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- Mercados se preparam para uma semana crucial, com as eleições americanas no centro das atenções;
- Possível virada de Harris em Iowa abala o favoritismo de Trump;
- No front geopolítico, Irã alerta para novo ataque contra Israel;
- Comitê do congresso chinês inicia reunião que deve elaborar novo pacote de estímulo à economia;
- Por aqui, mercado cria expectativa por um pacote fiscal robusto após semana de grande aversão ao risco.
Cenário global
Os mercados globais se preparam para uma semana crucial com eleição nos EUA e reunião do Fed e medidas de estímulo na China.
No front geopolítico, o Irã alertou que prepara ataque ‘forte e complexo’ contra Israel Não se sabe se as ameaças são reais ou jogo de cena. A resposta israelense dependerá da dimensão, da natureza e da eficácia do ataque. Até aqui, Israel se absteve de almejar instalações petrolíferas e nucleares do Irã — mas esse cálculo pode mudar, de acordo com autoridades israelenses.
A eleição nos EUA ocorre amanhã (05). Uma pesquisa da NBC News mostrou uma “disputa acirrada” entre o ex-presidente Donald Trump e a vice-presidente Kamala Harris. Mas outra pesquisa, do NYT veio com uma virada de Harris em Iowa, onde a vitória de Trump era dada como certa.
Com as diferenças de votos na margem de erro em vários estados decisivos, o resultado vai depender do comparecimento, que tradicionalmente oscila em torno de 50%. Os Republicanos e Trump, em particular, tem historicamente uma maior capacidade de mobilização, mas nesta eleição o tema do aborto tem engajado fortemente o eleitorado jovem feminino — o que favorece Harris.
O foco do mercado também está na decisão de taxa de juros do Fed e nas declarações do presidente Jerome Powell nesta quinta-feira (07). A taxa de juros do título do Tesouro de 10 anos está em queda, sendo negociada a 4,30%, enquanto a taxa de 2 anos está em 4,17%.
O dólar norte-americano perde fôlego neste início da semana — o DXY, índice do dólar, opera em queda de 0,5%. O ouro à vista manteve-se estável na segunda-feira, negociado a US$ 2.738,32 por onça.
Os preços do petróleo operam em alta de mais de US$ 1, após a OPEC+ anunciar no domingo que adiaria um aumento planejado na produção de dezembro em um mês. Os futuros de Brent subiram US$ 1,14 por barril, ou 1,56%, para US$ 74,24 o barril.
Os mercados da Ásia fecharam em alta nesta segunda-feira (04), em compasso de espera para a as decisões do parlamento da China — cuja reunião começou nesta madrugada. O Comitê Permanente do Congresso Nacional do Povo se reúne de 4 a 8 de novembro e espera-se que, ao final do encontro, seja anunciada um pacote da ordem de 10 trilhões de yuans (US$ 1,4 trilhão) para revitalizar a economia chinesa.
Os mercados europeus abriram em alta, em linha com os futuros nos EUA.
Economia
Cenário doméstico
No Brasil, a aversão ao risco tomou conta do mercado doméstico na sexta-feira (01). A falta de prioridade no ajuste fiscal levou a mais um dia de forte deterioração nos preços dos ativos. O dólar à vista disparou, fechou em alta de 1,53% — cotado a R$ 5,8694 — e levou junto os juros futuros, enquanto o Ibovespa fechou em queda de 1,23%, aos 128.121 pontos.
Desde a revisão da meta de superávit primário em abril, a credibilidade fiscal do governo sofreu um abalo significativo. Isso resultou em uma escalada do dólar, elevação das taxas de juros e deterioração do perfil da dívida pública.
O governo vinha tratando o ajuste fiscal sem a devida urgência, mas mudou de postura após a reação do mercado. O cancelamento da viagem de Haddad cria a expectativa de que um pacote fiscal robusto seja anunciado em breve.
Sem medidas estruturais que contenham a trajetória das despesas, o dólar passará de R$ 6,00 no curto prazo e vai se aproximar de R$ 7,00 até 2026, os juros subirão mais e a economia vai entrar em crise. Nestas condições a reeleição ficaria comprometida e a governabilidade ficaria sob questionamento.
Um pacote fiscal sério em contexto global menos volátil poder reduzir o prêmio de risco significativamente. O mercado poderia reverter as posições pessimistas e deflagrar uma forte valorização dos ativos brasileiros.
A decisão do presidente Lula sobre o ajuste fiscal determinará o sucesso de seu terceiro mandato.
Destaques do Boletim Focus do Banco Central (01/11/2024):
- IPCA/2024 ficou subiu de 4,55% para 4,59%, enquanto o IPCA/2025 subiu de 4,00% para 4,03%
- PIB/2024 subiu de 3,08% para 3,10%, enquanto o PIB/2025 ficou estável em 1,93%
- Dólar/2024 subiu de R$ 5,45 para R$ 5,50, enquanto o Dólar/2025 subiu de R$ 5,40 para R$ 5,43
- Selic/24 ficou estável em 11,75% a.a., enquanto a Selic/2025 ficou estável em 11,25% a.a.
- Primário/24 ficou estável em -0,60%, enquanto Primário/25 ficou estável em -0,70%
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Preços de ativos selecionados¹
(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.
(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.
Fonte: Bloomberg.