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- Guerra entre Rússia e Ucrânia se intensifica;
- Putin aponta que conflito está evoluindo para uma escala global;
- Bitcoin já avançou mais de 40% após vitória de Trump nas eleições americanas;
- Demora pela definição do ajuste fiscal aumenta o prêmio de risco e prejudica o mercado doméstico.
Mercados
No front geopolítico, os investidores acompanham a escalada da guerra entre Rússia e Ucrânia. Nesta quinta-feira (21), a Rússia lançou um míssil hipersônico em Dnipro, como resposta à aprovação dos EUA e do Reino Unido para que Kiev utilize armas ocidentais avançadas em ataques contra o território russo.
O presidente russo, Vladimir Putin, declarou na quinta que a guerra na Ucrânia está evoluindo para um conflito global após os EUA e o Reino Unido permitirem que a Ucrânia ataque a Rússia com suas armas.
As taxas dos Treasuries dos EUA estão em queda nesta sexta-feira (22). A taxa dos títulos de 10 anos caiu para 4,39%, enquanto a dos títulos de 2 anos está em 4,33%. O índice do dólar está estável em 107 pontos. Os preços do ouro ampliaram os ganhos nesta hoje e estão a caminho de seu melhor desempenho semanal em um ano em meio a preocupações com a guerra na Ucrânia. O ouro à vista subiu cerca de 1,3%, cotado a US$ 2.704,80 por onça.
O Bitcoin se manteve estável em US$ 98.080,92 após atingir uma máxima histórica de US$ 99.057 ontem. A criptomoeda acumula uma valorização superior a 40% desde as eleições nos EUA — movimento impulsionado pela expectativa de que Trump flexibilize o ambiente regulatório para criptomoedas.
Os preços do petróleo subiram nesta sexta depois que a Rússia anunciou o lançamento de um míssil balístico contra a Ucrânia e alertou sobre uma possível escalada do conflito — aumentando o temor de um aperto na oferta de petróleo. Os contratos futuros do Brent subiram 14 centavos, ou 0,2%, para US$ 74,37 por barril.
Os mercados asiáticos fecharam majoritariamente em alta nesta sexta-feira, acompanhando os ganhos de Wall Street na véspera. As exceções foram o índice Hang Seng de Hong Kong, que recuou 2,2%, e o CSI 300 da China continental, que ampliou as perdas para 3,1%.
As bolsas europeias registram leve alta hoje, em linha com os futuros dos índices americanos, que apontam para uma semana positiva nas três principais médias.
Aqui no Brasil, a longa espera pelo pacote fiscal tem tido um custo elevado, resultando no aumento do prêmio de risco. No fechamento do mercado após o feriado, a aversão ao risco predominou no Ibovespa. Depois de uma sessão volátil, Nova York encerrou o dia em alta, mas o Ibovespa recuou 0,99%, aos 126.922 pontos. O dólar à vista subiu 0,77%, cotado a R$ 5,8115.
Economia
Zona do euro: O PMI composto caiu para 48,1 pontos em novembro, ante 50,0 pontos em outubro, e ficou abaixo da expectativa de estabilidade. A média de 49,1 pontos entre outubro e novembro sugere uma desaceleração econômica no quarto trimestre, com recuos no PMI industrial (de 46,0 para 45,2 pontos) e de serviços (de 51,6 para 49,2 pontos) indicando contração em ambos os setores. A fraqueza no setor manufatureiro parece estar afetando os serviços, enquanto o panorama inflacionário mostra sinais de desaceleração nos preços. Por economia, França e Alemanha registraram quedas significativas nos seus PMIs compostos, refletindo uma desaceleração generalizada na zona do euro.
EUA: As vendas de casas usadas cresceram 3,4% em outubro, atingindo uma taxa anualizada de 3,96 milhões, acima das expectativas de mercado (+2,9%). O preço médio das residências subiu ligeiramente, de US$ 406.700 para US$ 407.200, enquanto a oferta de imóveis disponíveis no mercado recuou de 4,3 para 4,2 meses, ainda distante do nível ideal de seis meses.
Apesar do crescimento nas vendas, o mercado imobiliário residencial enfrenta desafios devido às altas taxas de financiamento, que alcançaram 6,8% ao ano em novembro, limitando a demanda por novas aquisições. A oferta de imóveis usados também é restrita, com muitos proprietários relutando em vender, uma vez que a compra de uma nova propriedade exigiria financiamentos a custos significativamente mais altos. Esses fatores continuam pressionando o equilíbrio entre oferta e demanda no setor.
Brasil: A arrecadação federal atingiu R$ 247,9 bilhões em outubro, com alta de 9,8% na comparação anual, superando a mediana das expectativas de mercado (R$ 243,5 bilhões). Esse resultado foi impulsionado principalmente pela COFINS, que apresentou alta acima do esperado, beneficiada pela reoneração de combustíveis, o vigor da atividade econômica e menores compensações tributárias. O PIS/PASEP e o imposto de importação — este último devido ao maior valor em dólar das importações — também contribuíram para o desempenho positivo.
No acumulado até outubro, o crescimento real foi de 9,7%, com destaque para o Imposto de Renda, influenciado por recolhimentos extraordinários sobre fundos exclusivos e offshore. O comportamento dos demais tributos refletiu a atividade econômica e medidas de redução de subvenções e limitação de compensações tributárias.
Preços de ativos selecionados¹
(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.
(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.
Fonte: Bloomberg.