Para conferir o Informe Diário em formato PDF, clique aqui.
- Conflito entre Israel e Hezbollah se aproxima de um cessar-fogo;
- Presidente eleitos dos EUA, Trump reforça promessa de taxação contra importações;
- Escolha de Scott Bessent para o Tesouro Americano impulsiona índices de Wall Street;
- Por aqui, Índice de Confiança do Consumidor atinge o maior nível em 10 anos;
- No entanto, mercados andam de lado na espera pelo ajuste fiscal.
Mercados
No front geopolítico, ontem (25), o embaixador de Israel na ONU anunciou que estava avançando em direção a um cessar-fogo com o Hezbollah.
Na tarde de segunda, em uma demonstração de seu estilo errático de governar, Trump afirmou em suas redes sociais que uma de suas primeiras ações seria impor uma tarifa adicional de 10% sobre os produtos chineses. Ele ameaçou ainda aplicar uma tarifa de 25% sobre produtos do México e Canadá.
Ele citou a imigração ilegal e o tráfico ilícito de drogas como justificativas para as tarifas. “Tive muitas conversas com a China sobre as enormes quantidades de drogas — em particular Fentanil — sendo enviadas para os Estados Unidos, mas sem sucesso”, disse Trump. Essas tarifas diferem do que Trump mencionava durante a campanha: 60% para a China e uma tarifa geral de 10%.
As falas parecem mais ferramenta de barganha, já que estão vinculadas ao tráfico de drogas e à imigração. No entanto, está claro que isso vai pairar como uma ameaça por algum tempo. Embora o mercado esteja cauteloso quanto ao risco de tarifas, mantemos a visão de que o mais provável é uma estratégia com muito barulho, mas com modulação no impacto econômico.
Os juros dos títulos do Tesouro dos EUA estão ligeiramente mais altos, com o retorno do título de 10 anos subindo para 4,30% e o de 2 em 4,28%.
O dólar fortaleceu e o DXY voltou para 106,7. O dólar canadense sobe em relação ao peso mexicano, com os mercados projetando que o México deve ser impactado mais duramente pelas possíveis tarifas. Os preços do ouro à vista caem cerca de 3,5%, em US$ 2.617 por onça. O Bitcoin registra queda de 0,1%.
Os preços do petróleo subiram no início do pregão desta terça-feira (26) após uma queda de US$ 2 por barril na véspera por conta da expectativa de um cessar-fogo entre Israel e Hezbollah. Os contratos futuros do Brent subiram 29 centavos hoje, ou 0,4%, para US$ 73,20 por barril.
Os mercados asiáticos fecharam mistos nesta terça, enquanto as ações europeias abriram em baixa. Os futuros das ações dos EUA operam estáveis na manhã de hoje, após o rali que impulsionou o S&P 500 e o índice Russell 2000 a novas máximas ontem — à medida que investidores celebraram a decisão de Trump de nomear Scott Bessent.
Ainda à espera do pacote fiscal, ontem o Ibovespa andou de lado e fechou em leve queda de 0,07%, aos 129.036 pontos. O dólar à vista recuou 0,15%, a R$ 5,8055, enquanto os juros futuros também recuaram.
Economia
Brasil: O saldo em conta corrente registrou déficit de US$ 5,9 bilhões em outubro e ampliou o desequilíbrio acumulado no ano para US$ 43,6 bilhões, bem acima dos US$ 18,9 bilhões do mesmo período de 2023. A principal pressão veio da balança comercial, com redução de quase US$ 20 bilhões no superávit, acompanhada pelo aumento no déficit de serviços, que passou de US$ 32,5 bilhões para US$ 40,5 bilhões. Em contrapartida, o déficit em renda primária foi menor, registrando US$ 61,3 bilhões contra US$ 64,5 bilhões no ano anterior.
No acumulado de 12 meses, o déficit em conta corrente atingiu US$ 49,2 bilhões, o equivalente a 2,5% do PIB — a maior marca desde setembro de 2022. Os Investimentos Diretos no País (IDP) somaram US$ 5,7 bilhões em outubro, acima da expectativa de US$ 5,0 bilhões para o mês. No acumulado de 2024, o IDP alcançou US$ 61,3 bilhões, acima dos US$ 57,8 bilhões registrados no mesmo período de 2023.
Os investimentos estrangeiros em carteira mantiveram saldo positivo de US$ 1,8 bilhão em outubro, embora abaixo dos US$ 3,6 bilhões de setembro, e acumulam US$ 14 bilhões no ano. O destaque foi a aquisição de títulos de dívida, que somaram US$ 1,3 bilhão no mês e US$ 21,9 bilhões no ano, quase integralmente no mercado doméstico. Além disso, houve pequenos saldos positivos em ações (US$ 395 milhões) e fundos de investimento (US$ 171 milhões).
Brasil: O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) subiu 2,8% em novembro, após queda de 0,7% em outubro, alcançando 95,6 pontos, o maior patamar desde abril de 2014, segundo a FGV. Com cinco altas nas últimas seis divulgações, o índice acumula crescimento de 7,2% no período. Em médias móveis trimestrais, houve avanço de 0,9%, consolidando quatro meses consecutivos de crescimento. A melhora foi impulsionada tanto pelo Índice de Situação Atual — que subiu 0,6 ponto para 84,3, maior nível desde 2014 —, quanto pelo Índice de Expectativas — que avançou 3,7 pontos, atingiu 103,4 e retornou ao terreno positivo.
No índice de expectativas, o destaque foi o aumento de 10,0% nas compras previstas de bens duráveis, alcançando 96,8 pontos, sua maior contribuição ao índice. Os resultados refletem uma recuperação no otimismo do consumidor, com as expectativas renovando os níveis mais elevados desde setembro do ano passado.
Preços de ativos selecionados¹
(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.
(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.
Fonte: Bloomberg.