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Mercados
O ano começou com oscilações acentuadas na taxa de juros dos Treasuries de 10 anos. Essa volatilidade acontece diante de incertezas decorrentes das ameaças tarifárias da nova administração Trump e, consequentemente, das dúvidas sobre o espaço para o Fed cortar os juros nos EUA.
As taxas dos Treasuries caíram drasticamente na quarta-feira (15), com o papel de 10 anos recuando 13 pontos base, enquanto o título de 2 anos cedeu 10 p.b. O movimento ocorreu após a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI) de dezembro, que mostrou uma desaceleração na taxa de inflação subjacente para 3,2% em termos anuais — abaixo da previsão de 3,3%.
O governador do Fed Christopher Waller declarou que o banco central pode reduzir as taxas de juros várias vezes este ano caso a inflação continue desacelerando. “Enquanto os dados sobre a inflação forem positivos ou seguirem nessa trajetória, eu certamente vejo cortes nas taxas acontecendo mais cedo do que os mercados talvez estejam precificando”, afirmou.
Os mercados atualmente embutem cortes de 41 p.b. pelo Fed este ano. Nesta sexta-feira (17), as taxas dos Treasuries dos EUA continuaram em queda: o Treasury de 10 anos recuou para 4,60%, enquanto o de 2 anos caiu para 4,23%.
Isso fez com que o índice do dólar, que mede a moeda norte-americana em relação a seis outros pares, ficasse em 109 pontos. O índice deve encerrar a semana com queda de 0,6%, afastando-se da máxima de mais de dois anos registrada no início da semana.
O ouro à vista manteve-se em US$ 2.715 por onça. Nas criptomoedas, o Bitcoin sobe 2% e atinge os US$ 102.159.
Os preços do petróleo recuaram ontem (16), um dia após atingirem máximas de vários meses devido às sanções mais recentes contra a Rússia. Os contratos futuros do Brent caíram 74 centavos, ou 0,9%, para encerrar a US$ 81,29 por barril.
Os mercados da Ásia operaram de forma mista nesta sexta, enquanto investidores analisam uma série de dados econômicos da China. Os mercados europeus abriram em território positivo e os futuros das ações nos EUA também subiram na manhã de hoje.
Ontem, o Ibovespa fechou em baixa de 1,15%, aos 121.234 pontos. O dólar à vista subiu 0,47%, cotado a R$ 6,0533, empurrando os juros futuros para cima.
Economia
China: A China alcançou sua meta anual de crescimento do PIB de 5,0% em 2024, com uma aceleração para 5,4% no quarto trimestre — acima dos 4,6% do trimestre anterior. O crescimento na margem foi de 1,6%, marcando o terceiro mês consecutivo de expansão. A produção industrial destacou-se como o setor mais dinâmico, impulsionada pelo forte desempenho das exportações. Em dezembro, a produção industrial cresceu 6,2% na comparação anual, com o setor de alta tecnologia liderando os ganhos, especialmente o segmento automotivo, que avançou 17,7%. Apesar disso, o setor privado segue fraco, com investimentos recuando 0,1% no ano.
O investimento geral desacelerou, crescendo apenas 3,2%, com destaque para empresas estatais em infraestrutura, que compensaram parcialmente a queda de 10,6% nos investimentos imobiliários. O consumo permaneceu como o ponto frágil da economia, com vendas no varejo crescendo apenas 3,5% no ano — o que evidencia um crescimento impulsionado por medidas estatais, mas limitado por fraquezas no setor privado e no consumo doméstico.
EUA: Durante sua audiência de confirmação no Comitê de Finanças do Senado, o futuro Secretário do Tesouro Americano, Scott Bessent, alertou sobre uma possível crise econômica que prejudicará as classes média e trabalhadora caso os cortes de impostos de 2017 não sejam prorrogados. Bessent chamou o tema de “a questão econômica mais importante do momento”. Ele também defendeu o fortalecimento de sanções à indústria petrolífera russa para encerrar a guerra na Ucrânia e destacou a importância de manter o dólar como moeda de reserva mundial para garantir a saúde econômica dos EUA. Sobre a China, Bessent foi crítico, afirmando que a economia chinesa enfrenta uma recessão, possivelmente uma depressão, com graves desequilíbrios estruturais e uma dependência do setor militar e das exportações de bens baratos para sustentar o crescimento.
Brasil: O IBC-BR cresceu 0,1% em novembro na comparação mensal e 4,1% na comparação anual, mantendo-se próximo às projeções de mercado. Apesar da estabilidade, o índice renovou sua máxima histórica pelo terceiro mês consecutivo e sétima vez no ano. A média móvel trimestral registrou alta pelo 13º mês seguido, com o acumulado em 12 meses mostrando avanço de 3,6% até novembro, evidenciando a continuidade da trajetória positiva iniciada no final de 2023.
Entretanto, a variação mais modesta nos últimos meses — abaixo da média recente de 0,46% ao mês — sugere sinais de desaceleração. Esse cenário reflete os efeitos da política monetária contracionista e do aumento dos juros, intensificados pela deterioração das condições financeiras e pela crise de confiança em relação à política fiscal.
Preços de ativos selecionados¹
(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.
(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.
Fonte: Bloomberg.