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- Expectativas de aceleração da economia americana com Trump impulsionam o dólar;
- Mercado projeta menos cortes de juros nos EUA;
- Principal criptomoeda, o Bitcoin segue renovando suas máximas históricas;
- Por aqui, mercado segue aguardando pelo ajuste fiscal;
- Considerando a demora pela definição no corte de gastos e seus impactos, alteramos nossas projeções para a taxa Selic.
Mercados
A expectativa de uma aceleração da economia dos EUA e de políticas comerciais agressivas na administração de Trump continuam impulsionando o dólar e reduzindo as expectativas dos cortes de juros pelo Federal Reserve.
O Partido Republicano provavelmente terá o controle de ambas as casas do Congresso, o que permitirá que a agenda de redução de impostos e de tarifas, além de políticas de imigração duras, avance rapidamente. Esse mix é potencialmente inflacionário e fez com que as chances de um corte de 25 p.b. em 18 de dezembro recuassem para cerca de 65% — contra quase 80% há uma semana — ao mesmo tempo em que a taxa terminal em 2025 subiu para 3,75% — há quatro semanas, projetava-se um taxa terminal de à 3%.
A taxa do título do Tesouro de 10 anos está em 4,36%. O título de 2 anos está em 4,31%.
O dólar americano negociou próximo ao pico de quatro meses em relação a seus principais pares nesta terça-feira (12). O Bitcoin continuou sua alta recorde, com investidores acumulando operações que se beneficiam da futura administração de Donald Trump na Casa Branca.
O índice do dólar dos EUA, que mede a moeda contra seis pares, incluindo o euro, subiu para 105,49. A principal criptomoeda, Bitcoin, alcançou um novo recorde histórico de US$ 89.637 hoje. O ouro registrou leve, mas permaneceu próximo ao menor nível em um mês, com o ouro spot cotado a US$ 2.624,17 por onça.
Os preços do petróleo mantém-se estáveis no início das negociações desta terça. Os contratos futuros do Brent recuaram para US$ 71,8 por barril, enquanto os futuros do petróleo bruto WTI estão em US$ 68,1 por barril. Ambos contratos caíram mais de 5% nas duas últimas sessões de negociação.
Os mercados da Ásia caíram hoje. Enquanto isso, os mercados europeus estão em baixa e os futuros das ações dos EUA estão próximos da estabilidade no início do dia.
Por aqui, enquanto o mercado segue aguardando o pacote de corte de gastos, o Ibovespa fechou estável: +0,03%, aos 127.874 pontos. O dólar à vista fechou em alta de 0,59%, cotado a R$ 5,7695.
Reiteramos a visão de que o governo Lula vai definir a conjuntura econômica dos próximos 2 anos ao bater o martelo do ajuste fiscal. Uma decepção levará a uma dinâmica de crise similar à fase terminal do governo Dilma.
Economia
Zona do euro: O Índice de Expectativas Econômicas (ZEW) da Alemanha apresentou uma queda inesperada em novembro. O indicador caiu para 7,4 pontos, ante 13,1 pontos em outubro, conforme pesquisa divulgada nesta terça pelo instituto alemão ZEW. O resultado contrariou as expectativas do mercado, que projetavam um leve aumento do índice para 13,3 pontos neste mês. Além disso, o índice de condições atuais também registrou recuo: passou de -86,9 pontos em outubro para -91,4 pontos em novembro.
Brasil: O setor público registrou um déficit primário de R$ 7,3 bilhões em setembro, resultado melhor que o esperado. O governo central contribuiu com um déficit de R$ 4,0 bilhões, os governos regionais com R$ 3,2 bilhões e as estatais com R$ 0,2 bilhão. No acumulado dos últimos 12 meses, o déficit primário consolidado atingiu R$ 245,6 bilhões equivalente a 2,2% do PIB.
A dívida líquida do setor público alcançou R$ 7,2 trilhões em setembro, equivalente a 62,4% do PIB. O resultado representa uma alta de 0,4 p.p. em relação ao mês anterior, impulsionada pela valorização cambial e pelo déficit nominal. A dívida bruta do governo geral ficou em R$ 8,9 trilhões, ou 78,3% do PIB — uma queda de 0,2 p.p. influenciada pela menor emissão líquida de dívida e pela valorização cambial.
Brasil: A ata da reunião do Copom reconheceu o cenário de inflação mais desafiador no curto prazo e a necessidade de prolongar o ciclo de aperto dos juros se houver uma deterioração adicional das expectativas de inflação.
O Banco Central avaliou que houve uma piora da dinâmica da inflação de curto prazo devido à diversos fatores. A inflação de alimentos está mais pressionada devido à estiagem nos últimos meses. A inflação de bens industrializados tem sido pressionada pelo efeito da depreciação do câmbio, que afeta os preços e as margens dos produtos, indicando continuidade de repasse nos próximos meses. A inflação de serviços segue acima da meta, refletindo o mercado de trabalho e a atividade forte.
A desancoragem das expectativas de inflação, que reflete as incertezas fiscais, é um fator de desconforto para o Copom. Este fator pode levar ao prolongamento do ciclo de aperto da política monetária caso o pacote fiscal não provoque uma forte reversão das expectativas.
Considerando a demora do pacote fiscal, que contribuiu para a consolidação de um patamar de câmbio mais depreciado, alteramos nossas projeções para a taxa Selic: elevamos a taxa terminal de 12,00% a.a. para 12,75% a.a., com mais dois movimentos de 0,50 p.p. nas reuniões de janeiro e março de 2025.
Preços de ativos selecionados¹
(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.
(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.
Fonte: Bloomberg.