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A Lojas Renner divulgou na noite desta quinta-feira (07) seus resultados referentes ao 3T24.
O resultado trouxe bons números. Destacamos o bom crescimento de vendas mesmas lojas, que cresceu 11,5% a/a%, e a melhora na rentabilidade de suas operações.
Entrando nos detalhes: a companhia divulgou um crescimento de 12,1% da receita líquida no seu braço de varejo, com destaque para as vendas mesmas lojas e a constante evolução das vendas digitais (+23,8%). Apesar dos bons números de crescimento de receita, o destaque foi a melhora da rentabilidade, que atingiu patamares superiores aos da era de ouro da companhia (2019).
A melhora de rentabilidade pode ser explicado por diversas medidas que visam ganhar eficiência nas operações, como a maturação de seu novo CD como uma das principais alavancas — melhor assertividade da logística, redução de estoques e redução de descontos graças a um mix mais assertivo. Podemos destacar ainda os ganhos de assertividade e velocidade em suas novas coleções, que possibilita melhores vendas, menos estoque parado e menores descontos concedidos, além de um bom relacionamento com a cadeia de produção.
Com a melhora da margem bruta e conhecendo a eficiência da companhia nas outras despesas, tivemos ganhos de alavancagem operacional que possibilitaram uma melhora adicional em suas margens EBITDA — que atingiram 17,5%.
O braço de crédito, a Realize, voltou a contribuir para o resultado. É importante relembrar que durante alguns trimestres, após uma safra de crédito não muito bem ajustada, a operação rodou no negativo. Após a ressaca e com a operação melhor ajustada e com melhores modelos de concessão de crédito, ela volta a alavancar o resultado com números positivos, além de alavancar as vendas das lojas. A linha aqui é muito tênue e precisa ser muito bem tocada para não cruzar a linha entre a rentabilidade dessa operação e a maximização das vendas da companhia.
A estrutura de capital da companhia continua bastante tranquila. A Renner é hoje uma das poucas empresas brasileiras que tem mais caixa do que dívida, em um momento que sua operação volta a rodar bem e sem grandes novos investimentos para serem feitos. Entendemos que, se a companhia continuar com a operação rodando suave, ela poderia começar a devolver parte desse caixa para os acionistas.
Apesar de estarmos confortáveis com a tese de Renner hoje, entendemos que o segmento que a companhia opera tem sido um dos mais complexos do mercado nos últimos anos. Isso acontece por alguns fatores: (i) entrada de plataformas internacionais no mercado nacional; (ii) revolução no marketing e na maneira de promover novas coleções; (iii) competição de fintechs no nicho de crédito em que operava; (iv) desafio de lançar novas coleções por conta das oscilações de temperatura dentro de uma mesma estação; e (v) maior penetração do e-commerce.
Hoje entendemos que o momentum positivo para a companhia deve continuar. A Renner conseguiu, apesar de duras custas, se defender e se preparar melhor para essa nova competição. No entanto, por entendermos que o segmento está cada dia mais competitivo e de certa maneira maduro — Renner tem loja em quase todos os shoppings que cabem uma operação rentável da companhia —, não enxergamos a companhia voltando a negociar com múltiplos muito elevados. Temos recomendação de compra por que acreditamos em uma estabilização de resultados em patamares elevados e os múltiplos hoje são confortáveis.
Lojas Renner (LREN3) — Compra
Preço Alvo | 23,50 |
Preço Atual | 18,08 |
Upside | 30% |
Capitalização de Mercado (R$ bi) | 18 |
Ações Emitidas (mi) | 963 |
Free Float | 100,0% |
Performance
Semana | +2,27% |
Mês | +4,58% |
Ano | +8,67% |
Análise por Bruno Benassi, CNPI 9236, Analista de Ativos da Monte Bravo Corretora, CNPJ 50.489.148/0001-00.