de investimentos em iguais condições.
Entre os nomes de peso desta cena estão Marta Pinheiro, diretora-executiva ESG da XP, Zeina Latif, economista, Luciana Seabra, CEO da Spiti, Ana Laura Magalhães Barata, sócia da XP, e Nathalia Arcuri, jornalista CEO da Me Poupe!.
É da startup Me Poupe!, em parceria com a consultoria IMO Insights, uma das pesquisas mais recentes sobre o tema. De acordo com o levantamento, que ouviu quase 900 entrevistadas em março de 2021, a mulher investidora predominante é casada, tem filhos, trabalha na iniciativa privada e fez o primeiro investimento quando tinha entre 19 e 24 anos. Em geral, tem um perfil “previdente”, ou seja, precavido.
Espaços de mercado
A entrada de mais mulheres investidoras e em posição de influência no mercado financeiro estimula outras cidadãs a ingressarem em um ambiente que há até pouco tempo era de predomínio masculino.
Isso também favorece a criação de núcleos de articulação para melhorar o longo caminho que ainda resta ser percorrido, como mais mulheres liderando indústrias de venture capital ou em posições de gestão.
Em geral, esse público pede uma assessoria competente e franca, que concilie a informação na hora certa, a elegância no contato e o respeito às próprias opiniões.
Atenta a este fenômeno, a Monte Bravo possui um time de assessoria especializado para todos os perfis de investidores, de maneira transparente e personalizada.