Com a sinalização pelo Comitê de Política Monetária (Copom) de que a taxa Selic deve continuar subindo até o fim do ano, muitos investidores começaram a buscar informações sobre o impacto dessa medida nos investimentos de renda fixa.
Os juros básicos da economia brasileira são também o indexador principal dos rendimentos que incidem sobre essas carteiras. Até o início de 2021, o Brasil vinha em um declínio histórico da taxa de juros, que chegou ao patamar de 2%. A medida tentou facilitar o acesso ao crédito em um cenário de tamanha turbulência, enfrentada sobretudo pela pandemia de coronavírus.
Investimentos de renda fixa passaram a perder musculatura. A poupança, que já é a opção menos rentável, perdeu para os indicadores inflacionários. Em 2020, enquanto a caderneta percebeu rendimento de 1,99%, o Índice Geral de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA/IBGE) encerrou o exercício em 4,52%.
O Tesouro Direto se mostrou mais vantajoso, naturalmente, mas ainda assim em patamares bem modestos por conta da Selic em baixa. Como se sabe, enquanto a poupança rende 70% da Selic quando ela se encontra abaixo de 8,5% mais a TR (taxa referencial), o Tesouro Selic rende exatamente o porcentual da taxa básica de juros.
Com a previsão de que o cenário melhoraria a partir do início da vacinação e com a escalada da inflação, o Copom iniciou uma nova série de elevação da taxa básica de juros a partir de 2021 – desta vez para refrear o consumo na expectativa de conter um pouco a elevação dos preços.
Segundo o boletim Focus do Banco Central, a Selic deve encerrar o ano em 5,5%. Para o fim de 2022, a expectativa é a de que o índice atinja a marca de 6,25% ao ano.
Isso muda um pouco o panorama dos investimentos em renda fixa no país.
Embora as carteiras que aportam recursos em renda variável continuem mais competitivas, a renda fixa volta a atrair um público mais conservador e menos afeito às oscilações do mercado de ações.
A poupança continua oferecendo rendimentos modestos e é a perspectiva menos aconselhada – de modo que não é nem considerada um investimento por si.
O Tesouro Selic e mesmo os Tesouros IPCA (que rende de acordo com a inflação) e o prefixado passam a ser mais atraentes, porque além da elevação da Selic, não se percebe no curto prazo uma redução expressiva dos índices inflacionários.
Entre as outras possibilidades com a Selic em 3,5%, destacam-se:
- CDBs (Certificados de Depósito Bancário), que são os papéis emitidos pelos bancos para financiar suas atividades, devem render entre 80% e 105% do CDI (indexador para títulos de renda fixa), caso a previsão do Focus se confirme.
- As letras de créditos (LCI e LCA) também apresentam rendimentos entre 80% e 105% do CDI, com variações entre os bancos, de acordo com o risco de crédito e o porte da instituição.
- Já os fundos DI (ou fundos de renda fixa referenciados) podem apresentar rentabilidade bruta de até 103%, sem descontar as taxas de administração.
Esse cenário deve se tornar ainda mais promissor, dependendo do comportamento do Copom nas próximas reuniões.
Mas nem tudo são boas notícias na renda fixa.
Ainda que a Selic suba mais, a inflação segue muito alta. Na prática, quem aportar recursos exclusivamente nesta modalidade pode ser o patrimônio ser diluído pela elevação do custo de vida.
É imperioso encontrar instrumentos atrelados à inflação para obter rendimentos compatíveis com a elevação dos preços. São os casos dos títulos de renda fixa prefixada, como o Tesouro IPCA e o Tesouro Prefixado.
CDBs, LCAs, LCIs, já mencionados, também têm remuneração pré-definida ou associada à inflação.
As debêntures (títulos de dívidas emitidos por empresas) são outra ferramenta mais inteligente de conciliar a elevação da Selic e a escalada da inflação.
Por fim, a conciliação com a renda variável continua uma premissa entre aqueles que assumem algum risco em nome de obter maior musculatura nos rendimentos de médio prazo.
O importante é continuar acompanhando as notícias que chegam do Banco Central sem tirar os olhos da importância da diversificação da carteira.
Nesta hora, é importante contar com a assessoria especializada da Monte Bravo. Atenta às principais medidas que impactam a renda fixa e a renda variável, a equipe irá orientá-lo de maneira prudente e precisa sobre as trajetórias de investimento, risco e resgate mais sólidas no contexto atual. Converse aqui com nossa assessoria de investimentos.