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A Vale divulgou na noite desta terça-feira (15) seu relatório de produção referente ao primeiro trimestre de 2025.
Acreditamos que os números reportados ficaram ligeiramente abaixo do consenso, principalmente na produção — impactada pelas maiores chuvas no Sistema Norte e pela decisão comercial da companhia de diminuir a exploração de minérios de menor qualidade. As vendas ficaram em linha, com a companhia vendendo parte do estoque que foi construído nos últimos trimestres. Nós esperamos uma reação negativa do mercado aos números apresentados.
A produção de minério de ferro ficou em 67 milhões de toneladas, uma redução de 4,5% na comparação anual. Apesar da redução na produção consolidada, S11D continua sendo destaque, com a operação atingindo sua maior produção para um primeiro trimestre.
No Sistema Sudeste, manutenções em uma das operações impactou a produção em Itabira, o que impactou também a produção de pelotas. O Sistema Sul continua com produção menor, graças à estratégia da companhia de diminuir a produção de minério com alto teor em sílica. A produção de pelotas atingiu 7,2 milhões de toneladas por conta da redução na produção da planta de São Luís — impactada pelas chuvas — e da Planta de Tubarão — graças às paradas de manutenção comentadas acima.
As vendas de minério de ferro ficaram em linha com o que projetávamos, com o preço realizado em linha com o que projetávamos. Com o cenário mais adverso, a companhia decidiu focar na venda de minérios de qualidade média, diminuindo as vendas de minério de maior qualidade — o que diminuiu um pouco os prêmios e a qualidade média do minério vendido.
Em metais básicos (cobre e níquel), continuamos a ver uma boa evolução na produção de cobre. O processo de melhorias parece bem encaminhado.
De modo geral, o resultado, apesar de ser ligeiramente mais fraco do que esperávamos, continua mostrando evolução interessante em relação aos últimos trimestres, com a nova política comercial da companhia mostrando resultados.
Estamos mais confortáveis com a tese de Vale pois temos vistos algumas de nossas dúvidas sendo bem respondidas — principalmente na capacidade de aumento de produção e aumento da qualidade média do minério. As operações de Metais Básicos continuam avançando, talvez não na velocidade que o mercado esperava, porém tem mostrado evolução e esperamos que nos próximos trimestres ganhem maior relevância.
Dos pontos de atenção que tínhamos em relação à Vale, a companhia entregou eficiência operacional, escolheu um novo CEO num processo transparente, resolveu as questões de Mariana e das concessões das Ferrovias.
Mantemos nossa recomendação de compra em Vale. Estamos confiantes na capacidade de geração de valor através do aumento da produção e da qualidade média do minério e entendemos que, mesmo num cenário mais desafiador para o minério, as medidas adotadas tornaram a companhia mais eficiente. Além disso, temos expectativas que os avanços realizados em Ferrosos também sejam alcançados em Metais Básicos.
Vale (VALE3) — Compra
Preço Alvo | 70 |
Preço Atual | 53,81 |
Upside | 30% |
Capitalização de Mercado (R$ bi) | 244 |
Ações Emitidas (mi) | 4.271 |
Free Float | 73,0% |
Performance
Semana | +9,30% |
Mês | -5,10% |
Ano | +2,50% |
Análise por Bruno Benassi, CNPI 9236, Analista de Ativos da Monte Bravo Corretora, CNPJ 50.489.148/0001-00.