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Mercados
Os futuros das bolsas em Wall Street operam em alta nesta quarta-feira (23) após o presidente Donald Trump voltar atrás e afirmar que não pretende demitir Jerome Powell da presidência do Fed. Além disso, Trump sinalizou uma possível redução das tarifas sobre importações chinesas.
A declaração representa uma reversão de posição de Trump, que havia dito que a “demissão de Powell não pode vir rápido o suficiente”. Ele também indicou disposição de adotar uma postura menos confrontacional com a China, observando que a tarifa atual de 145% é “muito alta, e não será tão alta assim. […] Não, não será nem perto disso. Vai cair substancialmente. Mas não será zero”.
O assessor econômico da Casa Branca, Kevin Hassett, havia dito que Trump avaliava a possibilidade de demitir Powell. No entanto, Trump recuou, dizendo que não tem “nenhuma intenção” de demitir Powell. “Nunca tive”, acrescenta.
O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, afirmou acreditar em uma desaceleração das tensões comerciais entre EUA e China, embora ressalte que as negociações com Pequim ainda não começaram e que devem ser “penosas”.
A taxa de juros do papel de 10 anos recua 4 pontos base, a 4,35%, enquanto o título de 2 anos avança 3 p.b., para 3,82%. O índice do dólar dos EUA sobe 0,26%, a 98,60 pontos, após ter caído para 97,92 na sessão anterior — menor nível desde março de 2022. O ouro à vista cai 0,70%, a US$ 3.357,11 por onça.
O Bitcoin volta a superar o patamar de US$ 90.000 pela primeira vez desde março, com investidores migrando para o criptoativo pelo segundo dia consecutivo em meio à volatilidade das bolsas e desvalorização do dólar. A criptomoeda sobe cerca de 4,80%, cotada a US$ 91.563.
Os preços do petróleo sobem quase 1% nas negociações iniciais desta quarta-feira. O contrato do Brent avança US$ 0,61, ou 0,90%, a US$ 68,05 por barril.
Os mercados da Ásia-Pacífico encerraram a quarta-feira em alta, impulsionados pelo desempenho positivo de Wall Street na véspera diante do otimismo quanto à redução das tensões comerciais entre EUA e China. As bolsas europeias abrem em alta hoje, com o sentimento global de risco se fortalecendo diante da menor preocupação com uma guerra comercial entre EUA e China. O índice regional STOXX 600 sobe 1,70%. Os futuros do S&P 500 avançam 2,00%, enquanto os do Nasdaq-100 sobem 2,40%.
Na volta do feriado, o Ibovespa subiu 0,63% ontem, aos 130.464 pontos. O dólar à vista fechou em baixa de 1,32%, cotado a R$ 5,72.
Economia
Zona do Euro: O PMI composto preliminar caiu para 50,1 pontos em abril, ante 50,9 pontos em março, ficando levemente abaixo do consenso de mercado. A queda foi puxada pelo setor de serviços, cujo índice recuou 1,3 ponto para 49,7 pontos, enquanto a produção industrial surpreendeu positivamente, subindo para 51,2 pontos — o maior nível em quase três anos. O índice de emprego cedeu ligeiramente para 49,9, sinalizando contração marginal. Entre os componentes da indústria, houve melhora nos estoques e nas compras.
Na análise por país, a Alemanha apresentou as maiores surpresas negativas, enquanto França e países periféricos registraram queda mais moderada, sustentada por uma indústria mais resiliente. A recuperação da indústria parece ter sido impulsionada por embarques antecipados, aproveitando a pausa de 90 dias nas tarifas específicas por país, e por um movimento de recomposição de estoques.
EUA: O presidente Trump afirmou que não pretende demitir Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, apesar de sua frustração pelo Fed não reduzir as taxas de juros mais rapidamente. Trump deseja que Powell diminua as taxas de juros, alega que este é um “momento perfeito” para tal ação e gostaria que o presidente fosse “pontual ou adiantado, em vez de atrasado”.
Brasil: Em audiência no Senado, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou que a atividade econômica está acima do potencial, justificando a adoção de uma taxa de juros restritiva. Ele destacou que, para conter a economia, os juros precisam estar acima do nível neutro e que o BC vem ajustando a política monetária para garantir esse efeito. Galípolo reconheceu que os mecanismos de transmissão dos juros no Brasil são menos eficientes, exigindo reformas contínuas para aumentar sua efetividade. Embora o BC não comente sobre política fiscal, ele admitiu que ela influencia os juros estruturais elevados do país e destacou a necessidade de um debate público sobre as vinculações orçamentárias.
Sobre a inflação, Galípolo alertou que ela está acima da meta de forma disseminada, desancorando expectativas e dificultando o controle dos preços. Ele reafirmou o compromisso com o regime de câmbio flutuante, ressaltando que o valor do real é determinado pelo mercado e tem papel relevante na inflação — especialmente pela influência do dólar sobre os preços de alimentos. O presidente do BC também comentou que a alta da Selic no fim de 2024 reduziu a atratividade de apostar contra o real. Por fim, apontou que a diversificação comercial e o tamanho do mercado interno tornam o Brasil um possível porto seguro em meio à guerra tarifária global.
Preços de ativos selecionados¹


(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.
(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.
Fonte: Bloomberg.
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