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- S&P 500 e Nasdaq estendem rali após vitória de Trump;
- Fed corta os juros nos EUA e mercados apostam em novo corte em dezembro;
- Políticas comerciais e fiscais do governo Trump geram incertezas para os próximos anos;
- Na China, governo central anuncia pacote de incentivo aos governos locais;
- Por aqui, rumores de um corte de gastos menor que o esperado pressionam o mercado.
Mercados
Nos EUA, ontem os índices S&P 500 e Nasdaq Composto subiram e ampliaram o rali após a vitória de Donald Trump. O S&P 500 avançou 0,74%, encerrando em um recorde de 5.973 pontos. O Nasdaq subiu 1,51%, fechou em 19.269 pontos — pela primeira vez acimda da marca de 19 mil pontos.
Ao fim de sua reunião de dois dias, o Federal Reserve cortou as taxas de juros em 25 pontos base, conforme amplamente esperado. Agora, o mercado atribui uma chance de 71% para mais um corte de 25 p.b. na reunião de dezembro.
Para 2025, contudo, o cenário será mais complicado, com potenciais políticas comerciais e fiscais de Trump adicionando pressões inflacionárias. A trajetória das taxas do banco central americano ficou incerta com a eleição de Trump. Se a nova administração realmente implementar tarifas significativas ou adotar políticas inflacionárias, a taxa dos Fed funds pode atingir um piso mais próximo de 4% do que de 3% no próximo ano.
As taxas dos Treasuries dos EUA despencaram ontem após a reunião do Fed e continuam em queda nesta sexta-feira (08). O título de 10 anos recuou para 4,31%, enquanto o de 2 anos está em 4,18%.
Em relação a uma cesta de moedas, o dólar permanece estável em 104,44, com expectativa de ganho de pouco mais de 0,1% na semana. Os preços do ouro caíram levemente hoje, com o ouro spot cotado a US$ 2.697.
Os preços do petróleo também recuaram um pouco nesta sexta-feira. Os futuros do Brent caíram 0,3%, para US$ 75,37 por barril.
Os mercados asiáticos fecharam mistos nesta sexta, antes do último dia do Congresso Nacional do Povo na China. Após o fechamento do mercado, a China anunciou que o governo central alocará 6 trilhões de yuans (US$ 840 bilhões) adicionais para os governos locais lidarem com questões de dívidas ocultas. O programa começa este ano e vai até o final de 2026, informou o ministro das Finanças da China, Lan Fo’an. Isso representa cerca de 2 trilhões de yuans por ano.
Os mercados europeus operam levemente em baixa nesta sexta-feira, alinhados aos futuros das bolsas dos EUA.
Ontem o Ibovespa recuou 0,51%, aos 129.6812 pontos, em meio à indefinição sobre o pacote fiscal e a rumores de que o tamanho do corte dos gastos ficaria abaixo do que o mercado espera. O dólar à vista fechou quase estável, caindo 0,01%, a R$ 5,6753.
Economia
China: O governo chinês anunciou o aumento do teto de endividamento dos governos locais para 35,52 trilhões de yuans. A medida permitirá a implementação de um programa de refinanciamento de 10 trilhões de yuans (US$ 1,4 trilhão). Esse plano visa ajudar os governos provinciais a reestruturar suas dívidas fora dos balanços, que totalizam 14 trilhões de yuans, de forma gradual ao longo dos próximos anos.
Com o refinanciamento, estima-se uma economia de 600 bilhões de yuans em pagamentos de juros nos próximos cinco anos, liberando recursos para investimentos locais. Esse movimento integra as medidas fiscais que o governo chinês prometeu para estimular a economia e vem acompanhado da promessa de novos anúncios de estímulo fiscal em breve.
EUA: O FOMC optou por cortar a taxa de Fed Funds (juros base dos EUA) 0,25 p.p., trazendo a faixa-alvo de 4,75% a 5,00% a.a. para 4,50% a 4,75% a.a.
O comitê avaliou que as condições do mercado de trabalho estão, em geral, menos apertadas desde o início do ano e que a inflação tem avançado na convergência para a meta de 2,0%. O FOMC julga que os riscos de alcançar os objetivos de pleno emprego e inflação na meta estão equilibrados. Ontem, publicamos uma análise completa sobre a decisão do FOMC, que detalha a decisão e os impactos sobre os preços dos ativos e investimentos.
Brasil: O governo central registrou déficit de R$ 5,3 bilhões em setembro, acumulando um saldo negativo de R$ 241,5 bilhões nos últimos 12 meses, ou 2,1% do PIB. Em setembro, as receitas administradas pela Receita Federal aumentaram 17,4% em termos reais, impulsionadas pela atividade econômica e reoneração de combustíveis. Enquanto isso, as receitas não administradas caíram 59,8% devido à ausência de valores extraordinários do PIS/PASEP reconhecidos em setembro de 2023. As despesas subiram 1,4% no mês, com aumento em Benefícios Previdenciários e BPC, mas foram parcialmente compensadas pela redução nas despesas discricionárias, que caíram 27% após contenções orçamentárias e menor execução de emendas parlamentares.
Para o ano, a previsão é de execução parcial dos R$ 33,8 bilhões destinados a créditos extraordinários, principalmente para calamidades no Rio Grande do Sul, devido à baixa pressão por novos programas. Espera-se a execução de cerca de R$ 25 bilhões em créditos extraordinários, sem impacto na meta de primário.
Preços de ativos selecionados¹
(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.
(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.
Fonte: Bloomberg.