Com tarifas no radar, mercados operam em compasso de espera - Monte Bravo

Com tarifas no radar, mercados operam em compasso de espera

04/02/2025 às 09:28

04

Terça

Fev

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Mercados

Os mercados internacionais estão, novamente, em compasso de espera nesta terça-feira (04). Isso acontece após a China anunciar que irá impor tarifas de importação para alguns produtos norte-americanos em resposta às tarifas anunciadas pelo governo dos EUA.

O movimento vem após a sinalização de que Trump chegou a acordos com Canadá e México para adiar a implementação de tarifas em um mês e dar mais tempo para negociações com os países. Esse sinal foi recebido com alívio pelos mercados, que reduziram as perdas após os anúncios.

As respostas da China aparentam ser modestas e servem para enviar uma mensagem aos EUA em uma tentativa de negociar um cenário alternativo mais positivo — parecido com o que Canadá e México fizeram durante na segunda-feira (03). É importante ressaltar, no entanto, que sempre existe um risco de Donald Trump dobrar a aposta e seguir com aumentos de tarifas, o que poderia resultar em um Guerra Comercial 2.0.

As taxas dos títulos do Tesouro dos EUA apresentam pouca variação nesta terça. A taxa do papel de 10 anos sobe para 4,57%, enquanto a taxa do título de 2 anos cai para 4,25%.

O dólar recua ante as principais moedas. O índice do dólar (DXY) — que mede a moeda americana contra uma cesta de pares, como o iene e o euro — recua 0,36%, para 108,6 pontos. Os preços do petróleo operam em queda, com os contratos futuros do Brent recuando 1,21%, para US$ 75,06 por barril. Os futuros do petróleo West Texas Intermediate (WTI) também recuam 1,94%, para US$ 71,73 por barril.

Os mercados asiáticos operaram sem direção após as tarifas impostas pela China reacenderem receios de uma possível guerra comercial. As bolsas chinesas permanecem fechadas devido ao feriado do Ano Novo Lunar.

Esta será a semana mais movimentada da temporada de balanços do quarto trimestre nos EUA, com mais de 120 empresas do S&P 500 divulgando seus resultados. Entre os destaques, estão gigantes do setor de tecnologia, como Alphabet, Amazon e Palantir, além de grandes empresas do setor de consumo, incluindo Walt Disney e Mondelez.

Na segunda-feira, por aqui o Ibovespa fechou em baixa de 0,13%, aos 125.970 pontos. O dólar à vista fechou em baixa de 0,38%, cotado a R$ 5,81 — menor patamar desde 26 de novembro.

Economia

EUA: O ISM da indústria subiu para 50,9 pontos em janeiro, indicando expansão do setor após registrar 49,2 pontos em dezembro. O avanço foi impulsionado pelo crescimento do emprego e pelo aumento dos novos pedidos — com destaque para a aceleração deste último, que subiu de 52,1 pontos para 55,1 pontos. Outros indicadores de demanda também melhoraram, como o crescimento dos pedidos de exportação e a manutenção dos estoques dos clientes em níveis baixos, sinalizando possível fortalecimento da demanda futura. Além disso, os estoques dos produtores caíram rapidamente e as entregas dos fornecedores desaceleraram ainda mais. O índice de preços pagos aumentou, e, com a contínua redução dos estoques, a manufatura pode seguir se expandindo caso a demanda se mantenha robusta, uma tendência reforçada pelo maior otimismo empresarial.

Brasil: A ata da reunião do Copom de janeiro buscou corrigir a percepção de uma mensagem menos dura do comunicado, explicando com mais detalhes o balanço de riscos do cenário de inflação. O Banco Central avaliou que o balanço de riscos permanece assimétrico e indica maior probabilidade de inflação mais elevada do que a projetada pelo seu cenário base. Os riscos de alta para a inflação são justificados pela desancoragem das expectativas de inflação, o crescimento acima do potencial e o repasse da depreciação do câmbio.

Por outro lado, o Banco Central atualizou os riscos de baixa para a inflação, considerando que os elementos anteriores estavam desatualizados. O risco de desaceleração doméstica mais forte do que o esperado — devido ao ambiente de taxas de juros reais contracionista e à piora das condições financeiras com impactos deflacionários — foi incluído. O Copom ressalvou que o cenário base já contempla uma desaceleração e que não há evidência de uma desaceleração abrupta. Outro risco discutido foi o impacto da política comercial e as condições financeiras prevalentes nos EUA, com impactos incertos na condução dos juros pelo Fed e no crescimento global. O Copom avaliou que esse risco introduz um impacto que pode ser para baixo na inflação doméstica caso o crescimento global desacelere.

Portanto, a ata trouxe uma mensagem mais dura que o comunicado e reforçou a sinalização de nova alta de 1,0 p.p. na reunião de março. Para além da próxima reunião, o Copom manteve a alta de juros condicionada à evolução do cenário prospectivo de inflação. Avaliamos que o Copom deverá elevar a taxa Selic em 50 p.b. na reunião de maio, levando a taxa de juros para 14,75% a.a.

Preços de ativos selecionados¹

(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.

(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.                 

Fonte: Bloomberg.

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