Mercado doméstico digere alta da Selic em dia de agenda lotada - Monte Bravo

Mercado doméstico digere alta da Selic em dia de agenda lotada

12/12/2024 às 09:17

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Quinta

Dez

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  • Dados da inflação americana reforçam apostas em um corte de juros na próxima semana;
  • O CPI também ajudou a impulsionar ativos de risco, como as bolsas de NY e o Bitcoin;
  • Na zona do euro, o BCE deve anunciar um corte de juros nesta quinta-feira;
  • Por aqui, o Copom decidiu ontem pela elevação da Selic para 12,25% ao ano;
  • Ontem, a perspectiva de aprovação do ajuste fiscal no Congresso ajudou o Ibovespa a subir.

Mercados

Nos EUA, o Nasdaq subiu cerca de 1,8% e fechou em nova máxima histórica ontem (11). O índice amplo S&P 500 avançou 0,8%.

O relatório de inflação ao consumidor de novembro ficou em linha com as expectativas (veja abaixo). Os dados fortaleceram apostas de um corte de juros pelo Fed na próxima semana.

As taxas de juros dos títulos do Tesouro americano avançaram, com a taxa do título de 10 anos alcançando 4,269% e a taxa do título de 2 anos subindo para 4,153%.

O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda americana em relação a seis principais pares, recuou para 106,5 pontos — pouco abaixo da máxima de duas semanas de 106,8 pontos registrada na quarta-feira. As criptomoedas tiveram alta e o Bitcoin recuperou o patamar de US$ 100.000 após os dados de inflação de novembro. Enquanto isso, o ouro recuou nesta quinta-feira (12), com investidores realizando lucros após os preços atingirem o maior nível em mais de um mês. O ouro à vista caiu 0,5%, para US$ 2.704,41 por onça.

Os preços do petróleo permaneceram praticamente estáveis, com previsões de demanda fraca e um aumento maior do que o esperado nos estoques de gasolina e destilados dos Estados Unidos limitando os ganhos de uma nova rodada de sanções da União Europeia, que ameaça os fluxos de petróleo russo. Os contratos futuros do petróleo Brent recuaram 5 centavos, para US$ 73,47 por barril.

Os mercados asiáticos fecharam majoritariamente em alta hoje. Os mercados europeus apresentaram leve baixa antes de um esperado corte de juros pelo Banco Central Europeu (BCE). A instituição deve anunciar seu último corte de taxa de juros do ano nesta quinta, com economistas agora projetando uma redução de 25 pontos base em vez do corte mais agressivo de 50 p.b. anteriormente projetado. O BCE também divulgará suas projeções macroeconômicas trimestrais sobre crescimento e inflação.

Nos Estados Unidos, os dados de inflação relativamente moderados alimentaram as expectativas de um corte na taxa de juros pelo Federal Reserve na próxima semana. Os futuros das ações dos EUA apresentam leve baixa nesta quinta.

Ontem, por aqui o Ibovespa fechou em alta de 1,06%, aos 129.593 pontos. O índice foi beneficiado pela melhora do cenário em relação à aprovação das medidas fiscais do governo no Congresso e pelo alívio dos juros futuros. O dólar à vista fechou em baixa de 1,53%, cotado a R$ 5,9557.

Economia

EUA: O CPI registrou alta de 0,3% em novembro, tanto no índice geral quanto no núcleo, em linha com as expectativas. Em 12 meses, o índice geral avançou para 2,7%, enquanto o núcleo manteve-se estável em 3,3% pelo terceiro mês consecutivo. As médias anualizadas de três e seis meses do núcleo mostraram aceleração e alcançaram 3,7% e 2,9%, respectivamente.

Os custos habitacionais desaceleraram, com os aluguéis primário e imputado avançando 0,2%, resultado abaixo dos meses anteriores. Bens duráveis do núcleo tiveram alta de 0,2%, liderados pelo setor automotivo. O resultado do núcleo do CPI que indicou desaceleração da inflação de serviços e pressões temporárias em bens confirma nossa expectativa de corte de 25 p.b. na reunião próxima reunião do Fed, que ocorrerá na próxima quarta-feira (18).

Brasil: O setor de serviços registrou crescimento de 1,1% na margem na receita real do setor em outubro, marcando o segundo avanço consecutivo e superando as projeções do mercado. Com isso, o setor renovou sua máxima histórica pela sexta vez em 2023. O destaque positivo foi o segmento de transportes, impulsionado pelo transporte aéreo (+27,1% na margem), devido à queda nos preços das passagens, e pelo transporte rodoviário de cargas e municipal de passageiros. Além disso, serviços de armazenamento e gestão de portos também se beneficiaram, possivelmente devido à desvalorização do real.

Por outro lado, os serviços prestados às famílias ficaram estáveis, com ganhos em alojamento e alimentação compensados por quedas em espetáculos culturais, refletindo o impacto pontual do Rock in Rio no mês anterior. Esses resultados mostram um avanço concentrado em poucos setores e evidenciam desafios de recuperação uniforme no segmento de serviços. Com esse resultado, o tracking do PIB do 4° trimestre foi revisado de 0,2% para 0,4% na margem.

Brasil: O Copom decidiu, por unanimidade, elevar a taxa Selic em 1,00 ponto percentual, para 12,25% ao ano. O movimento ficou em linha com nossa expectativa, mas acima do consenso do mercado, que esperava alta de 0,75 p.p.

O comitê considerou que o cenário se mostra mais adverso que na reunião anterior, com assimetria altista no balanço de riscos para a inflação. Segundo o Banco Central, o cenário recente é marcado por desancoragem adicional das expectativas de inflação, elevação das projeções de inflação e crescimento acima do potencial — exigindo uma política monetária ainda mais contracionista. Na próxima página foi incluída a sessão Monte Bravo Analisa – Copom, que detalha a decisão e os impactos sobre os preços dos ativos e investimentos.

Preços de ativos selecionados¹

(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.

(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.                 

Fonte: Bloomberg.

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