📄 Para conferir o Informe Diário em formato PDF, clique aqui.
Mercados
Os mercados globais seguem oscilando sob o impacto das tensões comerciais, da incerteza sobre a inflação e o temor de economia em desaceleração.
Ontem (06), na mais recente reviravolta em uma política comercial instável, Trump suspendeu as tarifas de 25% que impôs sobre produtos do Canadá e do México. Além da inflação, as tarifas são vistas como um obstáculo para o crescimento, pois a incerteza retarda decisões empresariais.
Nesta sexta-feira (07), temos a divulgação do relatório de empregos não agrícolas de fevereiro, que sai às 10h30 e vai fornecer uma visão mais detalhada sobre a saúde da economia. Economistas projetam a criação de 170 mil postos de trabalho e esperam que a taxa de desemprego permaneça estável em 4%.
O diretor do Fed, Christopher Waller, afirmou que se opõe fortemente a um corte na taxa de juros na próxima reunião, mas considera que cortes ao longo do ano seguem no radar caso as pressões inflacionárias continuem a diminuir.
A taxa de juros dos Treasuries de 10 anos subiu. Agora, os juros das Treasuries de 10 anos estão em 4,27%, enquanto o título de 2 anos está em 3,96%.
O índice do dólar (DXY), que mede a moeda americana frente a uma cesta de seis divisas, acumula quatro dias seguidos de queda e atingiu seu menor nível em quatro meses, valendo agora 103,6 pontos, uma queda de 4,5% em 2025.
O ouro recuou nesta sexta-feira com investidores realizando lucros. O contrato à vista caiu 0,2%, negociado a US$ 2.904 por onça.
O presidente Donald Trump assinou na quinta-feira uma ordem executiva para a criação de uma reserva estratégica de Bitcoin. O fundo será abastecido exclusivamente com bitcoins apreendidos em casos criminais e de confisco civil. O preço da criptomoeda estava praticamente estável, cotado a US$ 88.917.
Os preços do petróleo estão estáveis nesta sexta. Os contratos futuros do Brent subiram 13 centavos de dólar, ou 0,19%, para US$ 69,6 por barril.
Os mercados asiáticos fecharam em baixa hoje, com as taxas de juros dos títulos de longo prazo do Japão nos maiores níveis desde de 2008. Os mercados europeus operam em queda nesta manhã, enquanto os futuros das ações americanas registram alta.
Ontem, por aqui o Ibovespa subiu 0,25%, aos 123.358 pontos. O dólar à vista fechou em alta de 0,06%, a R$ 5,7597, e os juros futuros subiram.
Economia
China: Nos dois primeiros meses do ano, as exportações cresceram 2,3% em relação ao mesmo período do ano anterior — abaixo da previsão de 5,9%. Em termos mensais, os embarques médios caíram cerca de 20% em relação a dezembro, refletindo a retração sazonal do Ano Novo Lunar e a compensação das antecipações feitas antes do reajuste tarifário dos EUA. Enquanto isso, as importações recuaram 8,4% na mesma base anual, contrastando com os modestos ganhos de dezembro e de 2024, e indicam uma fragilidade na demanda interna.
O superávit comercial somou US$ 170,5 bilhões, com média mensal de US$ 85 bilhões — abaixo dos US$ 105 bilhões de dezembro e dos US$ 99 bilhões do último trimestre de 2024. Diante disso, a contribuição das exportações para a meta de crescimento de 5,0% deve ser limitada, devido ao impacto das tarifas dos EUA e à fraca expansão de parceiros como a zona do euro.
Zona do euro: O Banco Central Europeu reduziu a taxa de remuneração dos depósitos para 2,50% ao ano, mantendo uma visão favorável sobre a inflação. As projeções atualizadas do CPI indicam 2,3% em 2025 (ante 2,1%), 1,9% em 2026 (inalterado) e 2,1% em 2027 (ante 2,0%), reforçando a convergência para a meta. A revisão da inflação para este ano reflete, principalmente, o impacto dos preços de energia, enquanto os reajustes salariais ainda preocupam devido à inflação de serviços.
Sobre os próximos passos, a presidente do BCE, Christine Lagarde, reforçou que as decisões dependerão da evolução dos dados e destacou o cenário de alta incerteza. Com os juros próximos do nível neutro, Lagarde recomendou cautela na condução da política monetária. Ainda assim, os mercados continuam precificando, com alta probabilidade, um novo corte de juros já em abril.
Brasil: O governo adotou medidas para reduzir o preço dos alimentos, destacando-se a isenção das tarifas de importação para itens como carne, café, açúcar, milho, óleo de girassol, azeite de oliva, sardinha, biscoitos e massas. Além disso, a cota de importação de óleo de palma foi ampliada de 65 mil para 150 mil toneladas.
Avaliamos que o impacto sobre a inflação tende a ser pequeno, pois muitos desses produtos são negociados globalmente e suas altas recentes resultam de problemas de oferta, como questões climáticas e ciclos produtivos. Além disso, não importamos quantidades expressivas desses produtos para impactar a oferta no curto prazo. A proposta de fortalecimento dos estoques reguladores da Conab deve ter efeito limitado, pois os estoques atuais são baixos e sua recomposição poderia pressionar ainda mais os preços.
Preços de ativos selecionados¹


(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.
(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.
Fonte: Bloomberg.
Indicadores de hoje

Indicadores do dia anterior
