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A BRF e sua controladora Marfrig divulgaram na noite de quarta-feira (26) seus resultados referentes ao quarto trimestre de 2024.
Os relatórios de ambas companhias trouxeram bons números. Na BRF, os números vieram ligeiramente abaixo das elevadas expectativas, enquanto os números da Marfrig foram melhores, impulsionados por boa execução na América Latina.
Os números reportados pela BRF foram, novamente, sólidos e mostram que a nova companhia tem capacidade de entregar bons resultados. No entanto, após quase oito trimestres de surpresas em relação às expectativas, tivemos um trimestre “aquém”. Conforme comentamos no último trimestre, entendíamos que a companhia teria dificuldades de manter as margens nos patamares que se encontravam e que o mercado tinha precificado a companhia com perfeição.
A volta da excelência na execução tem possibilitado a companhia a manter um sólido desempenho comercial, elevando preços e volumes — o que, somado com as melhorias operacionais, tem possibilitado a manutenção de margens maiores e geração de Caixa. No trimestre, porém, algumas pressões de insumo — grãos, logística e fretes — acabaram pressionando as margens.
Os bons resultados dos últimos trimestres, com forte geração de caixa, e as injeções de capital deram à companhia robustez em seu balanço, o que tem possibilitado o aumento da capacidade de investimentos e possibilidade de remunerar seus acionistas. Mesmo crescendo e pagando os acionistas, a companhia tem hoje um balanço confortável, com uma dívida líquida/ EBITDA de 0,8x.
Os números da Marfrig foram bons. A operação dos EUA enfrentou a pressão da virada do ciclo do gado e menor demanda dos consumidores, enquanto a operação na América Latina apresentou resultados fortes.
Nos EUA, apesar dos resultados pressionados, a parceira com a National Beef continua se mostrando acertada, já que a companhia consegue entregar números superiores aos seus concorrentes.
Na América Latina, a mudança de perfil da companhia, que passou a focar mais em processados e menos em ser uma trading de proteínas tem ajuda a companhia a manter margens mais resilientes e acima do que apresentava antes.
O trimestre trouxe a entrada dos recursos da venda de algumas de suas plantas para a Minerva, com a entrada de R$ 5,7 bilhões. No entanto, com os programas de recompra e as remuneração aos acionistas, não tivemos uma redução tão relevante de seus níveis de divida.
Estamos neutros em BRF e, apesar de não temos mais dúvidas sobre a capacidade de execução da companhia, enxergamos o atual cenário para aves como precificado a perfeição. Esperamos alguma normalização mais adiante.
Também estamos neutros em Marfrig, pois acreditamos que a normalização das margens na BRF não ajudará no processo de desalavancagem da companhia na velocidade necessária. Além disso, temos ainda um ou dois anos desafiadores para bovinos nos EUA, o que deve manter as operações da companhia no país pressionadas.
BRF (BRFS3) — Neutro
Preço Alvo | 25,00 |
Preço Atual | 18,40 |
Upside | 26% |
Capitalização de Mercado (R$ bi) | 31 |
Ações Emitidas (mi) | 1.678 |
Free Float | 49,8% |
Performance
Semana | -1,76% |
Mês | -15,94% |
Ano | -25,81% |
Marfrig (MRFG3) — Compra
Preço Alvo | 14,00 |
Preço Atual | 15,17 |
Upside | -8% |
Capitalização de Mercado (R$ bi) | 13,44 |
Ações Emitidas (mi) | 900 |
Free Float | 35,9% |
Performance
Semana | +11,71% |
Mês | -4,53% |
Ano | -11,60% |
Análise por Bruno Benassi, CNPI 9236, Analista de Ativos da Monte Bravo Corretora, CNPJ 50.489.148/0001-00.