Por que o mercado dos EUA interfere na bolsa brasileira?

Por que o mercado dos EUA interfere na bolsa brasileira?

10/06/2021 às 10:00

10

Quinta

Jun

3 minutos de leitura
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Quem acompanha o mercado financeiro sabe que tão ou mais importante que os indicadores nacionais são os números apresentados pelo mercado dos Estados Unidos. Mas, por que os resultados das bolsas e da economia norte-americana têm tanto impacto por aqui?

Se você pensou na globalização, saiba que isso responde apenas a parte da questão.

De fato, a virada do milênio foi marcada pela expansão das grandes potências mundiais sobre o mundo subdesenvolvido ou em desenvolvimento, de modo que uma agulha que caísse nos mercados estratégicos poderia provocar um tsunami mundo afora.

Foi o caso das grandes crises financeiras dos Tigres Asiáticos, em 1997, e da Rússia, em 1998.

O mercado global se consolidou nos anos seguintes, de modo que o impacto das grandes crises continuou reverberando nos países emergentes (vide a crise imobiliária dos EUA em 2008).

Hoje, o processo de globalização não é tão evidenciado, de modo que muitos especialistas e economistas modernos consideram que vivemos em um período de pós-globalização, com retomada inclusive de medidas protecionistas.

O fenômeno, no entanto, não é irreversível e muito menos se apresentou de maneira definitiva. Por isso, o mercado global ainda é fortemente impactado pelo que acontece nas grandes economias, sobretudo nos Estados Unidos, maior economia do mundo, e na China, potência em ascensão avassaladora.

De um modo geral, os principais índices a serem acompanhados são:

  • Dow Jones, Nasdaq 100 e Nasdaq

Indicadores das principais bolsas de valores dos Estados Unidos, apresentam o panorama das maiores empresas de capital aberto do globo, incluindo as big techs e representantes de outros segmentos econômicos em franca expansão.

  • S&P

O Standard & Poor’s 500 relaciona 500 ativos listados na bolsa de Nova Iorque (NYSE) ou Nasdaq. É considerado o principal indicador do mercado de grande capitalização.

  • Agências de classificação de risco

Essas empresas monitoram produtos financeiros e até economias globais, ranqueando as que apresentam maior segurança ou maior instabilidade para recepcionar investimentos internacionais.

Se essas agências pontuam mal o Brasil, por exemplo, pode haver fuga de investimentos estrangeiros.

  • Inflação americana

O comportamento dos preços nos EUA pode influenciar em outro indicador importante, que é a taxa de juros. Se os juros nos Estados Unidos sobem para conter a inflação, por exemplo, é provável que haja uma saída de capital de economias estrangeiras em direção aos títulos americanos, provocando pressão sobre o câmbio e elevação da Selic por aqui também.

  • PIB

A divulgação do Produto Interno Bruto dos Estados Unidos é bastante aguardada, justamente por ser considerada um farol de como vai a atividade econômica no globo por um todo. Em 2020, o PIB dos EUA fechou em queda de 3,5%, em decorrência dos danos provocados pela pandemia de coronavírus.

Além desses indicadores, é preciso ficar atento aos aspectos macroeconômicos e de política externa que influenciam nas relações comerciais entre as economias mundiais.

Se o governo americano adota políticas protecionistas, por exemplo, sobretaxando determinados produtos, os países que exportam esses produtos tendem a sofrer prejuízos. 

O consumo de commodities também é impactado pelas relações políticas e pelas medidas protecionistas ou favoráveis ao mercado internacional. Vale lembrar que o Brasil é um exportador de commodities de grande musculatura.

No ano passado, as vendas para o mercado americano representaram um volume de US$ 21,4 bilhões em negociações, representando queda de 23,7%, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior.

Sanções internacionais são outro componente importante do comportamento do mercado global.

Caso os EUA decidam sobretaxar produtos de determinados países, por exemplo, o Brasil pode ser favorecido dentro do contexto de substituição das importações. O contrário também pode ocorrer, caso a aquisição de carne do Brasil – exemplificando – seja suspensa em virtude de algum problema sanitário.

Apesar do vigor com que a China vem crescendo nas últimas décadas, os Estados Unidos ainda são o país com maior influência no mercado emergente ocidental, e acompanhar suas notícias se faz uma tarefa complexa e multidisciplinar.

Por isso é tão importante contar com assessoria especializada para guiar seus investimentos sem sobressaltos e de maneira competente.

A equipe da Monte Bravo tem especialistas com repertório e sensibilidade para entender os principais movimentos da geopolítica e da economia mundial, com repercussão de curto, médio e longo prazo nos investimentos de pessoas físicas e empresas brasileiras. 

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