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- Índice DXY, que mede a força do dólar, atinge máxima de um ano;
- Bitcoin continua seu rali pós-eleitoral e renova máxima histórica;
- Nos EUA, inflação medida pelo CPI manteve o ritmo visto em setembro;
- Por aqui, volume de serviços registra máxima histórica pela quinta vez no ano;
- Ansiedade em torno do ajuste fiscal continua impactando o mercado doméstico.
Mercados
O dólar norte-americano atingiu a máxima em um ano em relação às principais moedas nesta quinta-feira (14). A moeda é impulsionada pela vitória de Trump nas eleições e supera a percepção de que o Fed seguirá cortando.
Tarifas mais altas e uma política de imigração mais rígida devem alimentar a inflação nos EUA, o que pode retardar o ciclo de cortes de juros do Fed no longo prazo. A expectativa de um maior déficit público está elevando as taxas das Treasuries e oferece um suporte adicional ao dólar.
O Partido Republicano controlará as duas casas do Congresso quando ele assumir em janeiro, o que garante amplo poder para implementar sua agenda.
Enquanto isso, dirigentes do Fed são cautelosos em relação aos cortes de juros, mencionando riscos para a inflação. Embora o presidente do Fed de St. Louis, Alberto Musalem, preveja uma queda gradual na inflação, Logan, presidente do Fed de Dallas, alertou contra um afrouxamento excessivo.
A taxa do Treasury de 10 anos está em 4,45% e a de 2 anos em 4,29%.
O índice do dólar, que mede a moeda em relação a seis moedas fortes, avançou 0,4% e atingindo 106,7. O ouro atingiu o menor nível em dois meses, pressionado pelo dólar e pelo aumento das taxas de juros. O ouro à vista recuou 0,6%, negociado a US$ 2.560 por onça.
O Bitcoin chegou a um novo recorde de US$ 93.469,08 na quarta-feira (13), continuando seu rali pós-eleitoral. A criptomoeda este cotada a US$ 91.077 — com alta de 30,2% no acumulado do mês.
Os preços do petróleo caíram no início desta quinta com as expectativas de maior produção global em meio a previsões de fraco crescimento da demanda, enquanto um dólar mais forte também limitava os preços. Os contratos futuros do Brent recuaram 6 centavos, ou 0,08%, para US$ 72,22.
Os mercados asiáticos registraram, em sua maioria, quedas na quinta-feira. As ações europeias abriram em alta, enquanto os futuros das ações dos EUA apresentaram ligeira valorização.
Ontem (13), por aqui o Ibovespa fechou praticamente estável: +0,03%, aos 127.734 pontos. Enquanto isso, o dólar à vista subiu 0,31%, cotado a R$ 5,7895, e os juros futuros ficaram perto da estabilidade.
Foi mais um dia de ansiedade nesta versão brasileira de “Esperando Godot”. Os ativos brasileiros melhoraram após as falas do ministro Fernando Haddad com a perspectiva de uma definição. O governo parece não compreender o efeito deletério da incerteza sobre os ativos e sobre o cenário econômico de 2025.
Economia
EUA: O CPI e seu núcleo mantiveram o ritmo de setembro — registrando altas de 0,2% e 0,3%, respectivamente. O CPI subiu para 2,6% em termos anuais, enquanto o núcleo ficou em 3,3% pelo terceiro mês consecutivo, com a média móvel trimestral das variações do núcleo permanecendo elevada. O núcleo de bens acelerou em parte devido aos efeitos dos furacões, com os preços de carros usados subindo e elevando os bens do núcleo para 0,05% no mês. Esse aumento foi parcialmente compensado por uma baixa nos preços de vestuário. O aluguel imputado pelo proprietário (OER) também acelerou, refletindo maior volatilidade após as mudanças metodológicas iniciadas em janeiro de 2023 e continuadas em janeiro de 2024, enquanto os aluguéis de residências principais mantiveram-se estáveis.
As tarifas aéreas surpreenderam com alta, o que sustentou a força no transporte público, embora os preços do seguro de veículos tenham recuado mais do que o esperado. No geral, os serviços do núcleo, excluindo habitação, registraram nova desaceleração, enquanto a inflação dos novos contratos de aluguel sugere um progresso contínuo, permanecendo abaixo da inflação de habitação do CPI. Incorporando o resultado do CPI, a projeção do núcleo do PCE aumentou 0,22% na margem em outubro, contra 0,25% na margem em setembro.
Brasil: O volume de serviços subiu 1,0% na margem em setembro, com alta de 4,0% em termos anuais, superando as expectativas. Esse resultado marcou a quinta máxima histórica do ano, com o volume de serviços crescendo 1,3% no trimestre, impulsionado por serviços de informação e comunicação (+2,7%) e penalizado pelo setor de transportes (-0,9%).
Entre os grupos de atividades, os serviços profissionais, administrativos e complementares, especialmente apoio a atividades empresariais, lideraram as contribuições de alta. Enquanto isso, o setor de TI continuou a expandir, acumulando crescimento expressivo desde o período pré-pandemia.
O segmento de serviços às famílias teve desempenhos mistos, com quedas em alojamento e alimentação, compensadas pelo impacto positivo do Rock in Rio no setor de espetáculos musicais. O Índice de Atividades Turísticas (IATUR) avançou 0,5% no mês, embora sua média móvel trimestral tenha recuado 0,1%. Este índice, que reflete atividades ligadas ao turismo, atingiu seu segundo maior nível da série histórica, abaixo do pico registrado em junho de 2023, e ainda não recuperou a tendência observada antes da pandemia. Com esse resultado, o tracking do PIB indica alta de 0,6% na margem no 3° trimestre.
Preços de ativos selecionados¹
(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.
(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.
Fonte: Bloomberg.