Redução das tensões EUA x China impulsiona os mercados globais

24/04/2025 às 08:56

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Quinta

Abr

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Mercados

Os mercados globais tiveram um impulso com a expectativa de redução das tensões comerciais entre os EUA e a China depois que Trump indicou uma abordagem menos confrontacional. Em paralelo, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, afirmou que há “oportunidade para um grande acordo” comercial.

Além disso, Trump declarou que não pretende demitir o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, cujo mandato termina em maio de 2026.

No entanto, ainda que o recuo de Trump seja positivo, a incerteza provocada por sua conduta errática gerou uma perda de credibilidade e é um fator de risco que mantém os prêmios elevados.

Os juros dos títulos do Tesouro dos EUA de 10 anos recuam para 4,35%, enquanto os de 2 anos se mantêm em 3,83%. O dólar norte-americano está em queda de 0,5%, com o índice do dólar (DXY) em 99,5 pontos.

Os preços do ouro avançam mais de 1% nesta quinta-feira (24), com compras de oportunidade após a cotação do metal ter atingido, na véspera, o menor nível em uma semana. O ouro à vista sobe 1,50%, para US$ 3.335,39 por onça. No mercado de criptomoedas, o Bitcoin caiu 1,1%, cotado a US$ 93.385.

Os preços do petróleo sobem no início do pregão de hoje. Após recuarem quase 2% na sessão anterior, com investidores avaliando um possível aumento na produção da Opep+ em meio a sinais contraditórios sobre tarifas por parte da Casa Branca e às negociações nucleares em andamento entre EUA e Irã. Os contratos futuros do Brent sobem US$ 0,06, ou 0,09%, para US$ 66,18 o barril.

Os mercados da Ásia-Pacífico encerram a sessão desta quinta com desempenho misto, acompanhando os ganhos de Wall Street à medida que a possível trégua na guerra comercial entre EUA e China alimenta o otimismo dos investidores. O índice Nikkei 225, de Tóquio, sobe 0,49%, enquanto o Hang Seng, de Hong Kong, recua 0,29%. O CSI 300, da China continental, fecha estável.

As bolsas europeias iniciam a sessão em baixa nesta manhã, com o rali de alívio perdendo força. O índice pan-europeu STOXX 600 recua 0,50%. Nos EUA, os futuros operam em queda no início da manhã, após os principais índices acumularem dois dias consecutivos de alta.

Ontem (23), o Ibovespa fechou em alta de 1,34%, aos 132.216 pontos, enquanto o dólar à vista caiu 0,16%, cotado a R$ 5,7190.

Economia

EUA: O PMI de serviços dos EUA caiu 3,0 pontos em abril, para 51,4 pontos — um resultado abaixo das expectativas. A queda foi puxada pela desaceleração nos componentes de novos negócios e emprego, enquanto os preços de insumos recuaram e os preços cobrados pelas empresas subiram. A atividade no setor de serviços foi afetada pela demanda mais fraca, especialmente nas exportações ligadas ao turismo e viagens.

O PMI da indústria avançou 0,5 ponto, para 50,7 pontos, ligeiramente acima do esperado. Apesar da alta nos componentes de produção e novos pedidos, o emprego na indústria recuou. Os preços de insumos e de venda atingiram os maiores níveis em mais de dois anos, refletindo o impacto de tarifas e custos trabalhistas mais altos. Mesmo com esses aumentos, a atividade industrial permaneceu estagnada diante da incerteza econômica, problemas na cadeia de suprimentos e queda nas exportações.

Brasil: O diretor de Política Monetária do Banco Central, Nilton David, expressou preocupação com a desancoragem das expectativas de inflação, apesar dos juros estarem em um nível muito contracionista. Ele também destacou que a inflação no Brasil é mais persistente em comparação com outros países e que as expectativas de inflação estão mais altas para este ano e um pouco menores em 2026. David mencionou que o BC não espera uma queda da inflação nas próximas semanas ou meses, e que o presidente Gabriel Galípolo provavelmente terá que escrever uma carta por descumprimento da meta de inflação.

David também observou que a atividade econômica parece ter atingido um platô nos últimos seis meses, o que indica que o aperto da política monetária está funcionando. Para reforçar este ponto, ele também citou que o crédito livre parou de crescer e que a inflação implícita caiu bastante desde março. Finalmente, o diretor do BC assinalou ainda que o real se tornou a moeda com maior carry trade na virada do ano, o que contribui para sua valorização.

Nilton David afirmou hoje que a possibilidade de uma recessão global, devido às tarifas impostas pelo governo dos Estados Unidos, é difícil de ignorar. Segundo o ele, a desaceleração da economia mundial pode, por outro lado, contribuir para que o Produto Interno Bruto (PIB) retorne ao seu potencial, o que aliviaria, assim, a pressão inflacionária. O BC tem consenso de que os juros estão em um nível contracionista.

Mantemos nossa expectativa de uma alta de 50 pontos base na reunião do Copom de 7 de maio, levando a taxa Selic para 14,75% ao ano. Avaliamos que o BC optará por manter a taxa Selic nesse patamar até o final de 2025.

Preços de ativos selecionados¹

(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.

(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.                 

Fonte: Bloomberg.

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