Temporada de resultados e tarifas entre EUA e China pressionam os mercados - Monte Bravo

Temporada de resultados e tarifas entre EUA e China pressionam os mercados

05/02/2025 às 09:16

05

Quarta

Fev

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Mercados

Os mercados internacionais estão operando no vermelho após a divulgação de resultados pouco inspirados na noite anterior. Além disso, investidores aguardam avanços nas questões envolvendo as relações comerciais de EUA e China, especialmente sobre tarifas.

A Alphabet, empresa mãe do Google, reportou resultados piores que o projetado pelo mercado na noite de ontem (04) e caiu no pós-mercado. A companhia teve piores receitas de seu braço de nuvem e anunciou fortes investimentos. A reação do mercado pode ser explicado por dúvidas sobre a capacidade de monetizar esses investimentos — a Alphabet não tem conseguido mostrar isso nos números reportados no seu braço de nuvem — e as possíveis implicações dos modelos mais baratos de IA (DeepSeek).

No braço geopolítico, os mercados esperam por evoluções positivas nas questões comerciais envolvendo EUA e China. Uma possível ligação entre os dois presidentes é aguardada, para possivelmente postergar as tarifas e ganhar mais tempo para uma resolução amigável.

As taxas dos títulos do Tesouro dos EUA operam em queda, enquanto o mercado aguarda dados de emprego que serão divulgados hoje (05) e sexta (07) e podem indicar uma desaceleração da atividade. As taxas de 10 anos estão sendo negociadas a 4,47% e as taxas de 2 anos negociam a 4,19%.

O dólar recua frente às principais moedas internacionais. O índice do dólar (DXY) recua 0,45%, para 107,48 pontos. Os preços do petróleo operam em queda: os contratos futuros do Brent recuam 0,75 %, para US$ 75,67 por barril, e os futuros do West Texas Intermediate caem 0,77%, para US$ 72,15 por barril.

Os mercados asiáticos operaram sem direção após as tarifas impostas pela China reacenderem receios de uma possível guerra comercial com os EUA. As bolsas chinesas permanecem fechadas devido ao feriado do Ano Novo Lunar.

Na terça-feira, por aqui o Ibovespa fechou em baixa de 0,65%, aos 125.147 pontos. O dólar à vista fechou em baixa de 0,76%, cotado a R$ 5,77.

Economia

EUA: O número total de vagas de emprego caiu para 7,6 milhões em dezembro, abaixo da previsão de 8 milhões e do valor revisado de 8,16 milhões em novembro. A maior redução ocorreu nos setores de serviços profissionais, saúde e finanças, embora esses segmentos ainda apresentem alta demanda. Por outro lado, houve aumento de vagas na fabricação de bens duráveis, comércio, transporte e lazer — setores sensíveis ao ciclo econômico.

A proporção de vagas por trabalhador desempregado, indicador acompanhado pelo Fed, caiu para 1,10 em dezembro, ante 1,15 em novembro. Dados recentes indicam maior dificuldade dos trabalhadores em encontrar emprego, o que deve reduzir a rotatividade e aliviar pressões salariais nos próximos meses.

Brasil: Os emplacamentos de veículos cresceram 2,7% na margem em janeiro, após a forte queda de 4,8% na margem no mês anterior. Apesar da recuperação parcial, a tendência em médias móveis trimestrais segue negativa, com recuo de 0,4%. Na comparação interanual, sem ajustes, houve alta de 6,0%, a décima consecutiva, enquanto no acumulado de 12 meses o avanço foi de 0,4%.

Os veículos leves avançaram 2,7% na margem, impulsionados por automóveis e motocicletas, que tiveram cerca de cinco mil unidades a mais emplacadas. Os pesados subiram 1,6% na margem e repetiram a alta do mês anterior, mas sem compensar a queda de 5,2% na margem de novembro.

Brasil: O Tesouro Nacional divulgou o Plano Anual de Financiamento (PAF) de 2025, prevendo resgates de R$ 1,36 trilhão, incluindo R$ 56,6 bilhões em papéis emitidos no exterior, já com recursos garantidos. Os vencimentos de títulos prefixados somam cerca de R$ 600 bilhões, representando quase 50% da Dívida Pública Federal Interna. A reserva de liquidez está em R$ 860 bilhões, suficiente para cobrir 6,2 meses de vencimentos da dívida doméstica.

A estratégia de rolagem priorizará a emissão de LFTs, com participação entre 48% e 50% da dívida total, acima dos 46,3% de 2024. Os limites para LTN e NTN-B permanecem próximos aos do ano anterior. O objetivo é refinanciar os compromissos sem reduzir o prazo médio da dívida, que seguirá em quatro anos, nem elevar os vencimentos em 12 meses, mantendo-os em 18%. No entanto, a melhora na composição da dívida será adiada devido às incertezas fiscais e ao cenário externo adverso.

Preços de ativos selecionados¹

(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.

(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.                 

Fonte: Bloomberg.

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